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segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

POR UM TEMPO, FORA DA CAIXINHA



O Brasil é um país diferente mesmo! Não só pela tristeza do seu povo transformada em alegria na televisão durante o carnaval, ou pelas mulheres sofridas pela discriminação e exploração, feitas bonitas e exaltadas em versos e prosa nas rodas de samba, ou, ainda pelo futebol que convoca jogadores de países do mundo todo, menos do Brasil, para a seleção, mas pela capacidade de aceitar as mentiras públicas como verdades particulares. É um caso a ser estudado, tipo aquele desafio dos nove pontos da figura ali acima.

Fiquei uma semana sem publicar nenhuma crônica, simplesmente porque não as escrevi. Não me dei ao trabalho de escrevê-las. Morando neste país tão diferente, achei desnecessário. Mas, depois de saber que o mundo todo está completamente comprometido com a vacina contra a COVID, pensei em resolver o problema proposto por John Adair, em 1969, chamado o ‘O Desafio dos nove pontos”. Se quiser tentar, as regras são as seguintes: Ligar os nove pontos da imagem acima, usando apenas quatro linhas retas, sem levantar o lápis do papel e sem passar mais de uma vez pelo mesmo ponto. Uma única informação adicional é muito importante: É preciso pensar ‘fora da caixinha”.

E é sobre isso, exatamente sobre isso que ando pensando ultimamente, não o problema do John, mas a parte ‘fora da caixinha’. Para resolver o problema dos nove pontos é preciso que os traços ‘saiam dos limites indicados”. Enquanto eu deixava de publicar meus textos por uma semana, os preços no supermercado subiram absurdamente e o governo anunciou índice de inflação dentro dos pontos aparentes do problema, e propôs os reajustes ‘fora da caixinha’ para os salários e aposentadorias!

Fora da caixinha também é um programa onde as pessoas viajam para outros países sem ter que pagar nada pela hospedagem, se comprometendo a cuidar da casa, que é dos outros, como se fosse sua, tipo a privatização de plataformas da Petrobrás que é concedida a investidores internacionais que a ocupam e dela tiram o lucro que será remetido para países estrangeiros.

Então, por que eu, um simples escrevinhador que não defende cloroquina ficaria quieto no meu canto com as palavras pululando dentro do peito? Resolvido o desafio dos nove pontos, continuo publicando minhas mal traçadas linhas e me permito pensar que, pelo menos um pedacinho do jornal ainda pode ser um lugar fora da caixa.

Um comentário:

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  Ontem eu estava fazendo minha caminhada vespertina pela praça do Parque Alvorada e ouvi uns amigos que caminhavam e conversavam animadamen...