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sexta-feira, 18 de setembro de 2020

AS COISAS BONITAS ALGUM DIA SE ACABAM.

             Existem muitas coisas bonitas nessa vida, quem dera durassem para sempre. Quando uma criança nasce não há quem não diga que ela é a coisa mais linda do mundo; A cara do pai! Ou da mãe! Se for a cara do tio ou do vizinho ninguém vai dizer mesmo porque na verdade quando a criança acaba de nascer não é nem ‘tão bonitinha’ e nem se parece com ninguém, ela só se parece consigo mesma, mas a beleza que ela expressa, essa sim, é sempre a cara o pai ou da mãe ou do próprio milagre da vida.

Eloá Marques, 8 anos de idade, é Miss Brasil Mirim 2020. Bom para ela ser eleita, num concurso, a garota mais bonita do país. Mas, ela é bonita (natural) ou ela foi feita bonita (artificial)? Começo logo com uma pergunta que é para gerar intriga com um bocado de gente que tem no belo artístico, que é um produto do espírito, conceito de beleza superior ao belo natural.

Vejo as pessoas na rua ou os atores num programa de televisão e consigo saber se tal ou qual pessoa ou personagem é bonito porque tem um conceito de beleza largamente difundido com um fim comercial, e funciona! É a beleza artística, a representação do belo por uma definição espiritual, exclusivamente humana.

Se tirássemos a maquilagem da Eloá e a deixássemos pelas ruas sem nenhum tipo de propaganda de sua beleza e só então fizéssemos uma eleição espontânea, seria ela, ainda assim, a garota mais bonita? Uma representação da beleza pela arte é sem dúvida agradável e acrescenta valor ao objeto independentemente se uma pintura, uma escultura ou uma pessoa. Num mundo monetizado, acrescentar valor de beleza aos produtos é a regra a ser seguida, pois gera valor de troca e, não fosse a monetização, não haveria concurso de beleza porque ninguém troca uma pessoa bonita por um pacote de arroz. Se bem que arroz agora está tendo valor de salão de beleza!

A arte pode durar para sempre, mas a beleza humana, ainda que produzida pela arte algum dia se acaba, assim como se acaba, também, a capacidade de se apreciar a beleza da arte porque ela perde o sentido para as pessoas que viveram da beleza e já não mais as tem. Mas, tem beleza que parece não acabar nunca. Minha mãe tem 86 anos de idade e é a pessoa mais linda que conheci em toda minha vida!

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