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quinta-feira, 25 de maio de 2023

SEI LÁ, ANDO TENDO UMAS VONTADES...

 



Ter umas vontades até que não e mal! E eu ando tendo umas, de viajar, por exemplo, escrever uns textos bacanas e até de namorar outra vez depois de uma série de divórcios e separações das quais nem posso reclamar porque deixaram um rastro de filhos maravilhosos que certamente vão eternizar cada casamento que foi uma eternidade enquanto durou.

Vontades são assim, estão na razão, tem senso de dever, para atende-las precisamos renunciar a muitas outras coisas e até nos sacrificar para alcançar o objetivo proposto pela vontade de fazer algo. Se tenho vontade de viajar, e eu tenho, então preciso guardar dinheiro, traçar uma rota, reservar um lugar para ficar, etc. Se quero escrever um bom texto, então preciso gastar tempo com boas leituras e se quero namorar então preciso dedicar tempo de qualidade ao relacionamento.

Por outro lado, tem um parente meio distante da vontade e me parece bem mais atrativo. É um tal de desejo. Estive pensando carinhosamente sobre esse tal e até me socorri em uns tais de filósofos para me assegurar que estava no caminho certo. Veja só o que Kant (Immanuel Kant) disse: “Desejo é necessidade instintiva do corpo”.  Não sei muito desse Kant, mas que gostei dessa definição, ah, gostei! Se é necessidade instintiva, então não é da razão. Entendi que não estou com vontade de fazer coisa nenhuma, é tudo desejo! Desejo viajar, desejo escrever, desejo namorar... . Tudo necessidade instintiva do corpo!!! E quem me garante isso é Spinoza (Baruch Espinoza): “Não é porque uma coisa e boa que a desejamos, mas porque a desejamos é que ela parece ser boa”. Tá aí. Perfeito!!! Não desejo mais ter vontades, mas tenho vontade de ter muitos desejos!

segunda-feira, 22 de maio de 2023

DESCULPEM A DEMORA


Tenho andado um pouco afastado do meu teclado e acho até que o motivo e justo: Pênfigo! Serve bem para uma boa desculpa, mas totalmente injusto porque a desculpa é tratamento com corticoide. Ninguém merece tomar corticoide por seis meses!!! E eu espero estar refazendo o caminho das letras enquanto o Pênfigo vai ficando pelo caminho do esquecimento.

Não gostamos de falar de nossas doenças, quase sempre ficamos com vergonha de dizer que fomos acometidos por tal e tal enfermidade e se a doença for rara ou exposta aí o preconceito é grande e fazemos um quase de tudo para esconder os sintomas e disfarçamos ficando em casa quietinhos na esperança de que ninguém nos veja enquanto nas mídias postamos as fotos de quando estávamos bem, até que possamos nos mostrar curados outra vez.

O Pênfigo, também conhecido por Fogo Selvagem, é uma doença autoimune que ataca a pele abrindo buracos em “carne viva”, parece um pouco com as ruas de Dourados! Era uma buraqueira só, mas com remédios, ou seja, investimentos do governo do estado, as ruas centrais foram tratadas e as feridas continuam abertas na periferia e, parece, na cabeça de quem deveria administrar a Saúde, a Educação e as vias urbanas deste lugar. Já tomei centenas de comprimidos e a cidade já consumiu muitos milhões de reais e, tanto eu como nossa querida metrópole regional, continuamos com buracos abertos. Eu menos que a cidade.

É verdade que o remédio para o Pênfigo tem muitos efeitos colaterais, atrapalha o sono e tira capacidade de concentração, o que para um escrevinhador feito eu, é um terror! Desde o início de março que não tenho publicado nada, as palavras, agora, só me vêm da biblioteca de onde tirei os belos russos Tolstoi e Dostoiewski para me fazer companhia e eles foram maravilhosos. Enquanto não escrevo, leio! Agora me faz companhia Erasmo de Rotterdam e seu Elogio da Loucura que encontrei na Tenda da Literatura do I FESTOP, Festival de Todos os Povos, aquele evento cultural dos dias 13, 14 e 15 de abril na Praça Antônio João.

Elogio da Loucura veio bem a calhar, enquanto deixo o tempo passar vou meio que enlouquecendo as ideias que se acumulam na cabeça e, parece, finalmente começam a sair para o teclado e voltam ser letras outra vez, ainda que meio sem jeito. Mas eu precisava escrever porque certa loucura me passa pelas ideias. Estou planejando tirar férias em julho, no Sul do Brasil e ficar unas dias na praia. Isso mesmo: Praia!! No Inverno! Sei lá, talvez eu esteja sob efeitos colaterais do corticoide ou, quem sabe, esteja me libertando de preconceitos...

ESQUERDOPATA!

  Ontem eu estava fazendo minha caminhada vespertina pela praça do Parque Alvorada e ouvi uns amigos que caminhavam e conversavam animadamen...