Fiquei com vontade de dizer que o dia seria ‘da chuva’ para
homenagear essa beleza de tempo úmido e refrescante que temos hoje em nossa
cidade. Quem sabe sendo homenageada ela não nos deixa, como o fez desde o ano
passado, numa secura que vai aumentado a cada dia e não adianta teimar que nem
falta de água na torneira é capaz de fazer crescer a consciência pelo uso
racional e também não adianta racionar a água se as nascentes não são preservadas
e não adianta preservar as nascentes se o resto é desmatado e envenenado, e
chega de não adianta, que enquanto não secar a ganância não tem secura que de
conta de elevar o espírito do bolso até a cabeça que é onde deveria estar.
O dia da chuva poderia ser mesmo em novembro, porque setembro e
outubro ela ainda está tão tímida que pode querer nem comparecer na data da
homenagem e se deixar para dezembro papai Noel não vai quer, janeiro é férias e
fevereiro tem o carnaval que nem abaixo de chuva aceitaria uma data afirmativa
contra os desfiles ao ar livre, e março, quando as águas já estão a se despedir
tem São José e a Enchente das Goiabeiras garantindo o fechamento do verão
conforme cantado pelo Tom Jobim.
Então, que tal aproveitarmos que os novos vereadores e prefeitos
estão se preparando para o anúncio de medidas de impacto nos início dos
mandatos e façamos um abaixo assinado pela internet instituindo em todos os
municípios o dia municipal da chuva e comecemos por essa data a construção
coletiva de projetos de preservação ambiental já que dia da árvore não vingou e
o dia da consciência ambiental, que é dia 22 de novembro, está chegando e
ninguém parece estar empolgado com a data, pois a destruição do ambiente
natural é meio que um pressuposto para o desenvolvimento capitalista, que aliás
não é comemorado oficialmente em dia nenhum, mas proclamado todos os dias!
Deixemos o dia da chuva de lado que ninguém vai se interessar por
isso e vamos chover no molhado para dizer que a chuva que interessa mesmo é a
chuva de bênçãos, e quando a chuva, de chuva mesmo, faltar, você pode lembrar
do profeta que depois de anos de seca olhou para o céu e lá viu uma nuvem do
tamanho da mão de um homem e danou a anunciar que a chuva viria, e não é que
ela veio mesmo! Pois, tenhamos fé, um dia uma nuvem de sensatez há de aparecer
no céu da imbecilidade humana!
Tenhamos fé
ResponderExcluirA fé inabalável