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domingo, 4 de agosto de 2024

SOMOS TODOS LOUCOS

 


Depois que li o Elogio da Loucura, do Erasmo de Rotterdam, me convenci de duas coisas, a primeira é de que somos todos anormais e a segunda é que ser louco é que é normal. Deste modo, se somos anormais para a sociedade, somos loucos. Por outro lado, se somos normais para a sociedade, somos loucos para a natureza, portanto loucos mesmo! Daí que somos todos loucos.

A loucura é uma coisa bacana! Einstein é considerado o louco mais genial das ciências exatas, exatamente nesse lugar onde se precisa ser racional, isto é, normal. Se o universo, para Einstein, é infinito, por que eu deveria me restringir a este mundinho pequeno, do tamanho de um nada em comparação ao infinito do universo?  Se a Terra é um nada em comparação ao universo, então, quem sou eu? Nada mais que 1 divido por 8.000.000 de uma parte de um nada do universo.

Espero que ninguém conte para meu médico que estou escrevendo isso tomando cerveja. O médico está tentando me libertar do Pênfigo e eu estou tentando me libertar do racionalismo. O remédio para o pênfigo é o corticoide, o imunossupressor, dapsona, restrições na alimentação e bebidas alcoólicas. O remédio para a racionalidade é cerveja, vinho, whisky, e outras alternativas que não dá para descrever aqui porque são consideradas ilegais, mas que são úteis, ah, isso são! Eu não vou deixar de viver, o médico que lute para me curar, ele ganha muito bem para isso.

Tem umas coisas que são meio loucas na vida da gente, tipo encontrar um amor a mil quilômetros de distância e pensar que vale a pena estar apaixonado. Melhor seria racionalizar que num raio de cinco ou dez quilômetros existem centenas de possibilidades mais, digamos, adequadas, para uma vida amorosa. Mas, isso é racional, o amor não! A irracionalidade tem razões que nem a razão pode explicar.

A loucura é uma delícia! Dizem que os poetas são loucos. Eu concordo. A poesia tem a capacidade de fazer com que o poeta saída da realidade para viver a loucura. A poesia e a filosofia andam de mãos dadas e formam um par perfeito. A filosofia pensa as possibilidades e a poesia faz rimas e versos transformando as possibilidades em sonhos. Eu sou um poeta que ama a filosofia.

Você não gosta de filosofia? Tudo bem, então olha para o teu lado e veja se o que a sociedade te oferece é útil e bom. Se é, seja feliz, você é um sujeito racional. Se não, melhor tomar uma cerveja e filosofar pelas madrugadas. Pode, também, tomar um porre de Vinicius, Drummond, Neruda, Ferreira Gulard. Faça uma revolução! E não deixe de ler Erasmo de Rotterdam.

5 comentários:

  1. Normalmente louco & loucamente normal.

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  2. Loucos também se Apaixonam!♡

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  3. De médico e louco, todos nós temos um pouco, kkkkkk

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  4. Encontrar um amor a mil quilômetros de distância e pensar que vale a pena estar apaixonado! Essa é a melhor parte!

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