Começo de ano é assim, não há quem não esteja com as malas cheias de promessas para o ano que se inicia. Perder uns quilos, estudar mais, gastar menos dinheiro à toa, economizar, fazer o bem sem postar nas redes sociais (essa é difícil), ir para a academia e fazer os exercícios depois de tirar a fotos, beber menos e até orar, nem que seja de vez em quando. Tem quem prometa ser fiel ao cônjuge. Tudo isso parece bem interessante, mas além de prometer é preciso cumprir se quiser um ano diferente. E aí é que vem a parte difícil!
Este ano não fiz promessas, só
planos. Promessas são feitas para não serem cumpridas, planos tem táticas, estratégias,
objetivos, tudo para que dê certo, é só cumprir o planejado e pronto! Meu
objetivo está claro: não tenho objetivo nenhum. Este ano meu plano é ser um
peso para a sociedade. Planejei cuidadosamente como passar um ano inteiro sem
produzir nada de útil.
Em janeiro, agora, vou para o Rio
Grande do Sul, passar uns dias na praia do Cassino, a maior praia do mundo. Lá
deve ter muito espaço para não se fazer nada por um bom tempo. Não fazer nada
me parece uma boa coisa, costumamos eleger políticos que nada fazem por quatro
anos e daí elegemos eles outra vez. Eles até vão para a praia e parecem estar
sempre jogando em algum cassino!
A praia do Cassino não tem cassino e
eu não sou político, então depois de não fazer nada por um mês inteiro vou
assistir o carnaval pela televisão e ficar de jejum de qualquer tipo de
trabalho durante a quaresma. É bem cansativo descansar por tanto tempo, mas tem
uma questão religiosa aí, então acho que vale a pena.
A páscoa é uma dessas unanimidades
entre todas as religiões, as cristãs, lógico. O que não parece unanimidade é o
porquê de Jesus ter sido morto daquela forma tão cruel. Jesus foi preso,
torturado, condenado e morto na cruz. O apóstolo que mais defendeu a causa do
cristianismo também foi preso, condenado e morto de forma cruel. Mas tem um
monte de cristãos que acham que se alguém foi preso esse alguém é
necessariamente inimigo do cristianismo! Vá lá entender!
Com essa questão na cabeça, não vou
ter concentração para trabalhar depois da páscoa. Pelo menos até o meio do ano
vou descansar para refletir sobre a vida antes e depois da morte. E, antes,
ainda é muito tempo, eu pretendo viver por mil e trezentos anos!
Agosto e setembro não vou fazer nada.
Em ano bissexto não se deve correr nenhum risco e agosto é o mês do desgosto,
enquanto setembro, além de se comemorar a independência, vem a primavera, a
mais bela das estações do ano. Iria eu perder isso trabalhando?
Novembro começam a tocar as músicas
de Natal e dezembro decididamente já é fim de ano. Se a Cléo ainda me quiser,
vou descansar uma poesia para ela na Ilha do Mel para ver o novo ano nascer
junto com as esperanças renovadas para um ano Sabático. Ninguém é de ferro!
E outubro? Ah, sim, outubro é meu
aniversário, tenho direito a um descanso!
Então: FELIZ 2024! E que seja
produtivo!
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