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quinta-feira, 29 de outubro de 2020

HOJE AS RUAS ESTÃO MOLHADAS

             Há tempos que o centro sul e sudeste do Brasil vem sofrendo com a falta de chuva, segundo o boletim do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais do Ministérios das Ciência e Tecnologia do Governo Federal, a seca tem atingido grande parte do país. Para saber disso nem precisava desse Centro Nacional, mas as informações até que ajudam a entender o porquê de as prefeituras terem economizado um bom dinheiro nas operações tapa-buraco das ruas. Não há buraco que não se anime depois de uma boa chuva, e a culpa é de quem? do tempo, claro!

Ontem choveu, hoje também. Não sei se era um buraco novo que resolveu dar o ar da graça ou se um bem antigo que ali permanece desde a última chuva volumosa. Pelo estrago que causou na roda do Gol que passava, creio que era buraco de ano ou mais. Bem alimentado por uma chuva já esquecida no tempo, certamente aumentou de tamanho ao longo do tempo e dos solavancos dos motoristas desavisados chegando ao ponto de não mais aceitar apenas estragos de amortecedores, cheio de água da chuva de ontem, parecia um inofensivo buraco qualquer até que o Gol resolveu  passar por ele e ali mesmo ficou. Não fosse a perícia do motorista da saveiro que vinha atrás, além da roda dianteira haveria grande prejuízo no porta-malas que fica na traseira do carro também.

Passei de bicicleta pela cena e, claro, parei na aglomeração do povo reclamando dos buracos da rua e vez por outra silenciando aos gritos do motorista do Gol que esbravejava contra a falta de manutenção das vias públicas. Não acho que a atual mandatária tenha feito um bom trabalho, mas confesso que fiquei constrangido de saber que a maior autoridade municipal pudesse ser tão esculachada em público, parecia estar em pior situação até do que as enlameadas ruas.

Segui meu caminho enquanto uma garoa se formava trazendo aquela chuva de molha-bobo. Ia desviando das inúmeras possas de água suja que se formaram ao longo da via até que numa esquina o acúmulo de água era tanta que não teve outra saída que não atravessá-la, na segunda pedalada ouvi o som do motor de um corola se aproximando no que eu poderia chamar de alta velocidade, para uma via urbana. Sem dó e nem piedade afundou os pneus naquela enorme possa e me deu um banho de lama. Parei ali mesmo, dentro da possa, xinguei primeiro o motorista do carro, depois a prefeita e só então me lembrei que o culpado era mesmo o engenheiro que aprovou a obra.

Não há inocente entre os envolvidos, mas o engenheiro da obra, este é o que deveria ser nominado em todas as maledicências depois de uma boa chuva como a de ontem.

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