Quando escrevo uma história eu gosto de escrever os nomes verdadeiros dos personagens, alguns até imprimem o texto para mostrar orgulhosamente para os amigos ou familiares o seu nome no jornal. Mas, às vezes não consigo tal autorização, em alguns casos nem consigo saber o nome verdadeiro ou se me é dado um nome que pode ou não ser só um apelido, talvez um nome inventado na hora. Para a história que fui autorizado a publicar hoje, também fui completamente desautorizado a usar nome, apelido ou qualquer menção que levasse a identificação da pessoa, então vou usar nome completamente fictício.
Me disse o camarada, que passo a chamar de Seu Joaquim, que
depois de quarenta e oito anos de trabalho conseguir finalmente aposentar-se.
Foi sempre muito difícil, pois um pedreiro só ganha bem depois de muitos anos
na profissão e se conseguisse permanecer na mesma firma, como é o caso.
Seu Joaquim tem dois filhos crescidos e sempre quis dar o melhor
para os meninos. Quando nasceram fez uma promessa de eles não sofreriam como o
pai e jurou que jamais faria ele trabalharem em serviço pesado. É muito sofrido
e não quero isso para meus filhos! A esposa concordava, como toda mãe, de que
os filhos nunca, mas nunca mesmo, tivessem que trabalhar duro como o pai.
Logo que completaram os anos de ir para a escola, cada um foi
matriculado na escola municipal onde estudaram até a oitava série, depois na
escola estadual até o segundo grau e daí foram alguns longos anos tentando
passar no vestibular até que por fim desistiram dessa ideia. O pai insistia que
fazer faculdade era importante, mas depois dos vinte e cinco anos de idade,
pensou que deveriam achar emprego e começar a vida. Como, pai? Não vou
trabalhar de pedreiro, não! Além do mais, o tempo de aposentadoria já está
contando!
Sim, Seu Joaquim fora um pai atencioso. Desde que cada um dos
dois meninos completou dezesseis anos, passou a pagar INSS para eles, como se
fossem autônomos, assim, pensava, quando completarem cinquenta e um anos de
idade já poderiam se aposentar. E parecia que os meninos iam mesmo aposentar
sem trabalhar. Agora, diziam isso é comum; Nem, Nem, Nem: Nem estudar, Nem
trabalhar, Nem ajudar em casa.
E dá para acrescentar mais um Nem: Nem é fácil ter filhos assim! Mas faltava só mais quatro anos para chegarem ao tempo de se aposentar e quem sabe saírem de casa. Bolsonarista de carteirinha, acreditava que agora tudo ia ser diferente, e foi, veio a reforma da previdência e a idade dos meninos aposentar foi para sessenta e cinco anos. Desgraçado! Não aguento mais pagar mesada!
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