Hoje é o dia do escritor e eu estou há uns trinta minutos com as mãos no teclado sem escrever. Estou parecendo casal que emburrou no dia do aniversário de casamento e já não se fala desde a manhã, mas pretende comemorar as bodas de papel, não vai ter festinha, nem um texto prazeroso.
Entre o chá de cidreira e a sopinha
da meia-noite, o namoro é só nas ideias, eu e as palavras estamos de mal, mal
sabemos o que é uma prosopopeia e a ironia é que o anacoluto confunde até mesmo
a antítese! Deixemos de lado as figuras de linguagem, mesmo que sejam muito
úteis no relacionamento para se dizer que a Fera
rangeu os dentes diante da bondade
infinita de quem nunca foi bom. Aquela
noite, não sei qual era! Como se sabe, o
bem e o mal andam juntos, por que não nós também?
Salve nós!! Graças aos escritores,
nós, muitos nós podem ser desatados
no entendimento da intrincada comunicação social que, doutra forma seria
completamente truncada.
Continuando o texto, já não mais é
“o” dia do escritor, já dormi e acordei um novo dia, mal olhei as redes sociais,
mal as tenho, mas foi o bastante para não querer vê-las. Ver o quê? Há muitos
escritos e poucos escritores, se ofende a gramática da mesma forma que se
desrespeita o ser humano. O realismo virou uma guerra fraticida! É urgente o
fascínio, o encantamento, a beleza, a arte das palavras em frases bem
construídas, a exaltação do amor impossível e a contemplação do infinito na
existência do não tempo. Se tempo é dinheiro e o dinheiro é a raiz de todos os
males, então melhor não ter tempo.
Acho que isso não seja muito
empolgante para a maioria das pessoas, nem mesmo para os próprios escritores, a
maioria enfiados na difícil tarefa de construir uma carreira lucrativa, o
mercado editorial é como um supermercado onde se compra e se vende por dinheiro
o que deveria ser gratuito, quem mais precisa de encantamento são exatamente
aqueles que não tem dinheiro para comprar e se alguma moeda lhes sobra, hão de
gastá-la em arroz, feijão e uma boa bebida alcoólica para de alguma maneira
continuar vivendo e sonhando, delirando sobre a merda em que nos metemos como
humanidade, bêbados e escritores se igualam, os verdadeiros gastam as últimas
moedas embriagados de sentimentos humanitários e holísticos e também de
cerveja, vinho...
Quase tive um ataque de ingenuidade! Por
um momento pensei estar em Utopia,
aquele país onde não circula dinheiro e todas as pessoas tem acesso a tudo,
alimentos, vestuários, livros, artes, tudo sem a necessidade de dinheiro, não
existe uma elite que se apropria da arte e bota preço nos livros. Onde estão os
escritores que sonham com um mundo melhor e mal sabem da existência de Utopia? Quantos já a visitaram?
Parabéns.
ResponderExcluirParabéns pelo dia do escritor.Vc é excelente.
ResponderExcluirIsso aí...LARA
ResponderExcluirMara _ Meus parabéns.
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