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quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

EU NÃO QUERIA FALAR DE KFC



Estou contando cada dia deste novo ano, desde domingo, dia primeiro, que inaugurou um ano bem organizadinho onde o sábado será mesmo o sétimo dia, da semana e do ano, e também de uma esperança que se renova porque é ano novo e a rampa do palácio teve subida de pessoas simples do povo num gesto novíssimo de inclusão de verdade dado por um governante que veio da miséria do nordeste para ser operário em São Paulo e dali receber, pela terceira vez a faixa presidencial, desta vez de jeito certo, dada pela Mulher Negra Catadora de Recaláveis, pelo Jovem Negro, um Homem com Deficiência Locomotora, um Metalúrgico, um Professor, uma Cozinheira, um Artesão e um Cacique Indígena e até a cadelinha Resistência. Enquanto isso, Bolsonaro se deliciava com um frango frito na Kentucky Fried Chicken - KFC, nos Estados Unidos da América! E eu em casa com minha família assistindo tudo pela televisão.

A televisão é uma dessas invenções fantásticas que fizeram para nos distrair das coisas ao nosso redor e nos fazer pensar que a realidade virtual é mais real do que a real ao nosso redor. Vendo a rampa do Palácio com aquele povo simples quase acreditei que o país tinha compreendido que o governo serve para atender as necessidades dos que tem urgências, tipo alimento na mesa, acesso à saúde, educação de qualidade, laser, moradia, a terra e a liberdade. Ledo engano, quando voltei a ver televisão na segunda e terça-feira, vi um sujeito que nem tem um nome, mas um apelido, não é uma pessoa, mas um ente meio disforme, não tem um cargo, mas tem um poder gigantesco, e ele gritava em alto e bom som e continua gritando porque está se sentindo ofendido com as atitudes na rampa do palácio. Esse sujeito é o “Mercado”!

Mercado, é como aquele sujeito que vai à igreja e sabe que sábado é dia de descanso, nenhuma obra farás, nem tu, nem teu servo, nem teu boi, mas o crente é dono de uma loja e se ele não abrir no sábado o concorrente abre e seus clientes vão gastar o dinheiro lá, então ele “tem” que abrir porque esse é o seu negócio e lucrar é um imperativo. Assim é o mercado, eles acham certo que todos tenham acesso ao bem-estar, desde que seus lucros sejam preservados. Bastou o governo anunciar uma nova governança para a Petrobrás e a empresa já perdeu mais de R$ 100 bilhões!!!! de valor de “mercado”, segundo cálculos da empresa TradeMapa para a revista Exame. Outras empresas importantes também foram afetadas, como o Banco do Brasil, por exemplo.

Desliguei a televisão e fui pro meu quintal regar as verduras da horta, meu pé de ariticum, um pé de jabuticaba, duas bananeiras, dois de pitáia e dois de maracujá. Estão bonitos e vistosos, vão produzir alimentos saudáveis para mim. Dei uma enxadada para afofar a terra e pensei: O que mesmo o Mercado produz? Por que ele tem tanto poder?

Um comentário:

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