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quarta-feira, 17 de junho de 2020

CADA MINUTO QUE PASSA JÁ NÃO SOU MAIS!

(Foto Joana Romero)

O café está na mesa, mas não é o café da manhã, é o café do amanhã. Saboroso! Sabor de futuro, transforma o ambiente, recria os conceitos e renova as esperanças, ah! o café!, ‘na’ mesa, acima do entendimento, sobre o natural, fora dos conceitos e desconectado com os sabores existentes. Não é café; é “o” café!

Café que fala do tempo, o minuto que ainda falta para a existência, a infinidade no espaço de um minuto e todas as possibilidades que existem neste espaço que se prolonga até o infinito. Um minuto, sessenta segundos, centésimos de segundos, centésimos de centésimos de segundos, sessenta mil possibilidades em frações de tempo, sessenta mil vezes o infinito depois de um segundo e o café sobre a mesa. E eu me transformo em cada fração desse tempo.

Não sou mais o mesmo. Chazin, tem, tem chazin fazendo companhia, sendo transformado, transformando, o presente, o que há de vir, não posso ser o mesmo depois deste café, chazin é combustível para alimentar o motor da existência. O café na mesa fala de um futuro solto no ar, futuro que flutua de um lado para outro e eu me aproprio dele, me apego ao sabor que fumega da xícara e evaporo, não sou mais, sou o que virei a ser, já sou o futuro, me transformei. Café com chá, Chazin.

Tem salgados? Tem. Deixo eles na mesa, sempre estiveram ali, ali ficarão, são o presente, quem quer presente? Passei, uma fração de sessenta mil partes de um minuto, os salgados ficaram no presente, me apresento para a mudança, vejo natureza, esperança, amor, já ouviu falar em amor? Não, não esse amor dos salgados do presente. Sair da razão, uma fração de centésimos de segundo, agarre-se a fumaça da xícara de café. Tem Chazin também!

Desculpe ter saído, espero vocês, estou ali, à uma fração de um segundo da realidade!

 

Elairton Pulo Gehlen


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