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sexta-feira, 30 de outubro de 2020

O AMOR QUE BROTA DO INVISÍVEL

             Sabadou e seja lá o que for que tenha acontecido na semana toda, nada é mais importante do que sentar à mesa do bar para aquela cervejinha do happy hour e os reclames do amor com os amigos, todos com suas histórias de desencontros ou desentendimentos porque os demais já se foram à casa encontrar a bem-amada para o jantar, um cinema e depois as coisas que só o amor sabe revelar entre os lençóis bem protegidos pelas quatro paredes silenciosas.

O que é o amor, se não uma cerveja espumando que se bebe e depois do prazer se busca outra e mais outra sempre no mesmo copo e acompanhado dos mesmo petiscos apimentados e saborosos que enchem os momentos para depois acabar em nada numa mesa de bar com os amigos de sempre todos bebendo a mesma cerveja com os mesmo petiscos. Na mesa ao lado o amor bebe vinho e degusta uma lagosta exclusiva e cara, inalcançável aos comuns da mesa coletiva.

Se pelo menos eu soubesse de onde vem o amor e eu iria até o nada de onde ele vem ou o limbo onde reside. A origem do amor é o nada, o não ser existencial onde se fundou a condição humana. Garção, mais uma! Outra, meu amigo? Outra! E depois mais outra até saborear todas e desfrutar de cada momento em particular como se fosse único, mesmo sabendo que meus amigos compartilham comigo. Que me importa? Melhor assim do que ficar no canto, às escondidas bebendo sozinho ao sabor das imagens da televisão enquanto o copo se enche na mão que não para.

Desculpem, estou meio desiludido, mas cumpri todas as metas da semana! O mercado vai bem e serei remunerado porque a folha de pagamento não tem sentimento, é dela que pagamos as contas do bar e o bar paga as luzes coloridas e servem à mesa o prazer que nos leva ao nada, exatamente o lugar de onde vem o amor.

Fim de noite meus amigos, hora de ir encontrar o desamor que ficou à espera em absoluto silêncio e na mais absurda escuridão fazendo-se vazio onde certamente vou estar em minutos esperando pelas metas da próxima semana. Invisível, cheio de amor, no nada, no limbo, querendo ser existência. Sabadou, é o amor!

Um comentário:

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