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quinta-feira, 6 de setembro de 2018

SUSPICAZ





             SUSPICAZ




Prógono andava deveras suspeitoso



As nuvens de algodão no céu


Um raio de sol no horizonte


A tarde balançando entre o dia e a noite.


 


Abominoso esse entardecer anunciando noite


Misterioso é o tempo que passa mesmo parado


Na boleia, a solidão guia o destino


Mas há um desatino de pensar que não para.


 


Para quê, eu fiz tantas coisas nessa vida?


O sol acorda cada dia com a mesma vitalidade


A lua se renova a cada mês


A noite é a escuridão no fim do dia.


 


Das tantas coisas que fizera Prógono


Pouca coisa se aproveitou


Quase tudo sublimou no tempo


Evaporou, quase nada ficou.


 


A vida agora anoitecia em nuvens de algodão


No horizonte se punham as esperanças


É tarde para refazer o tempo perdido.


 


O entardecer que anuncia a noite do tempo


É um mistério que guia o destino


Num desatino que nem dá para pensar.


 


As coisas todas dessa vida


Tem vitalidade na luz interior


Que se renova mesmo na escuridão do fim do dia.


 


As coisas de Prógono estavam feitas


Ficou a essência do que se aproveitou


No mais sublime entendimento


Da vida que Prógono gerou.


 


(Elairton Pulo Gehlen)


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