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sábado, 29 de agosto de 2020

A FLOR DA FORTUNA!

             As flores tem uma linguagem própria para se comunicar com os seres humanos e no fim de semana elas aparecem em todas as mídias dos românticos que as buscam antes de fazer outras pesquisas no google e mandam floristas fazerem entregas especiais para a bem-amada ou para acalmar alguém que eventualmente deixou de amar por algum motivo fútil, certamente falta de comunicação adequada pois não há o que não possa ser explicado e nem pecado que não possa ser perdoado mediante um belíssimo buquê de rosas.

As rosas são mesmo as rainhas do jardim e não há quem não queira viver em um mar de rosas. Rainhas são admiráveis e seu perfume atrai os súditos como feromônio atrai o macho para o acasalamento e os beija-flor para o néctar de onde tiram todo o alimento mais precioso numa sequência invejável de beijos. As flores, o jardim e o fim de semana, um arranjo bem feito cura feridas do amor que não teve tempo nos outros dias.

Não gosto das rosas! Sim, tem quem não goste das rosas. Elas traíram pelo menos um amigo que comprava flores e recusava a sugestão da florista. Não gosto porque foi uma rosa que me traiu! A frase saiu incontida, quase sufocada. O jovem cliente que recusava as rosas era certamente um romântico, escolhia cada flor como se escolhesse palavras para a bem amada e ia qualificando-as: Girassol é a felicidade; Orquídea pureza espiritual; Lírio prosperidade; Astromélias afeto; Margaridas juventude; Cravos fidelidade... ela foi infiel recebendo aquelas rosas!

Não pude evitar o olhar quase curioso sobre meu amigo e quando ele flagrou minha curiosidade tentei desconversar e perguntei o que achavam daquele buquê de flores na prateleira um pouco atrás da florista quando o jovem pegou outro arranjo e me alcançou. Este, este é perfeito para você! Flor da fortuna! Um afortunado como você nunca foi traído pelas rosas! Disse isso e saiu calmamente sem levar nenhuma flor. Não gosto das rosas, ainda repetiu.

Talvez eu seja mesmo um afortunado. Comprei as flores e agora elas estão num belo vasinho e sorriem para mim enquanto escrevo esta crônica, quem sabe possam passar um pouco de fortuna para quem estiver lendo o texto!

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