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segunda-feira, 29 de novembro de 2021

ACADEMIA DE LETRAS, PARA QUÊ?

            Vou começar este texto admitindo que posso estar totalmente equivocado, nem por isso me furto a esse questionamento, quem sabe um acadêmico experiente possa me responder.

Em 1.991 eu não tinha nenhum livro publicado quando um dos pretensos fundadores me procurou para que eu fosse um dos membros da virtual academia. Você só precisa publicar um livro, ele disse, fazendo referência às minhas publicações no jornal e minha dedicação, ou empolgação, com as letras. Hoje, o saudoso Nicanor Coelho é homenageado e tem até prédio público com seu nome. Nicanor é, sim, o grande responsável pela existência da Academia Douradense de Letras. Eu não publiquei o meu livro naquela época.

Em 1.993 fiz minha primeira publicação em livros, uma modesta participação de dez páginas de poesia numa publicação coletiva de novos escritores douradenses e, só em 2.017 lancei para o público “JOSAFÁ”, um conto urbano de 120 páginas. Nessa época, a ADL já fizera seu vigésimo sexto aniversário e lá estavam seus imortais em seus fardões e eu me perguntando: De onde vem mesmo a imortalidade de um acadêmico?

Não gostaria de fazer nenhuma comparação maliciosa, mas não vejo como abordar o assunto sem tal comparação, ainda que maliciosa, se me permite a redundância, mas escritores que se candidatam à imortalidade se parecem um pouco com jornalistas que juram imparcialidade no trabalho jornalístico. Há jornalista pelos quais eu tenho profundo respeito, pois não se dobram ao brilho do vil metal corruptível promovendo falsas verdades ou escondendo as mentiras entre falsos elogios bajuladores. Imortais não são diferentes. Assim como no jornalismo, na Academia existem valiosos imortais que militam pela cultura com espírito comunista, se dedicando a que a cultura esteja disponível ao cidadão comum. Todavia, também como no jornalismo, há uma leva de seres humanos sensíveis a honrarias, muitos deles se encantam com o título e dele fazem um belo trampolim para um belo salto ornamental na piscina das vaidades.

Se a Academia deve ser o lugar onde se reúnem intelectuais, poderíamos dizer, os melhores entre os escritores, já que uma das exigências é que tenha pelo menos uma publicação de reconhecido mérito, por que há tanta vaidade e tão pouca produção cultural, de mérito, entre os acadêmicos? Me perdoem a falta de sensibilidade, mas, para que serve a Academia mesmo?

domingo, 28 de novembro de 2021

TALVEZ

Talvez na segunda-feira

Eu possa estar de volta

Ao lugar do meu destino

 

Talvez segunda-feira

Eu possa ser feliz.

 

Talvez segunda-feira

 

Talvez

 

segunda-feira.

 

Se não for segunda-feira,

Então talvez terça.

Assim eu me animo.

 

Se não for terça-feira,

O que me diz?

 

Talvez terça-feira.

 

Talvez

 

O destino.

 

Mas, se não for...

 

Se não

 

Eu vou.

 

Eu...

 

...não.

 

Sem data marcada,

A qualquer hora

A qualquer momento.

 

Neste momento!

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

“DOCE VENTURA”, novo Livro do escritor Elairton Gehlen

 

“DOCE VENTURA”, novo Livro do escritor Elairton Gehlen

 

O escritor Elairton Gehlen acaba de lançar seu novo livro que traz, com bom humor, reflexões sobre o amor, relacionamento e pitadas de críticas à política em tempos da pandemia do novo coronavírus.

“Falar sobre amor e relacionamento num ano como o de dois mil e vinte, quando os eventos sociais estavam simplesmente proibidos, é um desafio a que me propus”, disse o autor. Boa parte dos textos dessa coletânea foram publicados no Jornal de Dourados desde junho do ano passado, mas alguns textos também foram escritos antes da pandemia do novo coronavírus.

“DOCE VENTURA”, que tem 184 páginas de Contos, Crônicas e Poesias, é o terceiro livro do escritor e deve ser comprado pela internet no endereço da editora: https://clubedeautores.com.br/livro/doce-ventura, ao custo de R$ 37,39 a versão impressa. A versão E-book sai pelo valor de R$ 16,58.

“DOCE VENTURA” não vai ter um evento de lançamento e também não será vendido em livrarias físicas, quem estiver interessado em adquirir o livro deve fazê-lo pela internet, diretamente no endereço da editora. O livro também estará disponível para leitores nos Estados Unidos e União Europeia pelo sito da Amazon.com. No Brasil, somente pelo Clube de autores.

Em 2.017 o escritor lançou seu primeiro livro “JOSAFÁ”, um conto urbano que relata as transformações que ocorrem na vida dos principais personagens, Josafá, um executivo de um conglomerado empresarial, e Janaina, uma garota que, após tomar decisões erradas, se transforma numa pedinte de rua com seus dois filhos pequenos.

Em 2.019 lançou “HISTÓRIAS DE ANA MARIA E SEU AVÔ”, que relata, em 17 minicontos as férias de Ana Maria, garota totalmente urbana, no sítio do avô Júlio. Esse livro tem até historinha para criança dormir e uma bela receita de queijo.

Agora vem “DOCE VENTURA”, para quem gosta de uma leitura agradável! Se comprar nesta semana da Black Friday o livro impresso sai por R$ 31,32.

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

 

PALAVRA DE CIGANA!

                                                    Helga Gehlen

 

Quem nunca consultou uma cigana para “ver la suerte?”  Elas sempre tomam das mãos, franzem o cenho e, de alguma maneira que não entendo bem, predizem o futuro em troca de um dinheirinho qualquer. Às vezes não recebem o dinheiro e às vezes, ainda, não fazem nenhuma cobrança, é quando acreditam estar mesmo ‘prevendo’ o destino de alguém. Tamanha é a convicção com que predizem os acontecimentos que não deixam nenhuma dúvida na mente de quem quer que tenha buscado na vidente um alento ou, quiçá, uma esperança no meio do desespero ou, ainda, um algo em que se agarrar para um projeto de vida ou de relacionamento.

Que as palavras têm poder, não há dúvida. Até crentes amadurecidos na fé acreditaram que Bolsonaro não ia se aliar ao Centrão! Imagina, então, jovens adolescentes em busca de revelações sobre o amor e, de gorjeta, a data determinada para a morte, no meio tempo os filhos, os bens e se o marido (ou a esposa) há de amá-la, ou amá-lo, para o resto da vida. É esse fervor dos hormônios da juventude o segredo do sucesso dessas videntes de rua que se autodenominam ‘Ciganas’.

A maioria das vezes o destino se encarrega rapidamente de desiludir jovens ansiosos e contabilizar o prejuízo financeiro na conta das bobeiras onde se gasta dinheiro comprando ilusões. Não só dinheiro, mas o tempo precioso e a energia, tão necessários para a realização de tarefas mais úteis no desenvolvimento pessoal e profissional. Crendices como “la suerte”, ferradura, pé de coelho, e tantas outras, são limitantes e, às vezes matam pessoas inocentes ou tiram-lhes a perspectiva de vida, ainda que, aos olhos deste mundo, a existência humana, seja como for, é totalmente absurda.

Há setenta anos uma cigana fez isso com minha mãe! Pediu para ver  “a suerte”, e viu, isto é, previu que ela teria um casamento com um homem com as características do meu pai, teria quatro filhos, eu sou o quarto e último, previu mais algumas coisas que se concretizaram, fazendo minha mãe acreditar que essa cigana sabia mesmo prever o futuro. Católica de carteirinha, não via problemas entre a fé e as crendices. Católicos são assim mesmo, não veem problemas em buscar benzedeiras quando a igreja não é capaz de dar as respostas e os médicos não encontram a cura ou simplesmente não atendem os mais pobres. Se os umbandistas podem fazer culto nas igrejas e os humanos santificados podem se tornar algum deus a quem se presta culto de adoração, por que não uma cigana poderia ser uma profetisa?

Esta semana minha mãe completou oitenta e oito anos de idade. Pela profecia da cigana, não chegaria aos setenta e oito, talvez por um mau entendimento pudesse ser invertido e então, a idade máxima seria oitenta e sete. Crente de que realmente morreria antes do aniversário, fazia planos para o velório, encomendando isso e aquilo que desejava para a cerimônia, pela fé, pedia uma morte sem sofrimento. Mas, com a aproximação do aniversário, a ansiedade gerou um processo de angústia. Entre a certeza da profecia e a incerteza da morte que parecia não cumprir a profecia, uma senhora de oitenta e sete anos quase morreu mesmo, de ansiedade!

Festejamos seu aniversário no último dia 18. Só o que quero agora, é que ela viva com alegria cada um  dos dias que Deus tem para sua vida, e que se danem as crendices limitantes.

domingo, 14 de novembro de 2021

MEU FILHO PREDILETO



Confesso que esse é um tema bastante melindroso e escrever sobre ele é quase um desafio. Eu tenho quatro filhos, que eu saiba, e não há pai ou mãe que não se afeiçoe por um mais que os outros. Nos tempos bíblicos era quase uma Lei, o primogênito herdava a maior parte dos bens e se tornava chefe dos demais.

Nessa nossa modernidade liberal, só alguns recantos mais tradicionais ainda cultivam este entendimento, atribuindo ao filho mais velho também a responsabilidade pelo cuidado com os pais em sua velhice. De resto, só a sorte para que pelo menos um dos corações juvenis se deitem ao lado da sabedoria dos anciãos para escutar-lhes as repetidas histórias.

Eu ando fazendo as minhas escolhas já há algum tempo. Minha carteira para estacionamento em vaga preferencial já está no terceiro aniversário, antes disso já me ocupava com um plano infalível para os tempos em que as pernas deixarem de se equilibrar em cima do skate e os pés não tenham mais a comodidade dos pedais da bicicleta. Vai demorar, eu sei, mas como diz o ditado: é melhor prevenir do que ‘murmurar’!

Meus quatro rebentos andam fazendo seus planos pessoais, bem pessoais, como deve ser quando avançam pela idade adulta e vão formando suas próprias famílias. Mesmo amando incondicionalmente cada um deles e, ainda que cada um deles jure me amar incondicionalmente, sempre fica um ponto de interrogação no horizonte onde o Sol se põe.

Pelo sim, pelo não, fiz, como já disse acima, um plano infalível: Adotei filhos! Isso, filhos adotivos geralmente são mais atenciosos e costumam adotar seus pais quando estes viram criança. Há mais de trinta anos adotei a Escrita, a primogênita, esta certamente herdará minha maior riqueza, para ela deixarei todo meu talento; tem já uns três anos que adotei o Curso de Inglês, este será meu companheiro nas horas de lazer em frente da televisão assistindo filmes com som original; meu relacionamento com a Fé tem sido tumultuado, mas eu tenho fé... acredito, que esta jamais me abandonará, principalmente nos tempos difíceis.

A Escrita já me deu netos que eu tenho muito orgulho de apresentar: O primeiro, irmão siamês de muitos outros foi uma participação de dez páginas num livro de poesia, o pai, certamente é o Carlos Drummond de Andrade, talvez Vinícius de Moraes, sei lá. Depois veio o livro Josafá, este certamente é filho da Fé, concebido sem pecado original.

Agora vos apresento, com um parágrafo exclusivamente para ele, o filho mais novo, ainda nascituro, mas já totalmente formado: DOCE VENTURA! Que me perdoem os outros quatro filhos naturais, mas este é a cara do Pai. Não preciso educa-lo com o rigor social, pois não o quero adequado às regras da sociedade; também não espero nenhum retorno afetivo, este é o filho da liberdade e como tal, talvez seja o mais importante, nele o tempo deixa de existir para existir o não-tempo! Este é o meu filho amado que, muito provavelmente, não há de me amar!

Filhos, quando nascem são assim, sempre são os prediletos. DOCE VENTURA é o meu terceiro livro que estará disponível na próxima semana!

domingo, 7 de novembro de 2021

UM LUGAR NO MUNDO: NATAL

             Eu estava resistindo a escrever sobre a viagem que fiz em outubro, já me bastavam os três ou quatro textos que publiquei antes de voltar, mas, afora a caipininha bebida pela vozinha de oitenta anos no restaurante Caranguejo e as Loucuras do Mercado Imobiliário que busca convencer turistas comuns a fazer investimentos em Resorts que não existem, acho que nenhuma referência a mais eu fiz, então, aqui vão algumas curiosidades que julgo úteis de alguma maneira para a literatura.

Fundada há mais de quatrocentos anos, é de se esperar que os políticos tenham conhecimento e sabedoria suficientes para planejar adequadamente os projetos importantes para a cidade. Começando por onde se chega, o aeroporto, que ficava em Natal, relativamente próximo do centro urbano, foi substituído, por ocasião dos jogos da Copa do Mundo de Futebol, por um novinho que fica no município de São Gonçalo do Amarantes, a quarenta quilômetros de Natal! Excelente localização, para as empresas de turismo que fazem o transfer dos passageiros e aproveitam para vender pacotes de passeios.

Embarquei numa dessas Vans e fui ouvindo as histórias do guia por quase uma hora até chegar no hotel onde ficaria hospedado por catorze dias. Não demorou e as gracinhas começaram. Guias parecem ser treinados para fazer graça e animar os turistas, o de plantão, de nome Tiago, na Van do transfer, não fugiu à regra. Moreno, cabelos pretos e olhos escuros, dizia ter sido loiro, branco e olhos verdes antes de ser guia de turismo em Natal. O motivo? O Sol! Por estar muito próximo da linha do equador, o sol de Natal é mais intenso que nas demais regiões do Brasil. Taí, para quem ama a negritude, Natal é um bom lugar para a alemoada descontente!

Talvez eu ainda diga por quê, mas demorei uns três dias até fazer o primeiro passeio turístico. O porquê não tem tanta importância, o passeio, talvez. O Rio Potangi, que significa rio de camarão, é por onde os portugueses adentraram o território brasileiro no século XV. Os Potyguares, denominação dada aos cidadãos do Rio Grande do Norte, juram que o descobrimento do Brasil se deu lá, nos arredores de Natal. Esse mesmo rio, o acesso ao mar e o porto, foram entregues à Marinha dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, foi ali que os Norte Americanos instalaram a primeira base militar na América Latina. Os natalenses tem um certo orgulho disso, cá entre nós, não consigo entender o orgulho de se ter uma base das Forças Armadas gringas em nosso país, sei lá!

A praia mais famosa é a Dos Artistas, imprópria para o banho, muito poluída, quem se hospeda por ali deve procurar outras praias mais próximas, e têm! Fiquei na praia de Ponta Negra, onde o principal atrativo é o Morro do Careca, lá não se pode subir, é proibido! Me disseram que o local mais bonito para se visitar em Natal eram as praias de Pipa, eu fui. Assim como o aeroporto, Pipa também não fica em Natal, mas em Tibuaçu a oitenta e cinco quilômetros de distância. Fora esse, acho que o que mais me chamou a atenção foi São Miguel do Gostoso. Antes de chegar lá fizemos uma parada charmosa onde a BR 101 inicia, no meio do nada, ali tem um arco em homenagem a obra, desenhado por ninguém menos que Oscar Niemayer!

 Por ter permanecido isolado por muito tempo e frequentado principalmente por turistas estrangeiros, o comércio de São Miguel do Gostoso teve grande dificuldade de vender produtos para os turistas por falta de moeda corrente, daí surgiu a ideia de inventar uma moeda própria para o comércio local, o “Gostoso”, até hoje aceito no comércio local, apesar de estar em desuso, não há quem não queira tirar uma foto de uma nota valendo dez gostosos, quem não quer?

Se este texto serve de alguma maneira para a literatura, os “três dias” que demorei para fazer o primeiro passeio, e mais alguns dos catorze da viagem, gastei com três motivos em especial: Finalizar meu livro de Contos, Crônicas e Poesias que desejo publicar em breve, vagabundear pelas praias e encontrar um sujeito meio louco chamado Elairton Gehlen, que se intitula ‘escritor’. Fiz quase tudo!

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

FLORES INÚTEIS

             Hoje é dia de finados. Ontem fui ao cemitério e ele estava lindo! Era dia de Todos os Santos, uma data totalmente fora da razão humana que busca no imaginário um consolo para suas culpas e atribui aos mortos algum poder inexistente na esperança de soluções fáceis para problemas difíceis. Todos os Santos da igreja católica não são nada mais que uma tentativa de racionalizar a fé, ainda que em paradoxo com o texto básico da mesma fé que afirma não haver um sequer que seja justo, portanto Santo.

As flores do cemitério eram belas e enfeitavam cada túmulo. Eu estava lá, assentei um vaso de flores no túmulo de meu pai e outros dois para homenagear meus avós. Flores de plástico, as naturais não duram dentro de vasos e ainda acumulam água onde proliferam mosquitos transmissores de doenças. Levei minha mãe, ela sentou-se à sombra de árvores plantadas ao longo do corredor que vai da entrada até o centro, caminho percorrido por cada féretro antes de ser depositado na cova eterna. O cemitério é esse lugar, onde os mortos parecem estar eternamente vivos. Há quem tenha verdadeiro pavor de entrar ali, especialmente se for noite e mais ainda se for lua cheia!

Nenhum Santo havia ali, nem vivo, nem morto. Os melhores, claro, já haviam morrido e os piores limpavam os túmulos e depositavam flores. Ainda que Todos os Santos não sejam capazes de aliviar a culpa dos vivos, estes voltam aos bandos no dia de finados para rezar pela alma dos mortos para livra-los das agruras do Purgatório e quiçá enganar o diabo, roubando-lhe a alma do ente querido. Quem dera os mortos pudessem revirar-se no caixão e estender o braço para fora da cova com a verdade bíblica de que não existe purgatório e é totalmente inútil qualquer cerimônia após a data fatídica.

Dona Helga estava lá, aos oitenta e sete anos de idade sua principal oração é para ter uma boa morte! Não tem medo, sua fé garante que será salva, e isso parece anular todo o absurdo da existência humana. Acabei de limpar a lápide onde estão os ossos de meu saudoso pai e ela, a Dona Helga, minha mãe, me diz pela n-ézima vez que, quando ela morrer eu não vou precisar me preocupar, ela já providenciou tudo, a vaga no cemitério está garantida. Dona Helga, e todos que já não tem mais histórias novas para contar e, por isso repetem inúmeras vezes as mesmas antigas histórias, quando as contam, além de irritar as pessoas que tem a obrigação de as cuidar, dizem, mesmo nas repetidas histórias, que já viveram e tinham esperança em cada projeto de vida, em cada atitude, cada palavra de fé ou consolo, em cada trabalho voluntário, em cada tarefa comprida, cada filho criado ou produto posto no mercado, que a vida poderia fazer algum sentido. No fim, parecem ter orgulho de já ter providenciado seu próprio velório. Olho para minha mãe e me pergunto: Qual é o sentido desta vida?

Bem no meio do cemitério, a prefeitura deixou uma grande caçamba para recolher as flores inúteis, quase todas de plástico, sem vida, artificiais como a vida de quem as leva ao cemitério.

ESQUERDOPATA!

  Ontem eu estava fazendo minha caminhada vespertina pela praça do Parque Alvorada e ouvi uns amigos que caminhavam e conversavam animadamen...