Os homens estão mesmo precisando de conselhos. Hoje, andando na
rua vi um que não sabia mesmo se era homem ou mulher! Se decida, aconselhou
outro que já se assumira como outra e estava feliz. Não parei para entrar no
assunto, mas o assunto entrou em mim e fomos caminhando pela rua até um
barzinho para tomar uma água e refrescar o calor de quarenta graus. Paguei pela
água e recebi um bom conselho sobre a necessidade de hidratação, enquanto na mesa
do lado de fora da porta dois homens se aconselhavam sobre casamento. Já falei
para minha mulher: se o homem não come em casa, come fora!
Parece que as coisas estão meio confusas entre os homens. Não
bastasse todas as necessidades de afirmação masculina, agora tem esse movimento
feminista que veio para questionar o machismo e ainda mais, incriminá-lo! O
feminismo passou a ser aceito socialmente enquanto machismo virou crime! Não
entendi. Também não entendi a fúria do homem do bar quando o amigo lhe
respondeu que a mulher pode cozinhar para fora se o homem sair para comer.
Devolvi a garrafa de água vazia ao balcão e fui para a rua.
Homens e mulheres indo e vindo, cada um com seus trejeitos e necessidades. Fiquei
pensando em quem comia fora e quem cozinhava para os outros. É inevitável,
quando uma informação entra na cabeça ela se associa com outras semelhantes e
vai produzindo ideias. Reparei em todas as pessoas que passavam e fui
imaginando suas identidades. Na praça um pregador, de bíblia na mão, dava
conselhos ao vento: Olha para ti, será que tu podes julgar os outros? Queres
tirar o cisco do olhou de teu irmão, mas a trave que está no teu olho é ainda
maior!
Fui ao comércio e comprei basicamente três produtos que me
faltavam e era urgente o suprimento. Atendidos meus desejos de consumo, voltei
para casa um pouco aflito, pensando em que conselhos daria para mim mesmo, se
fosse dar algum. Imediatamente pensei em não dar conselho nenhum que não estou
precisando, mas por via das dúvidas liguei para um amigo escritor e ele nem
pensou duas vezes, no primeiro pensamento que teve disse que deveria cuidar
para não dar conselho algum em minhas escritas, especialmente para homens, pois
estes, tomados de razão, esquecem-se que o fruto proibido da árvore do paraíso
era justamente o do conhecimento do bem e do mal. Não houve conselho que os
impedisse de comer desse fruto prazeroso. É, fruto prazeroso é melhor comer em
casa, não no jardim dos outros!
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