Você deve estar pensando que eu vou
falar do presidente Bolsonaro. Não! Desse sujeito nem é preciso falar, né?
Quero falar de um sujeito coletivo que, de alguma maneira muito bem definida
defende esse sujeito, também ignóbil. E nem é preciso muito esforço mental para
entender, basta escorar o sovaco na bengala do tal: “Deus, família e Pátria”. Essas três palavrinhas são muito caras ao
povo evangélico. Deus, o todo poderoso, onisciente, onipresente e eterno;
Família, estabelecida por Deus e formada por homem, mulher e filhos e
indissolúvel; Pátria, país em se nasceu e onde se exerce a cidadania.
O sujeito coletivo a que me refiro
não são os cristãos evangélicos em geral, os ditos Crentes, estes são pessoas de boa fé que seguem seus líderes
acreditando que eles, tendo estudado teologia, têm uma melhor compreensão do
texto bíblico, expressão da verdade, escrito por humanos, inspirado por Deus,
útil para o ensino, repreensão, correção e justiça a fim de que o homem seja
preparado para toda boa obra.
Eu frequentei igreja evangélica por
quase duas décadas! Fui batizado e dizimista por anos, acredito que realmente a
palavra bíblica tem orientações muito claras para a vida plena e que Jesus foi
o grande exemplo da nova mensagem contida no Novo Testamento. Dito isto, faço
agora referência ao Sujeito Ignóbil a
que me referi no título. Ignóbil, segundo o dicionário Michaelis, significa: “Que
desrespeita as normas sociais, a decência e os bons costumes; abjeto, infame,
torpe, vergonhoso”. Coloco no rol desse Sujeito
a “Direita” e os líderes religiosos
que se identificam com a orientação política do presidente Bolsonaro.
A Direita, que na verdade é extrema
direita, é esse amontoado de pessoas muito ricas e estúpidas que usam dinheiro,
público e privado, para fazer política a favor de um pequeno grupo social que
vai se tornando uma Casta e conta com
o apoio de formadores de opinião que se comunicam com os mais pobres a fim de
obter apoio popular para seu projeto. Entre o objetivo da elite e a mensagem
que chega ao cidadão comum existe um fosso de hipocrisia.
Entre os formadores de opinião estão
políticos, empresários, jornalistas, comunicadores sociais, artistas
especialmente sertanejos universitários, youtubers, influenciadores digitais,
religiosos e uma máquina de fake News,
todos alimentados com promessas de dinheiro fácil, fama e poder. Não há nenhuma
possibilidade de haver democracia quando quem joga está nos extremos.
Eu já fiz análise de conjuntura
muitas vezes e não me surpreende que formadores de opinião sejam cooptados para
este ou aquele projeto político, faz parte do jogo, só não posso aceitar que
religiosos, teoricamente conhecedores da Palavra, se deixem levar por promessas
do Céu no meio do Inferno!
Para ser pastor, é necessário cursar
teologia, um curso de estudos bíblicos que prepara o futuro líder religioso com
conhecimento profundo dos sessenta e seis livros que compõe o texto base da fé.
São quatro anos de estudos e espera-se que os formandos tenham capacidade de
compreender pelo menos o básico da palavra de Deus, mas parece que uma doença
religiosa tomou de conta das grandes instituições, de modo a que a palavra
ficou relegada a segundo plano em questões muito caras ao texto original e as
igrejas estão acreditando mais nas fake News
da extrema direita do que no Evangelho cristão. É esse sujeito coletivo, o de líderes
religiosos que seguem cegamente a extrema direita, que eu chamo de Ignóbil, porque:
1) Segue um líder vergonhoso que desrespeita as regras de sociedade; 2) Idolatra
um ser humano e lhe presta culto como se a um deus; 3) Defende uma política de
violência contra os mais pobres e oprimidos; 4) Usam o texto bíblico para se
locupletar às custas da miséria dos fiéis e 5) Defendem uma economia Liberal,
concentradora e excludente quando o texto bíblico (livro de Atos) manda distribuir
tudo igualmente para todos.
Pura verdade. Dpk
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