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quarta-feira, 27 de novembro de 2024

UMA POESIA PARA IARA

 

A janela se abriu quase num sorriso

Era clara a vida lá fora

O ar circulava sufocante

E eu esperando em todos os momentos

Que um novo tempo se aflora

 

Uma indiazinha de uns três anos veio voando e bateu na janela

Tinha asas de borboleta e um sorriso quase enigmático

Juro que não fiquei atordoado, só petrificado

E tentei decifrar que figura seria aquela!

 

Do chão da sala verteu água pura, dir-se-ia mineral

Meus pés estavam colados ao chão

Minhas mãos amarradas

Ouvi batidas na janela e um pequeno balde se me mostrava

 

Aipota y hoy'u haguã

A água mineral continuava jorrando pela sala

Eu quero um pouco de água para beber.

Da rua se ouvia coaxar de sapos

 

A indiazinha continuava sorrindo

Ela só queria água para beber

Os olhos lindos abriram duas cascatas...

.... de sangue

 

Os sapos são venenosos: dendrobates dourado

A rua está cheia deles, estão fardados

A indiazinha Iara não precisa mais de água

Duas cascatas de sangue encheram o pequeno balde

 

Minhas mãos estão amarradas

Meus pés colados ao chão da sala

Estou mudo

Os sapos dendrobates dourado continuam fardados!

3 comentários:

  1. A Poesia é maravilhosa e com muitos símbolos. Parabéns.

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  2. Triste realidade, estamos todos com os pés presos ao chão .😭😭😭

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