Você está lendo esta crônica e já não é mais dia dos finados,
foi ontem e passou como de resto cada dia dessa quarentena sem fim. Os mortos,
venerados no feriado, agora tem um novo status: COVID-19, parece não haver
cemitério neste país que já não tenha pelo menos um morto dessa doença e as
normas de visitação restringem a quantidade de pessoas e o tempo que se pode
ficar limpando os túmulos e depositando flores em homenagem póstuma ao ente
querido.
Do lado de fora os candidatos, em grande número, prometendo isto
e aquilo se forem eleitos. Quem dera pudéssemos empossar todos os pretendentes
ao cargo de vereador e prefeito que estão se oferecendo ao pleito e exigir que
suas promessas sejam cumpridas sob pena de devolução em dobro de tudo que
gastaram na campanha somado a todos os seus vencimentos no cargo. Ou não
haveria mais mortos, já que as promessas de melhorias na saúde são suficientes
para ressuscitar os que eventualmente vierem a morrer, ou sobraria muito
dinheiro no caixa da prefeitura, já que o ressarcimento estaria garantido.
Mas não só na saúde, na educação haveria uma completa revolução.
Com as melhorias nas condições de ensino e valorização dos professores e
técnicos administrativos, além do adequado acolhimento aos alunos aliados aos
métodos de aprendizagem, o povo logo seria tão culto que provavelmente nenhum
desses prosélitos se quer seria candidato, quiçá eleito. Povo com um mínimo de
conhecimento de história já excluiria pelo menos uns setenta por cento dos
postulantes; geógrafos, matemáticos e administradores junto com os
contabilistas comprovariam facilmente a ineficácia dos demais.
Como toda regra tem exceção, é o caso de admitir que tem um ou
outro candidato que até dá boas explicações de quais são as funções do
aspirante ao cargo, se eleito, ou qualquer que se eleja. O problema parece ser
que, justamente esses, as exceções, que se apresentam com alguma sobriedade,
talvez sejam os que ainda não tem sua corja, talvez nem a queriam, tornando
ainda mais difícil o convencimento do eleitor para lá de acostumado com
bajulações de todo tipo e agrados pelos quais troca seu bem mais precioso na
arena social: o voto.
O dia quinze de novembro está bem ali! Já tive expectativas
melhores em eleições anteriores, nesta, a COVID-19 já matou mais de cento e
sessenta mil que estão no cemitério e foram lembrados no dia dois, parece que
temos uma Covid-E, Eleitoral matando milhões que ainda não sabem o tratamento
para essa pandemia de incompetência política.
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