Anoitece a criança deste dia 12
de um dia qualquer de outubro
sem brinquedo e sem graça
descalça de entendimento
despida de sentimento
ausente de tudo
Na roda viva do jogo do amor
a ciranda gira a roleta fatal
da criança que chora de fome
não tem identidade
não tem nome
não terá um dia de Natal
Ganha de presente a criança chorona
num dia qualquer de um mês qualquer
da vida que roda no sistema
como em um filme de cinema
onde tem tiros e pipoca
miséria de dar pena
Brinca de respeitar no dia 12
de uma dia qualquer de outubro
um adulto solitário e sem graça
que nada entende da criança
descalça
nem ainda aprendeu que a vida
pode valer
a pena
Bebe a criança anoitecida de um dia
de outubro
esquecida de viver a vida
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De um dia de outubro!
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