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domingo, 28 de março de 2021

SEMANA SANTA NUM MUNDO INSANO

             O mundo cristão comemora esta semana o evento mais importante do mundo religioso. Tem gente que ama peixe e não vê a hora do jejum da sexta-feira santa para cometer o pecado da gula, depois é só esperar a quarta-feira de cinzas e confessar, o padre manda rezar três ave-marias e, pronto: tá perdoado!

Este ano o caso está bem complicado. A maioria dos prefeitos e governadores resolveu fechar o comércio e as igrejas, justamente nesta época em que há um forte apelo em ambos os setores. O comércio sempre conta com datas especiais como essa para faturar alto e não são poucos os que protestam contra as medidas de prevenção contra COVID-19. Já as igrejas, com raras exceções, estão de boa com a prevenção. Nem é muito difícil de entender, comerciantes entendem que o Capital é mais importante que a vida e o lucro vêm do fortalecimento do capitalismo. Já as igrejas aumentam suas receitas se os fiéis continuarem vivos.

Não sou comerciante, então está até um pouco mais fácil fazer a crítica. Mas, Páscoa, que no original hebraico é pesach, e significa passagem parece uma boa metáfora para os dias atuais. A praga, que hoje chamamos de Corona Virus e vai ceifando vidas por todos os cantos, os Hebreus conheceram com outro nome, chamavam de morte mesmo. Enquanto os Egípcios protestavam contra a prevenção e viram seus primogênitos morrerem pela praga, os Hebreus vacinaram suas casas com o sangue do cordeiro.

Também não quero fazer nenhuma comparação maldosa, mas o Faraó também não aceitava nem um tipo de prevenção contra as pragas até que a morte ceifou pelo menos um dos filhos de cada família egípcia para só então tomar uma atitude mais prática e libertar o povo Hebreu da escravidão. Por esses dias em que no Brasil se chegou a mais de três mil mortes num único dia, parece que o Faraó vai libertar o povo comprando vacinas.

Esta semana levei minha mãe para tomar a segunda dose da Corovac, a vacina comunista que o Bolsonaro disse que jamais compraria. Comprou. É meio como que passar o sangue do cordeiro no umbral da porta. Este ano vamos comemorar a Páscoa! Entre o lucro que alimenta o capitalismo e o fiel que permanece vivo, fico com o último. Minha mãe foi Ministra da igreja por décadas. Jesus Cristo, uns diazinhos antes de celebrar a Páscoa passou pelo templo e expulsou os comerciantes e banqueiros gananciosos!

NÃO TEM A FOTOGRAFIA

 

Por que só posso imaginar

E não ver a fotografia

Das tuas pernas roliças

De que tanto te elogias?

 

Já te pedi e não queres me dar

A imagem que tanto quero ver

Do teu corpo lindo

Prenhe de prazer

 

Onde teus olhos negros?

Onde teus cabelos loiros?

A malícia do sorriso?

E a boca de batom?

 

Onde?

Se me negas o essencial

Da imagem do teu ser

Não posso te amar

Nem no dia do teu querer!

 

Ainda que me queiras

Ainda que eu te queira

Como podemos ter o amor

É imoral? É pudor?

 

Vivemos da fantasia

Do que não é permitido

Daquilo que o mestre Raul dizia

Ser a maçã, proibida!

 

Quem proíbe a maçã de se comida?

É o pudor, ou é a crença religiosa?

O senso moral. Que moral?

Qual é mesmo o mal?

 

O compromisso do dia da escolha

Tinha escolha? Racionalismo!

Eu me comprometo a ser fiel...

Não era a natureza. Era a razão!

 

Que razão tem a razão?

Onde está o amor?

Não quero mais o compromisso

Tenho razões para não querer

 

Já me basta a idolatria dos santos

Já me bastam os dogmas de Roma

Sou livre para viver.

Amanhã há de ser um novo dia.

Vou te amar até o amanhecer!

quarta-feira, 24 de março de 2021

TENHO UMA SOLIDÃO AQUI, QUER VER?

             - Oi, você pode falar agora?

Estou diante do computador, mas sempre tem um tempo... Assim começou uma conversa pelo WhatsApp que me deixaria sem o capítulo que pretendia escrever para meu livro que, de tanto que espera pelos acontecimento imaginados pelo autor, quase que desiste de imaginar o desfecho do caso que fez a personagem Laura a ter uma visão e ser levada para dentro do espelho até um lugar chamado Início, na Vila Menor.

- É que eu estou precisando falar, você tem tempo?

Sim, tenho quase todo o tempo do mundo, aliás, tenho mais tempo que vida, que depois da vida o tempo continua existindo. Então pode falar.

- Você sente solidão?

Tem pergunta que pega a gente de surpresa! Quem não sente? A solidão sempre me faz companhia e se ajunta comigo até quando estou rodeado de pessoas, tem uma espécie de solidão que se destaca no meio da multidão e faz a gente pensar que está só.

- As crianças estão na sala e meu marido está assistindo televisão...

Crianças são boas em disputar espaço com a solidão, elas falam com a gente sobre qualquer assunto e ficam perguntando sobre coisas que ainda não são capazes de entender e sempre perguntam: ‘Por quê?’ Porque sim, oras! Mas, tem um tempo em que a solidão se impõe e aí a gente dá um grito e as crianças vão pro seu canto dizendo uma para a outro que o pai ou a mãe está braba!

- Crianças é modo de dizer, já estão adolescentes e nem querem mais que eu fique com eles, é só o celular e o computador, às vezes assistem filmes, mas não querem que eu fique lá na sala.

E, eu em silêncio, só ouvindo, quer dizer, lendo as frases que pululam no Whats. Vão brotando como alfaces no canteiro da horta. E eu vou regando canteiros de pensamentos de solidão, esperando qual vai ser o próximo legume a ser cultivado. Não demorou e veio como um vendaval:

- Quero te mostrar umas fotos que fiz hoje, você quer ver?

Olhei para o Drummond que me olhava da estante com sua Boca de Luar. Não resisti, porque um escritor está sempre à procura de uma história e, fotos, assim, feitas hoje, e ainda mais com pergunta, quero te mostrar, você quer ver? Olhei outra vez para o Drummond, a Boca de Luar era pura sensualidade. Como pode alguém desenhar uma boca assim? Seria uma foto? Eu amo ler Drummond...

- Sim, quero. Quero ver!

domingo, 21 de março de 2021

TUDO É UMA QUESTÃO DE SEMÂNTICA

Estamos num tempo em que as palavras me faltam até mesmo para uma escrita sem compromisso, dessas que a gene publica só para entreter o leitor e quem sabe trazer um momento de desinteresse por tantos problemas que se avolumam nos noticiários dos jornais. Mesmo assim vou produzir este texto quase como uma súplica a algum eventual leitor que queira sugerir um assunto mais importante para a próxima crônica.

Não que faltem assuntos, só o dia de São José, incansavelmente comemorado neste mês, oficialmente no dia 19, já daria uma bela reflexão, tanto para crentes na sua santidade como para os que desconfiam dos dogmas da igreja católica. Pelo sim, pelo não, deixo os milagres do santo para os católicos, afinal não é tão mal assim acreditar em coisas boas! De minha parte, não compreendo muito bem como crentes de todas as denominações acabam sucumbindo aos males mundanos, dos quais deveriam estar protegidos pela sua fé, seja ela qual for.

Março também tem as águas de março que fecham o verão. Nem foram tantas as águas, mas o verão esse cumpriu o seu papel de esquentar o clima! As praias ficaram lotadas e os hospitais também, graças ao calor que levou milhares de pessoas às aglomerações, exatamente como apregoava o presidente da República! E era para salvar a economia! Agora temos mais de dois mil mortos por dia! Claro, era para salvar a economia, não as pessoas.

Ando evitando polêmicas em torno de questões político-partidárias, elas acabam colocando um bando de desinformados contra outro igualmente sem as devidas informações para o debate, o que torna inútil o confronto, no fim ambos saem perdendo e, pior, inimigos. Nem por isso deixo de, de vez em quando dar um pitaco aqui, outro acolá sobre o assunto, afinal o preço da gasolina e dos produtos alimentícios não aumentaram assim do nada! Basta lembrar que o preço da carne dobrou depois que o presidente visitou a China comunista e ofereceu nosso produto por lá.

Agora me dou permissão para uma cervejinha, Bohemia, a cerveja dos poetas! Que, se fosse servida na beira da piscina com a companhia da bem-amada, faria o tempo deixar de existir e, não havendo o tempo não há que se pensar nas consequências do que se possa fazer nessa hora!

quinta-feira, 18 de março de 2021

UMA CARTA DE AMOR

Ainda estou arrumando coisas que vieram com a mudança para o Paraná. Coisas que nem sabia ainda existirem, de repente aparecem em alguma gaveta, uma fotografia dos tempos em que as crianças eram pequenas e não precisavam do celular para se alegrarem, bastava um abraço e alguns minutos de atenção. Um álbum daquela viagem para a praia em Santa Catarina ou um acampamento na beira do lago de Itaipu em Porto Mendes, a Gruta do Lago Azul em Bonito ou a cachoeira do Véu da Noiva na Chapada dos Guimarães.

E por falar em noivas... deixa para lá! Entre as fotos antigas encontrei uma cartinha cheia de erros gramaticais. Foi mandada pelo correio! O mesmo correio que me deixou três anos esperando cartas de amor no Colégio Agrícola, elas nunca chegavam e também não levavam as minhas porque eu não as escrevia e se escrevia não mandava. Depois que me formei fiz concurso para trabalhar no correio: Operador de Teleimpressor! Passei no concurso, nunca me chamaram para trabalhar, acho que eu deveria ter mandado mais cartas!

A cartinha cheia de erros gramaticais tinha sido remetida do Paraná e eu já morava no Mato Grosso do Sul. Uma semana depois o correio bateu à minha porta para entregar a missiva: Carta para o senhor Elairton! Quando lembro disso fico com vontade de escrever uma carta e mandar pelo correio. Quando deveria ter escrito, não o fiz, agora sei o quanto perdi não recebendo cartas de amor pelo correio. Quem me dera voltar no tempo! Talvez um romance que demorasse pelo menos dezesseis dias para saber a resposta da bem-amada, oito dias para ir a carta e mais oito para a resposta, tivesse mais tempo para selecionar somente coisas boas a serem ditas.

A carta que recebi e que ainda guardo há quase quarenta anos, é a mais pura expressão do amor. Um amor que já não expressamos mais, não dá tempo para pensar quando chega a mensagem pelo WhatsApp. Em vez de oito dias, temos no máximo oito segundos. Com tão pouco tempo é improvável que sejamos capazes de expressar sentimentos de amor. O amor é paciente, bondoso, não se vangloria, não se ira facilmente, tudo espera, tudo crê e tudo suporta, inclusive dezesseis dias para ver a carta resposta! Nada disso é possível pelo WhatsApp, o correio está certo quando demora!

A carta que encontrei na gaveta foi mandada pela avó para minha filha que ainda não completara dois anos de vida!

domingo, 14 de março de 2021

UMA CERVEJA NA BEIRA DA PISCINA

Quando saí de Dourados deixei quase tudo para trás, mas algumas coisas não têm jeito, já penetraram por osmose, não tem como não carregar junto. Cada filho veio comigo, mesmo alguns já tendo se mudado para muito longe há anos, sempre estiveram lá, e agora estão aqui, juntinho dos que ficaram em Dourados, assim também os netos, vieram todos lotando o coração e fazendo algazarra nos pensamentos. E eles gostam de andar de skate! Às vezes vou andar de bicicleta e levo o skate junto para aproveitar uma descida no asfalto e tem sempre um vindo pela memória se equilibrando para um abraço do vô!

De quase tudo a gente consegue se desvencilhar. Não tenho nenhum plano de voltar, também não tenho de permanecer neste lugar para além da missão. Os imóveis vou vender e os amigos, deles eventualmente vou me lembrar, quem sabe até algum dia visitar! A história que deixei, alguém há de em algum momento se beneficiar ou ficará simplesmente para a história. Quase não há lembranças das quais valha a pena me lembrar, a não ser dos escritos que escrevi, das lutas sociais por justiça que lutei, das entidades que ajudei a criar e dos amores que tive. Tive?

Um poeta é sempre um poeta! E eu, sou altamente suspeito para falar dos amores. As poesias que fiz, quase todas foram dos amores que não tive! Mas, sim, tem sempre uma flecha do cupido passando de raspão e deixando em frente da casa uma frase lindamente escrita com gravetos numa belíssima declaração de amor em inglês, uma loucura de mobilete até um parque numa madrugada qualquer, uma relação sexual no provador de roupas da Riachuelo, ou os segredos do carro estacionado numa esquina qualquer. Me casei, formal ou informalmente, pelo menos quatro vezes. Sou testemunha em favor de qualquer que queira processar o cupido por desídia!

Certamente não sou o único a ter vivido o amor que não tive. O filósofo mais importante do cristianismo, Agostinho, escreveu eu suas ‘Confissões’ as aventuras amorosas que teve em sua juventude, antes de se tornar Bispo de Hipona. Entre os mil e setecentos anos que nos separam têm milhões de pessoas que buscaram num não-tempo na beira da piscina, tomando uma cerveja Bohemia, um amor descomprometido para compensar todos os amores frustrados de antes e quem sabe, quem sabe, delimitar o antes e o depois nessa linha tênue que pode separar a ilusão do amor pelo amor que não se ilude.

Agora escuto música pelo celular enquanto escrevo estas mal traçadas linhas e começo a revisar as crônicas e poesias que desejo publicar no próximo livro. É algumas coisas continuam iguais e nunca ficarão para trás!!! 

sexta-feira, 12 de março de 2021

NINGUÉM LÊ!

             Escritores, de vez em quando, trocam umas figurinhas, que neste caso quer dizer opiniões, sobre seus escritos. Eu mesmo gosto de consultar, eventualmente algum colega para saber se ainda estou fora do que se espera de um escritor meramente comercial e, acho que sim, não sou normal e isso, de alguma maneira, me faz bem já que não gosto do senso comum e não entendo mesmo como as pessoas podem viver uma vida inteira repetindo a opinião dos outros como se fossem as suas próprias, com uma convicção que me deixa em dúvida se elas de fato acreditam no que estão dizendo ou se isso é só uma forma de se valer do dito para ter, a final de contas, algo que possa acreditar.

Há algum tempo, pedi a opinião da querida amiga, poetisa guerreira, doutora Odila Lange, sobre uns escritos que ainda pretendo seja um livro. Naqueles tempos ainda não tinha sequer um título, agora o nominei de “Mudança de Fase”. Desde então tenho publicado centenas de crônicas no blog, no face book e no jornal, todas assim, descompromissadas com o leitor. Não me importo em agradar quem quer que seja, ainda assim tenho recebido alguns elogios, poucos é verdade, mas me conforta saber que nem tudo está perdido, ainda restam alguns que vivem fora do senso comum. A professora Odila gostou dos meus escritos!

Ano passado resolvi dar um up na carreira e me inscrevi num curso chamado: Escritores Admiráveis. Foi bom, tinha lá muitas informações de como promover a carreira e trabalhar o marketing. Quase fiz outro curso para aperfeiçoar a escrita, mas aí me deparei com o mundo real, aquele onde as pessoas vivem e sonham. Pessoas, não as máquinas que reproduzem em série o produto intelectual produzido em linhas de montagem da indústria midiática. E minha ‘carreira’ foi de vez para a sarjeta. Peguei meus livros e distribui gratuitamente pelas ruas e praças até chegar no Shopping Center onde me proibiram de distribui-los. Foi aí que entendi, o shopping é a vitrine do capitalismo, o sistema que molda as pessoas para serem mera repetidoras do sistema e eu estava contrariando a base do sistema distribuindo gratuitamente um produto, isso é uma ofensa quase um crime!

Semana passada troquei umas mensagens com um colega escritor e ele me perguntou se valia mesmo a pena continuar escrevendo textos originais e eu não tive dúvida ao responder que sim, meu caro, escrevemos para nós mesmos, então podemos escrever com liberdade, é o melhor que temos a nos oferecer. Quanto aos outros, não se preocupe, ninguém lê mesmo!

quarta-feira, 10 de março de 2021

SOFIA

             - Você está muito linda...  me dá um abraço?

E ela estava!... Linda!... Cabelos pretos, lisos, bem penteados para o lado direito, caindo sobre os ombros e encobrindo metade da sobrancelha, deixavam disponível os olhos esperançosos por um sinal de reconhecimento, um sorriso que fosse. Os lábios prontos para uma palavra que queria, mas não podia sair, quase uma súplica: diga se gostou da minha blusa nova! Sim, era de um belíssimo azul claro e revelava o segredo ainda escondido em duas saliências firmes sobre o peito, tinha botões e, ai, estavam abotoados, menos o último, embaixo, onde já havia um zíper fechando outro segredo, mas deixando à mostra os tesouros da moda que não se faz de rogada e põe em evidência as linhas curvas e atraentes do corpo jovem, esbelto e atraente da bela Sofia!

-Claro...

As palavras não eram audíveis, quase um sussurro, mas quem esperava entendimento gramatical? Os braços subiram arcados para o pescoço e cercaram o coração num afeto quase infantil, desnudo, irracional. Outro abraço veio quase pela cintura e foi subindo até desaparecer sob os cabelos pretos alisados na chapinha e caprichosamente penteados até o meio das costas. A mão direita foi pesquisar o que estava encoberto e chegou à raiz dos cabelos causando um calafrio enquanto a esquerda se contentava em apertar firmemente a última costela, como a lembrar que seu corpo todo fora feito de uma costela, da sua costela. Puxou-a para si, como a querer tomar de volta a parte que lhe fora tirada, o corpo todo.

Entre os olhares que se encontraram e o abraço, havia o espaço de quinze passos e uma decisão a ser tomada. Nenhum segundo de tempo estava disponível, os olhos que miravam o taco de sinuca para derrubar a bola cinco e já antecipavam a jogada final na bola oito, de repente fizeram as mão se abrirem, o taco solto sobre a mesa informando a desistência da jogada e os passos inseguros levando os olhos para um jogo mais arriscado, o primeiro abraço, o desejo irresistível de primeiro abraço, um jogo, uma possibilidade de ganhar. O taco abandonado sobre a mesa, os passos inseguros e o murmúrio do adversário: Vai correr? Se pudesse correria...

- Eu quero namorar com você!

O coração cercado pelo abraço e o sussurro no ouvido: Eu quero namorar com você!

- Então me beija...

Eu, eu... eu deveria ter feito isso em vez de continuar o jogo de sinuca!

ESQUERDOPATA!

  Ontem eu estava fazendo minha caminhada vespertina pela praça do Parque Alvorada e ouvi uns amigos que caminhavam e conversavam animadamen...