Tive que me socorrer na memória de um velho amigo e atual
candidato a vereador para lembrar o nome do mais folclórico dos políticos de
Dourados, o ex-vereador Adenilson Azola ou Azola do Burro. Depois de fazer
campanha sem apresentar nenhuma proposta viável, com seu estilo pitoresco,
elegeu-se com o voto nulo, isso mesmo, eleitores desiludidos com os políticos
de plantão, diziam: não vou votar para ninguém, vou votar no Azola!
Não sei dizer se Azola do Burro era terrivelmente evangélico,
acho até que nem religião alguma seguia, não tenho essa informação, mas o fato
desse vereador que comia mandioca na sessão do legislativo e propunha a criação
de um burródromo ser do mesmo partido que hoje anuncia compor o secretariado
terrivelmente evangélico me fez relacionar uma coisa com a outra, claro sem
comparar o comportamento de ambos os políticos.
Em 1992, quando Azola foi eleito não havia internet. Atualmente
as comunicações fazem surgir políticos com muito menos criatividade, mas com
esperteza semelhante. Terrivelmente evangélico é uma expressão copiada a
Ministra Damares que assim se expressou para ressaltar o que deveria ser o
comportamento dos assessores do presidente Bolsonaro. Fechados num cercadinho,
que talvez pudesse ser a expectativa de um burródromo, terrivelmente
evangélicos patrocinados pelos políticos de plantão, idolatravam o presidente
em cada manhã.
Abandonados à própria sorte, os evangélicos viram Bolsonaro
aliar-se ao que tem de pior na política, o grupo denominado Centrão. Algo me
diz que um candidato, aqui em Dourados, crê firmemente que os crentes já se
esqueceram disso e jura que seus assessores serão terrivelmente evangélicos.
Utilizar do nome de Deus, em vão, já é prática costumeira na
política. Ditadores rezavam missa no palácio do planalto enquanto seu governo
torturava cidadãos nos porões do DOI-CODI. A grande novidade são os Neocrentes
que idolatram o poder e as riquezas, estes, associados a políticos velhacos e a
bancada da bala fazem da bíblia um instrumento de emburrecimento do povo em
cultos ao deus momo.
E por falar em emburrecimento, lembrei do Azola do Burro e sua
proposta de que a prefeitura construísse um borródromo, talvez atualmente um
espaço tipo o cercadinho do Planalto onde crentes terrivelmente evangélicos se
aglomeravam para idolatrar seu ídolo de barro, ou talvez a desvalorização do
ensino, onde se poderia aprender que
Jesus não buscava o poder político, mas o acolhimento das pessoas
simples.
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