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segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

ESTÃO COMEÇANDO AS DESPEDIDAS

             Está um alvoroço nas repartições públicas municipais onde novos comandantes devem tomar posse do cargo ainda nesta semana. Funcionários concursados ainda dormem o sono dos anjos, mas uma leva de comissionados desejariam que dois mil e vinte nunca acabasse, mesmo com essa pandemia que para muitos é fichinha perto do lhes espera com a chegada do adversário político que vai se tornar chefe em três dias.

Eu, ainda, sou presidente de uma Associação de Produtores Rurais da Agricultura Familiar e, como tal, vez e sempre ando por alguns corredores da administração municipal e já há tempos percebo a inquietação. Antes das eleições tinha comissionado fazendo campanha para dois candidatos, o que se encontrava em primeiro lugar nas pesquisas e o segundo que apostava numa virada de última hora. Ufa! Acho que me salvo, desabafou um desses barnabés, esforçando-se por esconder os votos que pedira ao provável eleito, derrotado pelo voto útil.

Ter funcionários de confiança é fundamental em qualquer atividade que se tenha necessidade de auxiliares para o desempenho das funções que são atribuídas, mas no poder público, parece que isso de ‘confiança’ é ainda mais importante. Em inícios da década de dois mil, fui investido de um desses cargos comissionados na prefeitura municipal e, todo orgulhoso e cheio de idealismo, passei a gerir um setor até bem importante na Secretaria de Fazenda. Quer dizer, tentei gerir um setor bem importante. Mesmo já tendo militado por longos anos na política e feito centenas de análise de conjuntura, não tinha eu ainda me dado conta da realidade do que os sindicalistas mais combativos chamam de ‘chão da fábrica’ da democracia.

Enquanto escrevo estas mal traçadas linhas, tem dois funcionários de uma empresa terceirizada instalando um aparelho de ar condicionado aqui no apartamento. Quem fiscaliza o trabalho deles? Eu, o principal interessado no serviço. Exatamente neste mesmo momento, tem dezenas de empresas terceirizadas prestando serviços para a sociedade e sendo pagas pelos administradores municipais com o dinheiro do contribuinte, no caso, eu de novo. Mas, quem fiscaliza?

Acho estou entendendo porque se gasta tanto dinheiro nas campanhas eleitorais!

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