Escritores, de vez em quando, trocam umas figurinhas, que neste caso quer dizer opiniões, sobre seus escritos. Eu mesmo gosto de consultar, eventualmente algum colega para saber se ainda estou fora do que se espera de um escritor meramente comercial e, acho que sim, não sou normal e isso, de alguma maneira, me faz bem já que não gosto do senso comum e não entendo mesmo como as pessoas podem viver uma vida inteira repetindo a opinião dos outros como se fossem as suas próprias, com uma convicção que me deixa em dúvida se elas de fato acreditam no que estão dizendo ou se isso é só uma forma de se valer do dito para ter, a final de contas, algo que possa acreditar.
Há algum tempo, pedi a opinião da querida amiga, poetisa
guerreira, doutora Odila Lange, sobre uns escritos que ainda pretendo seja um
livro. Naqueles tempos ainda não tinha sequer um título, agora o nominei de “Mudança
de Fase”. Desde então tenho publicado centenas de crônicas no blog, no face
book e no jornal, todas assim, descompromissadas com o leitor. Não me importo
em agradar quem quer que seja, ainda assim tenho recebido alguns elogios,
poucos é verdade, mas me conforta saber que nem tudo está perdido, ainda restam
alguns que vivem fora do senso comum. A professora Odila gostou dos meus
escritos!
Ano passado resolvi dar um up
na carreira e me inscrevi num curso chamado: Escritores Admiráveis. Foi bom, tinha lá muitas informações de como
promover a carreira e trabalhar o marketing.
Quase fiz outro curso para aperfeiçoar a escrita, mas aí me deparei com o mundo
real, aquele onde as pessoas vivem e sonham. Pessoas, não as máquinas que
reproduzem em série o produto intelectual produzido em linhas de montagem da
indústria midiática. E minha ‘carreira’ foi de vez para a sarjeta. Peguei meus livros e distribui gratuitamente pelas ruas e
praças até chegar no Shopping Center onde me proibiram de distribui-los. Foi aí
que entendi, o shopping é a vitrine
do capitalismo, o sistema que molda as pessoas para serem mera repetidoras do
sistema e eu estava contrariando a base do sistema distribuindo gratuitamente
um produto, isso é uma ofensa quase
um crime!
Semana passada troquei umas mensagens com um colega escritor e
ele me perguntou se valia mesmo a pena continuar escrevendo textos originais e
eu não tive dúvida ao responder que sim, meu caro, escrevemos para nós mesmos,
então podemos escrever com liberdade, é o melhor que temos a nos oferecer.
Quanto aos outros, não se preocupe, ninguém lê mesmo!
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