UTI é um desses lugares onde a gente espera nunca ter que passar além da placa e da própria definição: Unidade de Terapia Intensiva. Pois é, hoje entrei numa para ficar pelo menos até amanhã de manhã. Mesmo admitindo que esteja mal, e que, de certa forma esteja necessitando um tratamento intensivo, essa internação é só mais uma daquelas regras que se quebra pelo bom-senso. Minha mãe, oitenta e oito anos, está sob tratamento médico hospitalar e pediu para que o filho pudesse ficar junto dela.
Acabei de ter uma conversa com a simpática Júlia Lionardo, e ela
me garantiu que sim, aqui tudo está limpo, muito limpo, ainda assim ela passa o
pano em cada cantinho à procura de uma sujeira qualquer que por ventura tenha
querido brincar de esconde-esconde. Mal saiu a Júlia, toda sorridente com seus
apetrechos de limpeza e entrou o Cristiano Bortoletto, me cumprimentou e fez um
breve relato de como foi a cirurgia, um sucesso, mostrou-me o raio-x da prótese
que fora colocada para fixar o fêmur que tinha quebrado e disse que a
recuperação estava indo bem. O problema agora eram os rins e os intestinos que
andavam preguiçosos. Júlia cuida da limpeza, Criatiano é cirurgião, ambos têm o
mesmo valor para mim, pois estão cuidando da minha mãe que, aos oitenta e oito
anos de idade caiu e quebrou o fêmur, muito próximo do quadril. Sem os cuidados
do Cristiano ela não teria mais nenhuma chance de mover a perna, sem os
cuidados da Júlia, talvez morresse por infecção hospitalar.
De um lado da cama, um aparelho eletrônico monitora os
batimentos cardíacos, a respiração e a pressão arterial, do outro, quatro tubos
com medicamento invadem o sistema venoso. Descobri que na equipe de enfermagem
tem pelo menos uma atleta, a Luciana está sempre indo e vindo com algum cuidado
especial, calculo que em menos de duas horas deve ter feito uma marcha atlética
de pelo menos uns dez quilômetros. Exagerei? Perspectiva! A Leonice, a Gabriela
a Marilu e a Sabrina completam o Time de enfermagem.
O doutor Maicon veio me dizer o que eu já sabia, que estava
difícil “pegar” veia e sugeriu o que eu nem imaginava, “pegar” uma veia no pescoço,
a jugular, para um quinto tubo de
medicamentos, antes trouxe um aparelho de ultrassom e achou uma veia no braço,
não deu, procura-se por uma no pé, também não deu, vai na jugular mesmo. Junto com o Maicon estavam a Luana e Ana e a
Naiara e a minha mãe sempre dizendo ai, ai, ai. UTI é um lugar assim, faz jus
ao nome: Intensivo!
Quanto custa isso tudo? Bom atendimento é valor intangível, imensurável,
adjetive como quiser, mas a estrutura tem custo. Se for público o plano se
chama SUS e é custeado por recursos de todos os brasileiros. Neste caso, é
privado e mantido por plano de saúde que meus pais mantêm há uns trinta anos e
hoje custa aproximadamente R$ 8.000,00 por ano. Caríssimo para a maioria dos
brasileiros, barato pelo atendimento. Este lugar se chama Hospital Rondon.
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