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sábado, 13 de setembro de 2025

QUANTO É MESMO ETERNAMENTE?

 



Num sábado à noite não sei como mensurar o quanto é eternamente, o próprio sábado já me parece eterno, então, se somo a esse eterno a ansiedade que vivo a cada dia, eternamente me parece um tempo tão grande que nem na eternidade será possível descreve-lo.

Não fossem os sábados, talvez não existisse a eternidade. O sábado é o fim! É o fim da semana. É o fim das metas impostas. É o fim do entendimento que se tem desde o começo da semana. Sábado é o fim, mas ele teima em não acabar. É no sábado que se vive a eternidade, os outros seis dias da semana são de trabalho inútil para o desenvolvimento de um sistema capitalista que destrói o mundo.

O sábado é a renovação da esperança, é no sábado que os bares se enchem de gente que trabalhou a semana inteira para alimentar um sistema mau e agora sonha com um mundo sem os males do sistema.

As horas do dia podem até terminar, mas o sábado se prolonga pelo infinito da madrugada até que finalmente nos entregamos ao sono, e ele, o sono, dura uma eternidade e quando acordamos o mundo já é outro completamente diferente e o domingo é a marca da desilusão, porque a partir dele começa outra semana de dias finitos e tediosos onde não sobra tempo para viver.

A eternidade é o tempo que dura o sábado daqueles que acreditam que esse dia é o dia do Deus eterno e foi ele que fez o sábado para que nesse dia não trabalhemos de jeito nenhum. E quem fez o sábado também fez a eternidade, inventou o tempo e o livre-arbítrio para que os seres humanos pudessem escolher entre o finito e o infinito. Acreditar, vai do livre-arbítrio de cada um. Tem gente que fica infinitamente acreditando que uma mentira é verdade; tem gente que nunca acredita na verdade. Eu acredito na vida eterna e que o sábado foi feito para quem acredita na eternidade.

Dia de sábado eu não trabalho, nem sexta, porque é véspera de sábado, nem quinta porque é véspera da véspera do sábado. Também não trabalho na quarta porque é meio de semana e já está na hora de descansar um pouco. Terça é dia de se preparar para o descanso da quarta e na segunda é o dia de fazer planos para passar mais uma semana sem fazer absolutamente nada, e a semana inclui o domingo que é dia que não se trabalha por lei e não seria eu a descumprir a legislação justo nesse dia.

E assim são os meus dias: eternos! Eu só escrevo. Escrever é trabalho?

Um comentário:

  1. O lado bom e romântico do que você escreveu é que ele fala sobre dar valor ao tempo que não tem preço, transformar o “não trabalhar” em um gesto de resistência e de poesia. continue á escrever.

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