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quinta-feira, 12 de novembro de 2020

QUANDO A HORTA INVADE A PRAÇA

               Ando pensando que talvez nem valha mais a pena ficar andando por aí à procura de saúde física em caminhadas pelos parques fechados enquanto a doença se aglomera em comércios abertos como a contrariar a lei do retorno que parece não valer para quem faz leis que não retornam depois de atingir os que ainda insistem em andar pelos parques mas sempre os encontram fechados.

Mais uma vez fui vencido e mais uma vez voltei ao parque Antenor Martins, no Bairro Flórida, um espaço enorme com áreas verdes e pistas de caminhada onde alguns mais atrevidos como eu também andam de skate aproveitando as descidas onde a velocidade aumenta proporcionalmente com as batidas do coração para, lá no final onde a pista termina num cruzamento com outra em ângulo de noventa graus o skate passar reto e se recusar a andar na grama obrigando o skatista amador a uma corrida desordenada e de vez em quando um belo tombo e umas boas risadas!

Mais uma vez o parque estava fechado e as lembranças se divertiam na memória enquanto eu carregava o mini-long para o outro lado da avenida onde uma praça abandonada estava aberta e o matagal se desenvolvia regado pelas águas das últimas chuvas. Tava lá uma placa enorme de concreto de quem deveria cuidar do local se quisesse fazer propaganda: Lions Clube! No meio da praça resquícios de um tempo que passou; Como se fosse um palco, construído em alvenaria, lá estava o lugar destinado a televisão onde as pessoas se reuniam para assistir jogos da seleção brasileira e outras programações.

A praça, é do povo! Uma vizinhança que não se fez de rogada resolveu fazer, ali mesmo, num canto da praça, uma espécie de mini reforma agrária e plantar uma horta, assim mesmo, contrariando qualquer referência ao latifúndio, uma horta acessível já que até mesmo o alambrado que existia neste locar foi aberto deixando o acesso livre aos curiosos que, mais educados que possa parecer, não invadem o local. Olhei para um lado e para outro, tirei fotos, ninguém veio me dizer se podia adentrar ao local o não.

Não entrei na horta, mas que fiquei com uma enorme vontade, fiquei! Fiquei também com vontade de ser o prefeito da cidade e decretar que todas as praças reservassem um local para uma horta comunitária, dessas mesmo que não tem cerca e nem fiscalização, o povo sabe se organizar melhor dos que os governantes pensam.

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