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terça-feira, 31 de janeiro de 2023

E O ANO ESTÁ SÓ COMEÇANDO

 

Todo janeiro começa com todo mundo querendo tirar férias e eu, mesmo em casa, muitíssimo ocupado com o pênfigo, curti uns dias na praia de Itapoá, pela internet, quase como se lá estivesse de verdade. E eu não estava só, milhões de brasileiros queriam estar de férias no mês das férias, mas este período tem alguns inconvenientes: em primeiro lugar as férias ficam para quem tem mais poder e; em segundo, para quem tem mais dinheiro, o que não é o caso da maioria dos brasileiros.

De férias, o Congresso Nacional foi destruído, juntamente com o Supremo Tribunal Federal e parte do Palácio do Planalto por um bando de cidadãos que pensavam ter feito uma viagem de férias para Brasília, mas quem estava de férias mesmo eram os patrocinadores que, não querendo se expor, ficaram de longe vendo os pobres coitados serem presos em flagrante, enquanto o Secretário de Justiça do Distrito Federal, que deveria cuidar da segurança, estava de férias nos Estados Unidos.

Janeiro agoniou seus últimos dias enquanto as notícias que nos chegam do Norte são por demais aterradoras acerca das condições de vida dos povos Yanomâmi, que não estão de férias, estão morrendo de fome, enquanto a ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos está de férias em Brasília, totalmente esquecida dos direitos humanos ou esquecida sempre esteve que Indígenas Yanomâmis são também humanos. São vidas humanas que moram em Roraima, um lugar quase fora do Brasil e tão perto da Venezuela que me fez lembrar da moça que encontrei no semáforo da esquina das ruas Hayel Bom Faker com a Ponta Porã. A moça, com uma placa pendurada no pescoço implorava que os passantes lhe comprassem os doces que vendia para que pudesse dar sustento aos seus filhos. Uns e outros, a moça do semáforo e os povos Yanomâmi, rejeitados por um povo de um país que se diz cristão. Os Yanomâmis por serem indígenas e a moça do semáforo por ser Venezuelana.

Meu filho também está de férias, semana que vem começam as aulas e eu me lembro dos pastores evangélicos que pediam até barras de ouro em troca de projetos para a educação no Brasil. Certas horas dá medo da educação! Aqui em Dourados, ano passado se gastou R$8.000.00,00 para comprar Kit Robótica que as escolas ainda não viram onde está, mas o dinheiro, púbico, já foi, em barras de ouro?

Mas já temos o milagroso fevereiro transformando tristezas em alegrias, nem que seja por quatro dias de samba, sonhos e ilusões. É quando as escolas vão para as ruas arrastando multidões num sistema totalmente libertino e alucinógeno. A multidão hipnotizada pelo calor da música e da propaganda da TV sai atrás de uma ilusão do mesmo jeito que corre atrás do sucesso o ano inteiro no sistema capitalista que nunca vai garantir o sucesso de ninguém simplesmente porque o sucesso dos trabalhadores seria o fracasso do sistema que os precisa pobres e submissos, como no carnaval, onde as escolas sempre colhem os frutos do carnaval deixando os Pierrôs e Colombinas sempre a esperar um final feliz que nunca chega.

Enfim, tomam posse os congressistas, jurando endireitar o País, nem que seja do jeito torto. Um Congresso mais à direita para um Governo mais à Esquerda. Eu fico no meu canto, quinta-feira tem encontro dos velhos comunistas de Dourados, lá vou eu!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

E OS RADICAIS ERAM ELES!!!

             


Tem um ditado que a fé move montanhas, e não é em vão, como não são vãs as palavras de quem tem fé. Se a fé move montanhas? Sim é bíblico, como também é bíblico a inutilidade das palavras vãs. Em Mateus 17:20 está escrito: “... se vocês tiverem fé do tamanho de um grão de mostarda, poderão dizer a este monte: Vá para lá, e ele irá. Nada será impossível para vocês”. E não é que os Crentes tiveram fé, adoraram a direita, idolatraram Bolsonaro e depositaram todas as suas esperanças em palavras vãs de lideranças diabólicas que os enganaram como anjos de luz descaídos.

A fé é algo maravilhoso no ser humano. Talvez seja mesmo a fé que nos torna humanos. Nenhum outro animal possui esse sentimento de confiança capaz de mover montanhas, curar males do corpo e da alma, unir e desunir famílias e até provocar guerras sangrentas como as da Irlanda, entre católicos e protestantes, ambos cristãos, ou no Iraque, Afeganistão e outros países onde seguidores de Alá radicalizam suas ações em nome de uma fé destruidora e acabam sendo destruídos por outros exércitos devidamente abençoados por padres e pastores cristãos. Enquanto isso no Brasil... a fé, a falta dela ou a distorção completa do entendimento da palavra que sustenta a fé levou milhões de crentes e católicos a práticas anticristãs. E não adiantava tentar explicar, a fé era mesmo cega ou havia uma trave no olho.

A balbúrdia promovida pela extrema direita fez o Véu, que se rasgara de cima a baixo há dois mil anos, se recompor e fechar o Santo dos Santos atrás de uma cortina de fumaça tão densa que só parecia acessível aos iluminados líderes em seus postos Sacerdotais. Até mesmo os pastores, nomeados e constituídos lideres sobre as igrejas perderam o acesso ao Rei dos reis. Nada mais se podia fazer nas igrejas, além de aceitar as “ordens superiores” e encampar o bolsonarismo como doutrina de fé nos templos evangélicos, com raríssimas e muito criticadas exceções.

Esse comportamento nem é de espantar. O próprio crente já deveria estar bem atento a esse tipo de acontecimento. As igrejas ficaram mornas como a de Laudiceia. Os templos se encheram das coisas do mundo, as vaidades, as danças, as músicas, as roupas sensuais, os métodos de atração de fieis, o dinheiro, o dinheiro, o dinheiro, o desejo de vida luxuosa em rituais por riqueza, fortuna e fama, a idolatria e a falsa santidade afirmada em falsas pregações que nada condizem com a palavra escrita, na qual se deveria fundamentar a prática teológica.

O dia 8 de janeiro trouxe luz sobre essa noite escura. O bolsonarismo era mesmo Nazifacista, a família era de fachada e a honestidade ruiu com o fim do sigilo de cem anos sobre os gastos milionários no cartão corporativo. Foram necessários quatro anos e uma derrota eleitoral para que a verdade viesse à tona. Minha pergunta é: Por que o deus dos crentes não se manifestou aos fiéis tão dedicados em suas orações e dízimos? As orações não eram verdadeiras ou adoravam aos baalis bolsonaristas em vez de orar ao Deus verdadeiro?

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

EU NÃO QUERIA FALAR DE KFC



Estou contando cada dia deste novo ano, desde domingo, dia primeiro, que inaugurou um ano bem organizadinho onde o sábado será mesmo o sétimo dia, da semana e do ano, e também de uma esperança que se renova porque é ano novo e a rampa do palácio teve subida de pessoas simples do povo num gesto novíssimo de inclusão de verdade dado por um governante que veio da miséria do nordeste para ser operário em São Paulo e dali receber, pela terceira vez a faixa presidencial, desta vez de jeito certo, dada pela Mulher Negra Catadora de Recaláveis, pelo Jovem Negro, um Homem com Deficiência Locomotora, um Metalúrgico, um Professor, uma Cozinheira, um Artesão e um Cacique Indígena e até a cadelinha Resistência. Enquanto isso, Bolsonaro se deliciava com um frango frito na Kentucky Fried Chicken - KFC, nos Estados Unidos da América! E eu em casa com minha família assistindo tudo pela televisão.

A televisão é uma dessas invenções fantásticas que fizeram para nos distrair das coisas ao nosso redor e nos fazer pensar que a realidade virtual é mais real do que a real ao nosso redor. Vendo a rampa do Palácio com aquele povo simples quase acreditei que o país tinha compreendido que o governo serve para atender as necessidades dos que tem urgências, tipo alimento na mesa, acesso à saúde, educação de qualidade, laser, moradia, a terra e a liberdade. Ledo engano, quando voltei a ver televisão na segunda e terça-feira, vi um sujeito que nem tem um nome, mas um apelido, não é uma pessoa, mas um ente meio disforme, não tem um cargo, mas tem um poder gigantesco, e ele gritava em alto e bom som e continua gritando porque está se sentindo ofendido com as atitudes na rampa do palácio. Esse sujeito é o “Mercado”!

Mercado, é como aquele sujeito que vai à igreja e sabe que sábado é dia de descanso, nenhuma obra farás, nem tu, nem teu servo, nem teu boi, mas o crente é dono de uma loja e se ele não abrir no sábado o concorrente abre e seus clientes vão gastar o dinheiro lá, então ele “tem” que abrir porque esse é o seu negócio e lucrar é um imperativo. Assim é o mercado, eles acham certo que todos tenham acesso ao bem-estar, desde que seus lucros sejam preservados. Bastou o governo anunciar uma nova governança para a Petrobrás e a empresa já perdeu mais de R$ 100 bilhões!!!! de valor de “mercado”, segundo cálculos da empresa TradeMapa para a revista Exame. Outras empresas importantes também foram afetadas, como o Banco do Brasil, por exemplo.

Desliguei a televisão e fui pro meu quintal regar as verduras da horta, meu pé de ariticum, um pé de jabuticaba, duas bananeiras, dois de pitáia e dois de maracujá. Estão bonitos e vistosos, vão produzir alimentos saudáveis para mim. Dei uma enxadada para afofar a terra e pensei: O que mesmo o Mercado produz? Por que ele tem tanto poder?

ESQUERDOPATA!

  Ontem eu estava fazendo minha caminhada vespertina pela praça do Parque Alvorada e ouvi uns amigos que caminhavam e conversavam animadamen...