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segunda-feira, 30 de novembro de 2020

UM LÍDER DEVE ESTAR NO CENTRO

Seu Jair é uma daquelas pessoas que sabem convencer outras a segui-lo em quase tudo, é aquilo que se pode chamar de líder nato. Por mais que suas decisões sejam desastrosas, tem sempre fiéis escudeiros para apoiá-lo e justificar que alguns insucessos são decorrentes da grande necessidade de tomar decisões muito importantes em curto espaço de tempo e, eventualmente, algumas malsucedidas decisões podem ser estratégicas para que outras tragam um bem maior no longo prazo.

Dentre as muitas formas de se liderar pessoas e situações em que as pessoas dependem de boas tomadas de decisão, estou bem seguro de que tenho um bom exemplo para expor nestas linhas. É o caso do seu Jair, lógico! Fala sempre gesticulando e não titubeia quando quer demonstrar repúdio aos seus oponentes que eventualmente argumentem em contrário. Seu Jair é homem convicto.

Não que seja daqueles a quem se possa elogiar pela capacidade intelectual. Foi mau aluno no ensino fundamental, que na sua época ainda era chamado de primeiro grau. No segundo grau reprovou três vezes na terceira série, mas concluiu o curso fazendo o supletivo. Naquela época, década de 1970, o ainda jovem Jair não queria de jeito nenhum fazer o supletivo, insistia que seria melhor fazer o Exame Madureira, mas tendo este sido extinto ainda em 1969, teve que curvar-se ao mando dos pais que o inscreveram onde se podia concluir mais rapidamente o segundo grau, assim teria alguma chance de ser promovido no exército onde estava prestes a se alistar. Os militares mandam neste país!

No exército, onde entrou como soldado raso, engajou e seguiu carreira até tenente. Queria o posto de general, mas um incidente fez com que encerrasse a carreira militar. Insatisfeitos com o valor dos soldos, o tenente Jair liderou uma pequena revolta e acabou expulso, situação que depois foi revista, mas teve que deixar as tropas levando consigo a promoção para capitão.

O fracasso nunca existe para quem nasceu para ser líder. Fora da farda, Jair entrou para a política e rapidamente formou seu grupo de fiéis seguidores herdados dos tempos da caserna. Depois de anos firmado em discursos inflamados contra fantasmas imaginários, dispôs-se ao cargo maior. Juntou lideranças religiosamente fiéis num grande círculo onde expôs seu plano de poder e convocou as maiores lideranças para a cruzada contra o inimigo.

Feitas as considerações e análises de conjuntura política, pediu opiniões de seus assessores que imediatamente sugeriram que ele deveria postar-se numa grande área no centro, chamada centrão. Mas, ali, gaguejou, ali é um lamaçal!

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