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sexta-feira, 30 de abril de 2021

COMO POSSO ME DEFINIR SE NÃO SEI QUEM SOU?


O mês de abril vai terminando e eu também. Um mês é só um mês e uma vida é só uma vida. Um marco temporal. Data marcada para o fim. Estatística: finda o quarto mês do ano; finda mais uma vida. Talvez eu viva além desse mês que matou a quatro centésima milésima vida pela COVID-19, talvez eu seja o próximo número, como posso me definir?

Agora vou tomar um vinho para celebrar que ainda estou vivo e o mês não acabou. O que é um mês em um bilhão de anos e o que sou eu em sete bilhões de pessoas? Para os matemáticos, eu sou matemático, um número que tende a zero. Eu sou exatamente 0,0000000001428571 da população mundial, um número completamente insignificante. Você também!! Se eu morrer, irão acrescentar + 1 na estatística e, pronto. Hoje é o último dia do mês de abril, talvez maio nem venha a existir!

Ando na rua e vejo somente números. Três clientes numa loja que deveria estar fechada para que eles não morram de Covid, cinco na farmácia comprando remédio para prevenir a gripe e dezenas no supermercado fazendo compras para alimentar os que continuam vivos. O comércio garante o cumprimento das normas de higiene e distanciamento e até a limitação do número de clientes, mas os ônibus estão lotados. E daí, são só trabalhadores!

Enquanto escrevo estas linhas, já penso no fim... de semana quando não se deve pensar em nada que não seja o prazer de viver o feriado. Dia do trabalhador. O trabalho dignifica o homem, a mulher, as crianças e produzem riquezas que são apropriadas por pessoas que não trabalham. Ano passado os maiores bancos no Brasil tiveram lucro de mais de R$ 61 bilhões!!!! A lista da FORBES agora tem 66 bilionários brasileiros, todos com patrimônio acima de US$ 1 bilhão. Em um mês morreram mais de 100 mil brasileiros de COVID. E daí? Eu não sou coveiro!

E, já que o dia do trabalhador é no sábado, talvez eu deva tomar mais um vinho. O álcool cria uma ilusão de que a vida pode ser o que pensamos que ela possa ser, menos real que a realidade real e mais ilusória que a ilusão da qual nos iludimos. Depois de meia garrafa penso que liberalismo econômico seja como a mulher ideal: Nunca vou ter, mas lutarei até o fim para que ela seja feliz! Enquanto luto, o tempo passa e eu fico me olhando no espelho, cada vez mais velho, menos atraente, mas a mulher ideal do livre mercado desfila esbanjando bilhões de dólares em festas privadas nas melhores das orgias neoliberais! Quem sou eu?

sexta-feira, 23 de abril de 2021

EU TENHO MEDO DO COMUNISMO!


Logo eu, que sou comunista, ando com medo desse sistema tomar conta do mundo. Pensa bem. Ontem mesmo vi uma postagem sobre as barbáries ocorridas na segunda guerra mundial e um comentário implorava ao Deus ou deus, sei lá, para que nunca mais chegássemos aquela mesma situação de ameaça do comunismo. Corri até a biblioteca e procurei na Larousse Cultural e tava lá: Hitler, o vilão da segunda guerra, combatia justamente os judeus e os comunistas! Em outra postagem, um mapa, também divulgado como verdadeiro informava vários países sul americanos que já estariam sob controle dos vermelhinhos. Tentei entender o mapa. Não consegui. Pesquisei no google e não achei nenhum país deste continente que hasteasse uma bandeira vermelha com a foice e o martelo e uma estrela de cinco pontas em amarelo. Nada! Mas os comunistas devem ser assim mesmo, invisíveis a olho nu.

Outra coisa que me deixa muito assustado com a ameaça comunista é o medo que os latifundiários e os banqueiros têm. Eles são assessorados por profissionais altamente capacitados. Não é possível que suas análises políticas e econômicas estejam erradas. Banqueiros juram que somente a livre iniciativa permite o desenvolvimento das pessoas com oportunidades iguais para todos e meritocracia para selecionar os melhores em cada área. Assim, um pobre pode disputar a mesma vaga que um rico, é só se dedicar e superar o concorrente. Num eventual sistema socialista, as riquezas seriam distribuídas para todos. Um absurdo. Pobres que nunca conseguiram um emprego iriam usufruir da riqueza sem nenhum esforço, do mesmo jeito que o filhinho do rico, que nunca trabalhou, faz.

Não sei muito bem de onde me veio essa ideia de ser comunista. Deve ser algum tipo de lavagem cerebral. Já ouvi isso. Dizem que os comunistas arregimentam jovens com promessas de aventura e poder, depois mandam eles para lugares ermos onde recebem muitos ensinamentos e são doutrinados de tal forma que não conseguem mais aceitar o capitalismo. Eu fui para Cuba, onde fiquei 28 dias estudando na Escola Nacional de Formação de Quadros Sindicais, mas nessa época eu já era comunista. Isso foi em 1997, faz tempo já e eu continuo comunista. Deve ser muito convincente essa doutrina!

Veja o caso do Bolsonaro. Ele combate um comunismo totalmente imaginário. Para os bolsonaristas, políticos como Dória, Witzel e qualquer que se oponha à sua aventura ditatorialesca é vermelho, na certa! Eu tenho que admitir, me tornei comunista lendo Jorge Amado, um dos mais importantes escritores brasileiros, escrevo poesia por que amo ler Neruda, comunista chilelo respeitado no mundo todo e sou apaixonado pelas crônicas do Carlos Drummond de Andrade, outro comunista. O meu caso não tem cura!

segunda-feira, 19 de abril de 2021

O DIA MAIS IMPORTANTE


Tem uns dias que a gente pensa que são mais importantes que os outros, e são justamente aqueles que passam mais de pressa! Tipo assim, um feriado no meio de semana para comemorar Tiradentes! Por sorte esse dia é amanhã e ainda dá tempo de deixar que ele passe lentamente, como a importância que a história vem dando para o fato que inspirou essa data comemorativa. Ontem foi dia do Índio, e daí? Meu tataravô veio da Alemanha para colonizar o Sul do Brasil, junto com muitos outros homens e, não tendo mulheres para todos se casarem, laçou uma índia numa aldeia e a levou para ser sua esposa. Essa história foi romantizada por gerações até que lideranças indígenas escolarizadas puderam explicar o tamanho da violência que isso foi para seu povo.

Um feriado é sempre uma boa desculpa para a gente se alegrar, mas já pensou que tem sempre uma tragédia por trás desse dia? Só neste mês celebramos a morte de Jesus Cristo, pregado numa cruz, e o esquartejamento de Joaquim José da Silva Xavier, sabe quem é? que teve as partes do corpo pendurado em postes no caminho entre Rio de Janeiro e Ouro Preto. Dia do Índio nem feriado é! Não dá para marcar um feriado para um genocídio que continua acontecendo!

Se eu fosse legislador, proporia Lei para ser feriado toda quarta-feira e todo sábado. Domingo deixava como está para podermos descansar! quarta-feira seria dia da acumulação capitalista e sábado para lembrar de todos trabalhadores que morrem na semana devido à exploração do trabalho no processo de produção capitalista.

Mas hoje é terça e, eu não tenho nenhuma ideia para esse dia, a não ser que se canonize mais um santo brasileiro que faça o milagre de curar a ganância dos políticos e dos banqueiros. Eu sei, isso é querer demais. Não há santo que de conta de milagre tão grande! Pelo sim, pelo não, continuemos rezando e orando em missas e cultos virtuais, quem sabe Edir Macedo ou Valdomiro Santiago ou o Papa nos ensine o caminho da riqueza! Ou da humildade.

Por ora, melhor agir com cautela, pois 20 de abril é o dia do Diplomata. E, nesses tempos bicudos onde facções políticas se agridem pelas redes sociais, quem sabe não devêssemos eleger a diplomacia como a atividade mais importante! Lembra daquele primeiro ministro que mandou o presidente da Venezuela se calar? E a diplomacia do Ernesto Araujo? Pensando melhor... voltemos nossas atenções ao Tiradentes e suas inconfidências!

quinta-feira, 15 de abril de 2021

CADA UM TEM O SEU SEGREDO

Me sento à mesa deste computador para escrever e não entendo como as palavras, tão disponíveis em outros tempos, de repente se escondem como se tivessem medo de uma contaminação qualquer desse vírus que anda fazendo as pessoas se trancarem em casa, para não serem visitadas mesmo depois da segunda dose da vacina. Dei de procurar na literatura para ver se encontrava caso parecido, se não, talvez tenha chegado o fim das minhas escritas! Não demorou e encontrei um Vinicius, penoso numa crônica de desabafo com a dificuldade da escrita, eventualmente presente na hora de mandar o texto para o jornal, isso lá pela década de 1960!

É certo que meu álibi vem das ruas. Além dos supermercados que se enchem nos sábados à tarde e as lojas que se esvaziam de segunda a sexta, só as igrejas, que agora são virtuais, têm público cativo, sem contar o Bolsonaro que, por mais que faça loucuras, tem um bando de seguidores insanos e fidelíssimos, para a vida ou para a morte! As ruas estão cheias de robôs programados para continuar produzindo e quando se transformam em pessoas ficam em isolamento dentro de suas casas, quando morrem adquire-se outro na linha de montagem.

Às vezes falta matéria-prima. Isso não depende da pandemia, a não ser que o industrial seja escritor e os textos precisem de relacionamentos. Aí só tem um jeito: seguir o exemplo das igrejas, fazer cultos, quer dizer, relacionamentos virtuais! Quem nunca teve um? Essa seara, ao contrário do texto bíblico, tem muitos operários. Ali se cultivam todos os tipos de loucuras. Andei experimentando, afinal, de onde vem uma boa história?

Histórias, em tempos de pandemia, preferencialmente via internet, que só tem vírus eletrônicos, desses que destroem o Hard Disk, mais conhecido como HD, podem eventualmente infectar relacionamentos tidos por absolutamente fieis. Uns chamam a isso de loucuras de amor, outros uma aventura sem maiores consequências, os padres e os pastores juram que isso é pecado, mas os poetas, contemplando o infinito criado por Deus, sabem por sabedoria do sentimento, que o amor, ah, o amor! pode ter lá as suas licenças e permissões, inda que se tenha que morrer de amor!

 Se déssemos atenção à República, de Platão, não teríamos necessidade de guardar segredos. Para o filósofo, tudo deveria ser comum, inclusive os homens, as mulheres e os filhos. Nada de propriedade particular! Pronto. Um grave problema moral estaria resolvido. Mas, não! Enquanto o moralismo sustenta a ganância de uma sociedade hipócrita, os segredos pululam pelas redes sociais. Quem ainda não tem um segredo, que atire a primeira pedra!

quinta-feira, 8 de abril de 2021

O DATENA VEIO PARA MATAR ROUBAR E DESTRUIR

 

- A Joana enlouqueceu!

Precisava de uma resposta mais esclarecedora? Precisava, talvez uma menos enlouquecida! Joana não podia estar assim, fora das suas faculdades mentais. Sempre fora tão disponível na comunidade. Não tinha um pobre que batesse à sua porta e de lá não saísse sem uma ajuda. Agora estava assim: Enlouquecida?

Estava. Estava que estava! O marido teve que mudar de casa. De um mês para cá Joana deu de imaginar que ele ia matá-la de noite. Reuniu os filhos para falar-lhes dos planos do pai deles para a sua morte, seria cruel, ela sabia, cuidara de observar seu comportamento suspeito. Não podia mais dormir, a qualquer hora ele daria a ordem e os capangas viriam para matá-la, morte cruel, mal pegava no sono e vinha o pesadelo. Uma noite, quando o marido a abraçou, querendo um querer de intimidade e ela estava quase dormindo, que já não dormia desde muitos dias, sentiu  o braço do marido no pescoço e, de um pulo empurrou o marido com tanta força que ele caiu fora da cama e quebrou o braço que ficou preso em baixo do corpo e teve que ser levado ao hospital de onde voltou engessado.

- Bem feito! Quem mandou tentar me estrangular?

- Ninguém enlouquece assim, do nada!

O Padre andava de um lado para o outro dentro da Sacristia. Beata Severina andava atrás, de mãos juntas jurando que sim, Joana estava louca! Padre Amâncio, queira chamar José, o marido, para uma confissão que pudesse esclarecer tudo. Não adianta padre, confissão é para Deus, padre não pode fazer juízo de valor e nem julgamento! Então deixa, melhor nem confessar... E os vizinhos o que dizem? Não dizem..., dizem..., quer dizer, dizem, mas dizem que não disseram, porque ela anda de um jeito que não dá para saber se não vai quebrar o braço de outro alguém, então é melhor não dizer, ou pelo menos dizer que não disse, caso tenha já dito alguma coisa.

- E o delegado?

Não pode fazer nada, ainda ninguém denunciou. Que mal ela fez? Quebrou o braço do José! Quem disse que ele não merecia? Homem é tudo igual! Dona Jaqueline sempre se colocava ao lado dos acusados achando neles alguma inocência que fosse. E Joana? Coitada, não seria difícil arregimentar um exército de pobres que formariam fileiras em sua defesa!

Enquanto a igreja se ocupava de racionalizar o sobrenatural, na Vila, a casa da Joana virou atração turística. Da janela ela alertava para o perigo que eram os padrastos e as madrastas. Não deixem seus filhos em casa, ela gritava a pleno pulmões. Parte do público ria das peripécias, parte se indignava, especialmente quando Joana aparecia seminua invocando Afrodite, a deusa do amor! “Mais, mais...” gritava uma galera que há uma semana programara o hapy hour para a esquina próxima da casa.

- Mas, o que afinal pode ter afetado a mente da Joana?

- Não sei, Padre, disse a beata Severina, só sei que pelas informações dos vizinhos, a Joana assistia sempre o Datena! E com o volume cada vez mais alto!

segunda-feira, 5 de abril de 2021

OS EXCLUÍDOS HERDARÃO A TERRA

 

JUVITA BALLARINI

Já passei um pouco daquela idade em que a gente corre atrás dos neologismos, especialmente esses do internetês que deixam a gente meio sem saber o que se quis dizer. Esse novo jeito de falar que os jovens inventam a cada dia para se comunicar pelas redes sociais parece um pouco com taquigrafia, aquela forma de escrever que os jornalistas tinham para escrever rápido, usando sinais que simbolizavam quase que somente os sons das consoantes. Estudei taquigrafia quando tinha vinte e poucos anos e copiava as matérias das aulas no caderno com esse monte de rabiscos depois traduzia para a língua formal e assim eu fazia duas coisas: Era admirado por conseguir escrever e depois traduzir e, fazendo isso, estudava duas vezes, daí minhas notas eram sempre boas! Eu queria ser jornalista...

O máximo que consegui como jornalista foram dois dias de redação no Jornal O Panfleto. Fui sumariamente demitido. Daí a Caixa me chamou e eu virei bancário e continuei minha carreira de professor por mais alguns anos. Mas nunca parei de escrever, agora me vem essa dificuldade de comunicação pela internet. Fds pode significar muitas coisas, inclusive ‘fim de semana’, pqp não precisa tradução e todxs é um novo jeito de falar assexuadamente. Fico no meu deboismo com certos exageros.

Meu espírito jornalista encontrou hoje o foco das atenções: Dona Juvita! Eu me chamo Juvita, ela disse, sou a irmã da Lorita. Disse ‘irmã da Lorita’ como se essa informação fosse muito importante. Dona Juvita veio visitar minha mãe. Sentou-se na cadeira de fios que lhe ofereci, pôs o saco que carregava, ao lado da cadeira e disse que queria saber como estava a vozinha. Aproveitei para saber um pouco mais dessa figura folclórica desse lugarejo onde moro agora.

Juvita, a irmã da Lorita, não sabe quantos anos tem. Precisa ver no registro. Ela diz ‘ver no registro’ com a maior naturalidade do mundo! Não sabe ler nem escrever e isso parece não ser importante para essa mulher que passou a vida alheia ao sistema que organiza as pessoas num modelo de produção de bens de capital. Nenhuma importância ela dá a quem se proponha a incorpora-la a uma lógica social racional.

 Católica, parece ser uma das poucas fieis a compreender o cristianismo. “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus”. É quase incompreensível a simplicidade com que vive e se relaciona com as pessoas. O Sermão da Montanha é uma dura advertência aos ‘cidadãos de bem’. “Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra”. Pessoas como Juvita, a irmã da Lorita, herdará a o Céu e a Terra!!!!

quinta-feira, 1 de abril de 2021

ERA 31 DE MARÇO OU 1º DE ABRIL?

             Aproveito as duas datas para publicar esta crônica, já que a escrevo no último dia de março e será publicada no primeiro de abril, ambas datas com celebrações e troças. Sei que meus textos não agradam a todos que os leem, assim como a ditadura imposta às vésperas do dia da mentira, em 1964, não agrada aos que defendiam e ainda defendem a democracia, então aproveito que ainda temos democracia para celebrar as lutas sociais que advieram em oposição à fatídica madrugada daquele dia da mentira, primeiro de abril de 64.

Para ser sincero, prefiro mil vezes as loucuras de amor em tempos de paz! Fui jovem na década de setenta e oitenta quando o Brasil era governado pelo séquito de militares que prometiam um novo país ordeiro e seguro. Os bailes de salão embalados pela banda Os Wikins de Marechal Cândido Rondon faziam rodopiar os sonhos mais lindos e as garotas mais encantadoras, até que, em algum momento, para desespero da juventude, cantavam: Ai, ai, ai, está chegando a hora...

O líder da banda, o cantor Walter Basso, ainda faz sucesso com suas músicas e até hoje apesenta programa de rádio. O Brasil dos militares também fez sucesso. Obras como a transamazônica, a ponte Rio-Niterói e usina de Itaipu são obras de vulto. A Petrobrás se tornou a mais importante petrolífera do mundo e todo setor estratégico como riquezas minerais, telecomunicações, energia e navegação de cabotagem eram estatais e a indústria produzia seus próprios bens de capital! Tudo alimentado por captação de divisas externas abundantes, enquanto o povo encantava as praias do Brasil ensolaradas e cantava eu te amo meu Brasil! Mas, ai,ai,ai...

Quando voltei do Colégio Agrícola, em 1977, encontrei o grande amor da minha vida! Uma garota maravilhosa de quem tenho saudades até hoje. Me apaixonei pelos livros e fiz descobertas incríveis: Eles não usam black-tie, Cabra marcado para morrer, O que é isso, companheiro?, Zuzu Angel, Batismo de Sangue, Lamarca, Chuva sobre Santiago, Tortura nunca mais e outras obras que iluminavam a sangueira das Veias Abertas da América Latina.

Sinto saudades da minha garota como muita gente sene saudades da ditadura militar, uma ilusão sobre algo que não conhecemos bem. Conheci outras garotas e tive outros amores, a literatura engajada de Jorge Amado e o romantismo compromissado do Neruda me levaram ao altar da justiça social onde firmei compromisso eterno com a democracia e a igualdade de oportunidades, Leonardo Boff me levou direto à opção preferencial pelos pobres e Frei Beto ao socialismo cristão.

Afinal, foi 31 de março ou 1º de abril? Era tudo mentira?

ESQUERDOPATA!

  Ontem eu estava fazendo minha caminhada vespertina pela praça do Parque Alvorada e ouvi uns amigos que caminhavam e conversavam animadamen...