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sábado, 1 de novembro de 2025

REVOLTADOS

 



Eu tenho um blog, este mesmo, é meu domínio, e nele eu publico o que eu quiser, sem censura e sem restrições, por isso que o blog se chama: Literatura Para a Liberdade. A única restrição para minha liberdade é a legal, se bem que às vezes o que é legítimo tem mais valor.

Em geral a lei diz, e depois desdiz, que todos somos livres e iguais. Livres para obedecer e iguais para participar dos processos legais. É tudo muito bonito! E é bom que tenhamos uma referência de direitos e obrigações. Pelo menos teoricamente isso nos faz iguais na sociedade, mas...

Mas, tem um treco na constituição que nos faz diferentes perante a lei. É um direito fundamental, artigo 5º: o direito à vida à liberdade, igualdade e à segurança. Todos devemos respeitar esses direitos.

A constituição também tem outros direitos, chamados sociais, artigo 6º: todos os cidadãos têm direito à educação, saúde, alimentação e moradia. E, sendo direitos constitucionais, é dever do estado garantir esses direitos ao cidadão.

Eu acho que eu consigo preservar esses direitos. Sou um cidadão brasileiro, tenho casa própria, um carro e um salário que supre essas necessidades. Com minha renda eu consigo comprar aquilo que se chama constitucionalmente ‘direitos sociais’. Todavia, se eu tenho que ‘comprar’, já não me é um direito!

Já houve um tempo em que eu não tinha nem se quer o direito de comprar porque simplesmente eu não tinha dinheiro suficiente para isso. Estima-se que no Brasil mais de 50 milhões de pessoas vivem abaixo da linha da miséria. Isso quer dizer que eles não têm o direito de sequer se alimentar; essa situação elimina não só o artigo 6° como também o 5°. Para que serve mesmo a constituição?

Por outro lado, dez por cento da população detêm mais de quarenta por cento da riqueza enquanto que outros 40 por cento ficam com renda em torno de 14 vezes menos que o primeiro grupo. O sistema que proporciona tamanha injustiça social se chama capitalismo.

Entre os mais ricos e os mais pobres tem uma tal de classe média, cuja única função é doutrinas os de baixo com a ideologia dos de cima.

Ah, eu sou revoltado? Sim, eu sou.

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

VIDA LOUCA

 





Erasmo de Rotterdam, em seu Elogio da Loucura, fez muito bem em defender esse estado mental mais livre e descompromissado com as regras de comportamento social. Na verdade a vida é muito louca mesmo! E eu me conforto com a defesa que Rotterdam faz de grande parte dos meus comportamentos e até me sinto de certa forma lisonjeado; eu decididamente não concordo com a maioria das regras de sociedade.

Nem mesmo com as democráticas, ou pelo menos essas que se dizem tal. Desde Jean-Jaques Russeou, mais precisamente, desde 1.762 quando foi publiccado seu O Contrato Social, que a democracia vem se debatendo entre ditadores disfarçados e elitistas enrustidos. E, quando alguém tenta defender de fato a democracia, necessariamente num viés social, logo é taxado de comunista por quem não tem a menor ideia do que seja o comunismo. Mas, também por quem sabe muito bem o que é e odeia a possibilidade de isso ser compreendido pelo povo.

Erasmo de Rotterdam viveu entre 1.466 e 1.536 e o discurso da loucura teria sido escrito em 1.509 na casa do escritor e filósofo Thomas More, autor de Utopia, belíssima obra que pode ter tido como referência geográfica a Ilha de Fernando de Noronha. Na obra de More, os valores sociais são completamente invertidos e, o que parece normal para o mundo “exterior” é absolutamente normal na Ilha. Isso é uma loucura! Diriam os ricos ao ver que exibir correntes de outro ou outros objetos “preciosos” era símbolo de condenação, só os condenados usavam joias. Isso me fez lembrar de joias, muitas joias, as que foram e as que seriam desviadas do governo. Umas valiam mais de 14 milhões de reais, certamente para condenação. Hum! More estava certo!

Existem muitos loucos por aí, uns são chamados de Poetas, outros de Filósofos, alguns espiritualistas. Até os matemáticos! eu sou matemático! Já escrevi umas poesias e até dei uns pitacos filosóficos e sou religioso, louco para viver a eternidade num lugar onde não haja razão!

Gosto mesmo dos renascentistas, eles eram loucos por escrever livremente durante a idade das trevas. Hoje vivemos em outra idade das trevas, e precisamos de muitos loucos para escrever livremente.

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

LEGADO

 



Legado é aquilo que se deixa para trás. Às vezes algo aproveitável, outras vezes uma espécie de vazio e outras, ainda, totalmente reprovável. Mas, quem é que pode dizer qual legado é bom ou ruim ou inútil?

Têm milhares de cristãos no Brasil que amam o legado de violência que o primeiro ministro de Israel está deixando, e são os mesmos que amam o legado de paz deixado por Jesus! Mahatma Gandhi é venerado pelas mesmas pessoas que usam do legalismo para explorar os pobres. O presidente Trump promove um capitalismo bárbaro e excludente e se diz candidato ao Prêmio Nobel da Paz!

Estou lendo o texto original, na versão em português, do clássico “A Divina Comédia Humana”, do poeta Dante Alighieri. Dante viveu entre 1265 e 1321 e deixou esse escrito para muitas gerações. Esse é um legado que nos deixou o período Renascentista. Essa publicação de mais de setecentos anos, que fala de um inferno que não existe, de um purgatório ilusório e de um céu onde ele não esteve de verdade, e ainda não está, é uma obra prima da literatura mundial e deveria ser lida por todos que, de alguma maneira, desejam deixar um legado para, pelo menos, a próxima geração.

E por falar em poeta, ah, que saudades de ler um Vinícius ou um Drummond, ainda hoje vou revirar algum sebo e tentar encontrar algo que ainda não li. Talvez eu deixe mais algumas palavras tortas em linhas retas para a próxima geração. Poesia não é difícil de fazer, mas me parece complicado demais fazer poesia que valha à pena. E essas, as que valem à pena, parece que são justamente as que falam de um jeito simples as coisas ‘simples’ da vida. Quando vejo um texto de alguém que diz exatamente que horas são quando está escrevendo, e fala do tempo e deixa derramar os sentimentos, como o faz a Katuxa, isso para mim é pura poesia!

A Katuxa pode nunca ter pensado em deixar um legado para as próximas gerações, mas com certeza já deixou para esta, deixou para mim. Eu queria que a Katuxa escrevesse um livro, eu o compraria, o leria para ver o que ela escreveria a cada vez que marcasse as horas e os minutos em que estava diante do computador. Então eu guardaria o livro dela na minha biblioteca e ali ele estaria, disponível para a próxima geração de leitores. Um belo legado.

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

ENSIMESMADO

 



Eu estava querendo escrever sobre mim mesmo, de como eu ando meio compenetrado, mas essa palavra não descreve a minha situação. Estou evitando falar ensimesmado, que eu acho mais representativa do meu caso, porque fiquei com uma dúvida: Posso dizer ensimesmado, se for para mim mesmo? Tenho a impressão que ensimesmado se refere a uma terceira pessoa, quando dizemos que alguém está como eu agora.

Para evitar a crítica ácida dos gramáticos, posso trocar esse adjetivo por outro, talvez mais significativo. Que tal meditabundo! Apesar de parecer um palavrão, meditabundo é mais ou menos como me sinto, meio triste, melancólico, cogitabundo. Ish! Outro palavrão!

Mas, por que eu ando tão meditabundo? Aí eu respondo com outra pergunta: E quem não ficaria assim, meditabundo, quando passa pelo que estou passando? O que eu estou passando? Acabei de descobrir que pênfigo não tem cura, e eu estou com pênfigo! E não ter cura nem é o problema. O problema é ter que se adaptar à doença para poder continuar vivo, e eu quero continuar vivo!

Adaptar-se à doença, significa que agora é ela quem vai dizer como eu vou viver, o que vou comer, o que vou beber e até o que eu posso e não posso pensar. Aliás, o que a doença do pênfigo me diz realmente é o que eu não posso comer: carne de gado e de porco, isto é, churrasco está definitivamente banido! Carne de frango deve ser evitado e, se comer, que seja sem a pele e nunca, nunca mesmo, assado. Ovos, três por semana! Frutos do mar nem pensar. Bebidas alcoólicas estão terminantemente proibidas, as não alcoólicas também, com a raríssima exceção da água. Se eu pudesse viver só de água, então não teria nenhuma restrição, desde que não seja mineral e com gás!

Como não ficar meditabundo, cogitabundo e macambúzio ao mesmo tempo? E taí outro problema: Eu não posso ficar assim, com todos esses adjetivos na minha vida. O pênfigo é uma doença autoimune, portanto de causa emocional ou psicológica. Isso significa que, se eu permanecer na situação que estou agora, a doença vai se alimentar disso e vai se fortalecer e eu vou ficar mais macambúzio ainda, um verdadeiro sorumbático!

Mas, eu não me entrego fácil, não! Um alemão que se preza nunca se entrega. Dizem que alemão é mais teimoso que duas mulas, e se tiver o sobrenome Gehlen, então pode dobrar a aposta. Eu vou é viver a minha vida, e o pênfigo que se dane! Acabei de comprar uma Kombi home, fim de ano estarei morando nela e vivendo pelo mundo. Comida vegetariana também é comida e água também é bebida. O pênfigo não gosta? Problema dele! Na beira do mar, meu emocional vai estar fortalecido!

terça-feira, 23 de setembro de 2025

SE EU PUDESSE ESCOLHER, EU QUERIA SER....

 



Eu sempre quis muitas coisas. Quando era criança eu queria mesmo era ser grande; quando cresci, desejei fortemente voltar no tempo para poder ser a criança que não fui. Se eu pudesse, de alguma forma, voltar para o passado, talvez o homem que me tornei fosse mais seguro, menos tímido e não cometesse todos esses erros que cometi. Ou iria?

Se eu pudesse escolher, eu não escolheria ser um humano. Os humanos são muito maltratados. As galinhas criadas em aviários são muito melhor cuidadas! Desde a gestação, feita em salas especiais, com controle de temperatura e humidade, elas recebem atenção constante de pessoas treinadas para que nada atrapalhe o ovócito germinado até que saia da casca para se tornar um pintinho lindo e querido. E valioso!

Diferente dos pintinhos, os humanos, quando nascem, não tem nenhum valor comercial, talvez por isso não sejam cuidados pela sociedade como os pintinhos. Estes, os filhotes de aves, logo são levados para granjas onde tem ambiente aquecido na temperatura ideal, recebem alimento farto, água tratada e o cuidado constante para se desenvolverem saudáveis porque eles têm valor comercial, os humanos não. Mas eles vivem apenas uns trinta e poucos dias, daí são mortos, porque têm valor comercial.

Os bois vivem mais. O tempo de gestação de um bezerro tem o mesmo tempo da gestação de uma criança, com a diferença que as vacas em gestação são normalmente melhor cuidadas do que as mulheres porque eles, os bezerros, têm valor comercial. Os bezerros, assim como os pintinhos, são bem cuidados por pessoas treinadas que lhes oferecem alimentos em abundância, água limpa e toda a medicação necessária para conservar a saúde, se for necessário, tem também médicos veterinários que fazem atendimento domiciliar sempre que forem solicitados. Diferente das galinhas, que vivem presas em galinheiros, os bois costumam ter um espaço maior para usufruir a vida. Enquanto as galinhas vivem um pouco mais que trinta dias, os bois vivem aproximadamente três anos antes de serem abatidos.

Os seres humanos têm expectativa de vida de mais de setenta anos e o sistema econômico e social onde vivem é o mesmo onde se criam galinhas e bois. Tem uma coisa que eu não entendo: Por que os seres humanos, que tem expectativa de vida maior que as galinhas e os bois, e cuidam tão bem deles, não são capazes de cuidar dos seres humanos tão bem como cuidam das galinhas e dos bois? Seria porque não tem valor comercial?

O homem mais poderoso do mundo não se importa com a morte de todo um povo na Palestina porque ele tem um projeto de construir um Resort na orla do Mar Mediterrâneo. Um Resort é um lugar bonito, bem cuidado. Um Resort, diferente de um ser humano, tem valor comercial.

Se eu pudesse escolher, o que eu seria mesmo?

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

O LADO DO CORAÇÃO

 



Teoricamente, o coração fica do lado esquerdo do peito; teoricamente é no coração que moram os sentimentos de amor, compaixão, alegria, tristeza... Teoricamente, claro, primeiro porque o coração não está efetivamente do lado esquerdo, e nem no direito, mas mediastino, que é a região central entre os pulmões e apenas um pedacinho dele, chamado ápice, é que se inclina para o lado esquerdo, e é ali que sentimos quando o ventrículo esquerdo se contrai para bombear o sangue para o corpo todo, aí temos a falsa impressão que o órgão todo está desse lado do peito.

Também não tem muita ciência, nenhuma na verdade, a ideia que os sentimentos moram no coração. Nem por isso deixamos de acreditar que os apaixonados têm residência fixa entre os ventrículos! É o coração que bombeia o sangue para o corpo; sangue é vida. E tem vida mais viva que paixão? Uma paixão que se presa se esparrama pelo corpo todo, entre calafrios e arrepios; quenturas e excitações. A mente está presa no cérebro, mas o coração apaixona o corpo inteiro. Então, que seja, ainda que teoricamente, os sentimentos estão mesmo no coração, ainda que seja apenas para os apaixonados.

Lado esquerdo e lado direito têm muitos sentidos e eu não quero ficar elucubrando sobre quem se assentava à esquerda ou à direita do presidente do Parlamento francês durante a Revolução Francesa; se eram simpatizantes da revolução ou partidários do rei, isso já não faz mais diferença. Me importo com os extremos, tanto um quanto outro se fizeram depois, muito depois de 1.789. E certamente embruteceram barbaramente e tem séquitos emburrecidos por todos os lados.

Do alto do meu sexagenário tempo de vida, me é relativamente fácil perdoar extremistas. Mas, a conta tem que ser paga; perdoar não significa isentar de culpa, menos ainda anistiar aquele que deseja firmemente continuar agindo com o mesmo propósito culpável.

Eu sinto meu coração batendo do lado esquerdo, próximo do centro, e é ali que me acomodo e me apaixono. Nunca sofri dessa condição congênita conhecida como destrocardia!

sábado, 13 de setembro de 2025

QUANTO É MESMO ETERNAMENTE?

 



Num sábado à noite não sei como mensurar o quanto é eternamente, o próprio sábado já me parece eterno, então, se somo a esse eterno a ansiedade que vivo a cada dia, eternamente me parece um tempo tão grande que nem na eternidade será possível descreve-lo.

Não fossem os sábados, talvez não existisse a eternidade. O sábado é o fim! É o fim da semana. É o fim das metas impostas. É o fim do entendimento que se tem desde o começo da semana. Sábado é o fim, mas ele teima em não acabar. É no sábado que se vive a eternidade, os outros seis dias da semana são de trabalho inútil para o desenvolvimento de um sistema capitalista que destrói o mundo.

O sábado é a renovação da esperança, é no sábado que os bares se enchem de gente que trabalhou a semana inteira para alimentar um sistema mau e agora sonha com um mundo sem os males do sistema.

As horas do dia podem até terminar, mas o sábado se prolonga pelo infinito da madrugada até que finalmente nos entregamos ao sono, e ele, o sono, dura uma eternidade e quando acordamos o mundo já é outro completamente diferente e o domingo é a marca da desilusão, porque a partir dele começa outra semana de dias finitos e tediosos onde não sobra tempo para viver.

A eternidade é o tempo que dura o sábado daqueles que acreditam que esse dia é o dia do Deus eterno e foi ele que fez o sábado para que nesse dia não trabalhemos de jeito nenhum. E quem fez o sábado também fez a eternidade, inventou o tempo e o livre-arbítrio para que os seres humanos pudessem escolher entre o finito e o infinito. Acreditar, vai do livre-arbítrio de cada um. Tem gente que fica infinitamente acreditando que uma mentira é verdade; tem gente que nunca acredita na verdade. Eu acredito na vida eterna e que o sábado foi feito para quem acredita na eternidade.

Dia de sábado eu não trabalho, nem sexta, porque é véspera de sábado, nem quinta porque é véspera da véspera do sábado. Também não trabalho na quarta porque é meio de semana e já está na hora de descansar um pouco. Terça é dia de se preparar para o descanso da quarta e na segunda é o dia de fazer planos para passar mais uma semana sem fazer absolutamente nada, e a semana inclui o domingo que é dia que não se trabalha por lei e não seria eu a descumprir a legislação justo nesse dia.

E assim são os meus dias: eternos! Eu só escrevo. Escrever é trabalho?

terça-feira, 9 de setembro de 2025

COLÉGIO ELEITORAL

 



O Presidente do Brasil é eleito de forma direta, eu, você e todos os eleitores aptos a votar e que forem às urnas no dia da eleição escolhem o candidato que mais agrada, e confirma o voto, daí o Tribunal Superior Eleitoral faz a contagem e o que tiver mais votos será anunciado como eleito e irá cumprir seu mandato até que novas eleições aconteçam. É assim nos países com democracia plena como o nosso.

Em alguns países o processo eleitoral é indireto. Por lá, os eleitores votam para formar um Colégio Eleitoral que irá escolher o presidente. É assim em Cuba, por exemplo. É assim, também nos Estados Unidos da América. Nesses países a democracia não é plena, já que não é dado ao eleitor o direito de eleger o representante máximo da nação. Só a titulo de ilustração, esse modelo era utilizado no Brasil durante a ditadura militar.

Mas, democracia não é só o direito de votar e ser votado. Democracia é o direito de participar nas decisões políticas, de criticar ou elogiar, de receber os benefícios da governança, de poder se organizar enquanto sociedade civil e até de protestar quando algo vai mal na aplicação do dinheiro público ou na forma inadequada de governo.

Ganhar ou perder uma eleição faz parte do processo. Às vezes se ganha, às vezes se perde. Eu mesmo já fui candidato à vice-prefeito da minha cidade, perdemos a eleição e respeitamos o vencedor. Tem candidato que protesta contra o resultado, recorre ao judiciário e até faz algum tumulto. Até aí, tudo bem, o que não se pode é arrebanhar pessoas de boa fé, doutrinando-as com mentiras, e fazendo-as cometerem crimes como os do dia oito de janeiro de 2023.

O candidato Jair Bolsonaro não se conformou em perder o pleito eleitoral, o que sucedeu todos sabemos. Inconformado com a eleição, o ex-presidente, que gostava de chamar o adversário de ‘ex-presidiário’, jamais imaginava passar por outro processo, agora num Colégio Eleitoral, o mesmo que tentou, por anos, desqualificar.

Nada como um dia depois do outro. Neste momento, às vinte horas mais trinta e cinco minutos do dia 09 de setembro, o placar está em dois a zero, basta mais um único voto e o inconformado candidato derrotado será eleito para cumprir um novo mandato: o de presidiário. Quando ele sair, talvez saiba o peso que é ser chamado de ‘ex-presidiário’.

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

20.000!!!!!!!!!

 


É hora de comemorar!!! 


 

Mas, qual página? A minha, claro! Meu Blog alcançou mais uma marca a ser celebrada.



LITERATURA PARA A LIBERDADE não é meramente uma marca comercial com interesse de atrair o interesse de leitores, é a expressão do meu direito de escrever livremente. E também o direito dos leitores de fazerem seus comentários. E eu tenho o prazer de dizer que são muitos, tem mais comentários do que postagens:



Eu amo ler cada um dos comentários!

 

O texto mais visitado do blog é também o maior texto publicado até hoje:

 

               Quando comecei a escrever essa história, o projeto era concluí-la no terceiro capítulo, mas os personagens ganharam vida própria, agora já são vinte e sete capítulos publicados e teremos pelo menos mais uns três.

Essa postagem recebeu 345 visitas!



               Sempre tem visitantes de outros países. Nesta semana a estatística do blog mostra que pessoas de pelo menos dez países viram meu blog:

                        Mas, às vezes a lista surpreende! O número de visitantes estrangeiros na semana do dia 04 de agosto foi impressionante:

                        Nos últimos dois meses, a média de visitas ficou acima de 700/mês.




                    Eu amo escrever 



Amo também ler bons livros. Muitos livros!



Os livros estão sempre diante de mim!

 

OBRIGADO! A cada pessoa que visita o meu blog, sem vocês não faria sentido publicar.

 

 

Volto a este assunto quando chegar a 25.000!!!

terça-feira, 26 de agosto de 2025

O QUE ME LEMBRA VOCÊ

 



Estou numa idade em que ‘lembrar’ já é uma parte importante da vida. Seis décadas! A maioria de lembranças ruins! E a pergunta que me faço é: O que fazer com isso? A resposta mais imediata é: ‘Eu sou um escritor, então, transforme isso em literatura!’ Uau! Esse é mesmo o meu papel, romantizar as desgraças da vida e, no final, transformar tudo em um “felizes para sempre!”

Eu amo essa parte do felizes para sempre, porque isso é a metáfora da vida. Quase sempre esperamos até final para entender que poderíamos ter sido felizes desde o começo. Mas o começo e o meio da história precisam de reviravoltas para que a vida tenha alguma graça. Então, vamos à luta, acumulando atitudes que nos parecem absolutamente racionais. Lutamos a luta inglória contra moinhos de vento, fazemos o óbvio para provar que o que nos ensinaram era verdadeiro, até descobrirmos que o verdadeiro era falso e o que parecia falso era mesmo o verdadeiro! A verdade que nos contaram era mentira e, hoje, quase perto do felizes para sempre, eu tenho tido bastante tempo para me lembrar do todos os ‘vocês’.

Tudo ao redor parece lembrar algum ‘você’, uma cidade, uma planta, um livro, um lugar distante, uma fotografia, ... . Fiz um filtro maravilhoso que é capaz de conter vários aspectos da psique. Por quase uma década eu trabalhei cada processo da construção desse objeto maravilhoso, capaz de separar o joio do trigo psicológico. Hoje olho para as coisas que me lembram a maioria dos ‘vocês’ e rio de mim mesmo pensando em quanto fui tolo em deixar que abusassem das minhas fragilidades. Cada vez que mergulho no filtro psicológico deixo para trás mais algum peso de amargura e saio do outro lado mais feliz! Daí olho outra vez para as coisas que me lembram de você e vejo uma planta florindo, lembranças de uma viagem recente, uma simulação de placa de automóvel escrito: ‘Fui em 2024” e até um ímã de geladeira. Dalí para trás quase tudo está retido no filtro psicológico.

Acho que estou ficando melhor a cada dia! Estudo Inglês porque eu quero aprender Inglês para eu me divertir assistindo filmes e séries no idioma original; Estudo espanhol porque amo estar naquela sala de aula divertida e organizada ao mesmo tempo; Vou comprar um violão para tocar músicas que eu mesmo vou compor sem me importar com notas musicais ensinadas nas escolas de música, quero fazer música como fiz ‘E o Sapo Tava Lá”, que toquei e cantei para meu filho quando ele ainda era pequeno. Agora ele já cresceu e o pequeno sou eu, vou cantar ‘E o Sapo Tava Lá’ para mim mesmo e vou rir à vontade!

Se você quer que eu me lembre de você, então faça coisas boas. Eu só fico com as lembranças que passarem pelo filtro maravilhoso que construí nos últimos dez anos!

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

NA CORDA BAMBA

 


Tem uma praça a uns trinta metros daqui onde eu moro, é lá que vou fazer meus exercícios físicos diariamente, lá, também, muitos jovens jogam futebol de salão, vôlei de areia, praticam skate, tomam tereré e namoram quase livremente. Os adultos aproveitam o espaço para os exercícios físicos e tem uma galera, bem pequena, que de vez em quando estica uma slackline e se diverte andando na corda bamba!

Slackline é uma fita esticada, sobre a qual se pratica esporte de equilíbrio, antes conhecido por funambulismo, quando ainda se caminhava sobre uma corda esticada, daí o nome de corda bamba. Eu tenho uma Slackline e já andei praticando esse esporte divertidíssimo quando ainda morava no sítio. Esticava a fita entre duas árvores e passava horas buscando o equilíbrio, meu grande feito foi permanecer sobre a fita por uma distância de cinco metros até alcançar a outra extremidade! Viva!



Mas, nem tudo na corda bamba é divertido. A vida é uma espécie muito especial de corda bamba, e ela balança o tempo todo desequilibrando nosso entendimento sobre quase tudo. Alguns mal conseguem dar os primeiros passos no rumo da dignidade, outros andam, andam e andam, mas nunca chegam. Uns são impedidos de subir na corda e outros não tem ideia do que seja alcançar um objetivo, daí nem tentam se equilibrar, e quem chega, louco de alegria, olha para trás e pensa em como a corda estava cheia de ilusões, o caminho seria mais fácil sem os muitos conselhos inúteis.

E haja conselhos! A internet é uma corda esticadíssima onde a maioria busca equilíbrio entre as infinitas mensagens das redes sociais. É fácil subir nessa corda e o espetáculo é maravilhoso, mas chegar ao objetivo... Seguindo o tic-tok se pode dar milhares de passos e não sair do lugar; O Instagran te leva a lugar nenhum depois de criar mil ilusões; O Facebook é uma fábrica de mentiras e o WhatsApp é um caminho rápido para te fazer de bobo. Enquanto isso, você continua na corda bamba da desinformação acreditando que a Democracia pode ser defendida por golpistas ditatoriais!

Os trabalhadores estão permanentemente sobre uma corda bamba, o objetivo grita MERITOCRACIA! Daí você estuda o melhor jeito de dar cada passo e quando está prestes a chegar... a vaga não existe mais, a corda se rompe e de baixo dos pés se abre o precipício do desemprego.

Os capitalistas subiram alegremente sobre a corda bamba da globalização. “Qualidade total!” Gritavam os invisíveis do mercado, mas a extremidade da corda, que estava firmemente amarrada, rompeu-se no tronco da América Great Again.  

Algumas denominações Evangélicas de caráter empresarial fizeram os crentes desamarraram cuidadosamente a corda do Tronco Forte e fixaram seus olhos no Fascismo, aos poucos começou a aparecer uma luz do outro lado. “Olha, é o poder de Deus!” Entoaram hinos de glória e ouviram as vozes do além. Na outra extremidade, firmemente amarrada na Extrema Direita, se acenderam labaredas que não se apagam. Idólatras vão queimar eternamente nesse engano.

 



Corda bamba é uma expressão popular que descreve situações de perigo e incertezas. É bom saber onde a corda está amarrada!

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

DE VUELTA A LAS AULAS!

 



Hoy fue um día muy especial, não, não vou escrever um texto em espanhol, só algumas palavras, porque hoje foi o primeiro dia de aulas do curso de espanhol da UNAMI, neste início de segundo semestre. Foi especial porque reencontrei meus colegas de sala, um bando de velhos muito jovens que se divertem aprendendo. Especial também porque lá estava Santa Vânia de Dourados para ministrar as aulas e fazer com que milagrosamente aprendamos as lições. Especial porque meu amigo Will não ficou chateado de eu ter publicado uma foto dele e da sua querida Márcia numa crônica que fiz em julho para homenagear minha Cléo enquanto passeávamos em Imbituba, Santa Catarina. Especial porque estudamos verbos em espanhol e eu nunca imaginei que existisse o verbo Aburrir.



Está muito claro, e nem precisa ser dito, que teve lanche. Se algum dia de aula não tiver pelo menos café e bolo a aula termina impreterivelmente às três da tarde e a UEMS vai abrir uma sindicância para averiguar os fatos que levaram a não se servido o bolo e o café, não que a UEMS forneça os produtos, não, somos nós que providenciamos voluntariamente cada bolo, bolacha, pó de café e até os copos descartáveis para tomar a água e o delicioso pretinho passado no coador, mas o fazemos com alegria e nos sentimos muito agradecidos pelo projeto de extensão da Universidade que permite que nos encontremos cada segunda-feira para celebrarmos nossa amizade e, ainda, aprender uma língua estrangeira. Parabéns aos idealizadores!





A aula e o lanche estavam ótimos! Reencontrar os jovens amigos velhos foi muitíssimo bom! Mas faltou um ingrediente, o Will não cantou nenhuma música... Isso certamente foi uma infração gravíssima, não sei como a professora vai se defender quando o processo for aberto na UNAMI. E por falar em cantar, vou aproveitar para me vangloriar um pouco, nossa turma de jovens velhos estudantes já se apresentou em dois eventos importantíssimos: No encerramento das atividades no final do ano passado na Casa de Cultura da UEMS e este ano na abertura da 5ª Semana de Internacionalização, também na UEMS e agora estamos nos preparando para outro grande evento, um passeio no Recanto dos Caytés, em Amambai, mas lá é só lazer mesmo! Que chegue logo setembro!



Agora é fazer o dever de casa e provar para a maestra que aprendi os verbos Tejer e Aburrir!

 

Semana que vem tem mais!

quarta-feira, 30 de julho de 2025

E EU NEM QUERIA FALAR SOBRE ISSO

 



Aliás, eu nem queria falar sobre muitas coisas porque tem coisas tão absurdas que nem vale a pena falar sobre. Mas, tem coisas que não há como fazer de conta que não foi nada. Há uma semana que não assisto noticiários da televisão e já estou sentindo falta, sinto falta de ver os caras de moto roubando celular e dando tiros nos outros em plena via pública. É bem emocionante ver a coragem dos bandidos. Eu tinha me acostumado tanto a ver esse tipo de notícia em destaque que desleixava completamente quando se falava em distribuição de renda e cuidado com os mais pobres.

Não quero mais falar sobre roubos de celulares, esses caras já viraram heróis de muitos noticiários, assim como os tiroteios nas favelas do Rio de Janeiro. Tudo bem, a Bahia também parece ter virado um território sem lei, assim como São Paulo e alguns outros lugares ‘desenvolvidos’. É legal perceber que as milícias e os grupos criminosos organizados são fortes onde o capitalismo é forte. Eles lutam legitimamente pela concentração de poder e riqueza, igualzinho os capitalistas. Os criminosos se apropriam dos bens que não adquiriram, os capitalistas se apropriam dos lucros que não produziram, alguma diferença? O capitalismo é tão desonesto quanto os grupos criminosos, mas a imprensa parece que só torna os criminosos em heróis, os capitalistas financiam os meios de comunicação.

 Eu não quero mais falar do capitalismo porque parece que tudo o que eu tinha que falar eu já falei enquanto militava nos partidos comunista e socialista, mas tem coisas que não dá para não falar. O capitalismo apregoou aos quatro ventos que a globalização seria a glória da humanidade. Com a globalização todos os países teriam acesso aos mercados globais em iguais condições de comércio. Bem, é verdade, pelo menos teoricamente, não fosse um pequeno detalhe já descrito no parágrafo anterior, o capitalista é tão confiável quanto um miliciano ou uma liderança do PCC.

Só para deixar bem claro que quando eu digo ‘capitalista’, eu não estou me referindo ao pequeno empreendedor que luta dia a dia para fazer uma acumulação primitiva de capital, nem mesmo do médio empreendedor, esse lucram movimentando o mercado real, os capitalistas reais lucram da desgraça do povo e movimentam o mercado financeiro e se apropriam de uma fatia bem generosa do dinheiro público. Ah, eles também se juntam em grupos políticos que no Brasil conhecemos por Centrão e ali controlam o poder executivo inviabilizando propostas que eventualmente favoreçam as pessoas mais pobres.

Eu não queria mais falar sobre isso, mas o Centrão anda bem contaminado pela extrema direita que eternamente se associa ao que há de pior na política. Desde Francisco Franco na Espanha, Mussolini na Itália, Hitler na Alemanha e Bolsonaro no Brasil até Trump nos Estados Unidos. São eles que defendem o liberalismo econômico, a globalização e o fim do direito dos trabalhadores.

Eu não queria mais falar sobre isso! Mas esses conceitos de liberalismo e globalização só valem para enganar os outros, que o diga o atual presidente dos Estados Unidos!

Verdade, eu não queria mais falar sobre isso.

quarta-feira, 23 de julho de 2025

O QUE PABLO NERUDA DIRIA SE ESTIVESSE AQUI?

 




Há poucos dias eu assisti, de novo, o belíssimo filme O Carteiro e o Poeta, história ficcional que narra a amizade entre o poeta chileno Pablo Neruda e o carteiro Mario Jimenez durante um eventual exílio do poeta em uma vila de pescadores da Itália. A vida romântica no exílio, a amizade com o carteiro semianalfabeto, a admiração do povo e o ambiente litorâneo são um prato cheio para quem gosta de poesia.

Eu gosto do Neruda, da sua poesia, seu compromisso social e até do Stalinismo e do espanto com as denúncias do XX Congresso do PCUS.  É um desses caras fáceis de se gostar, você o encontra por inteiro em Confesso que Vivi, rejuvenesce em Rio Invisível, viaja com o poeta em sua Antologia Poética e desvenda toda sua vida e obra na tese de doutorado da estudante de letras Vera Lígia Mojaes Migliano Gonzaga, pela UNESP (https://repositorio.unesp.br/server/api/core/bitstreams/ecee3236-2417-4394-820c-cc1ac2cc775b/content).

Quando vi o filme pela primeira vez, em 1994, eu ainda estudava matemática na UFMS e tinha lançado minhas primeiras dez páginas de poesia em um livro com outros autores locais, também já tinha pago alguns alugueres com meu jornalzinho Poesia Verde, de 1988 e conquistado pelo menos um coração fazendo poesia na rua durante o trote cultural com os calouros daquele ano. Agora vejo outra vez o filme, já aposentado e viajando de férias em Imbituba, Santa Catarina, junto da bela Cléo que só me chama de Poeta!

Sentado na varanda do primeiro andar do nosso airbnb, tomando meu chimarrão e olhando a paisagem ao redor me perguntei inocentemente: O que diria Pablo Neruda se estivesse aqui? Antes de dizer qualquer coisa que fosse, ele apreciaria o lago que enchia nossos olhos por sobre a copa das árvores. Pelo outro lado da varanda, ainda o lago e depois um vilarejo e mais adiante o mar. Se ele aceitasse uma cuia do chimarrão, do meio da prosa descobriria meus tempos de luta social, de militância comunista, as milhares de publicações em jornais e panfletos, talvez até se interessasse por uma poesia do livro de 1993: Mais Uma Casa Que Nasce. Se o Neruda estivesse em nossa casa, tomando chimarrão nesse dia, um dia depois de assistirmos O Carteiro e o Poeta, certamente se riria ao me ver ligar uma música na caixinha JBL e tirar a Cléo para dançar. Então se levantaria e, olhando a paisagem, usaria de tantas metáforas quanto fossem necessárias e, com os olhos verdes das copas das árvores, cheios das águas dos lagos e encantados com as ondas do mar, faria uma linda poesia para sua Matilde.

Neruda nos deixou em 1973, poucos meses depois que os Estados Unidos patrocinaram um golpe militar que assassinou o presidente do Chile, Salvador Allende, e instaurou naquele país uma ditadura militar comandada pelo famigerado General Augusto Pinochet. A truculência dos militares não foi capaz de matar a poesia desse comunista. Ainda que, em nossa viagem, o Neruda tenha sido só uma miragem, viajar para Imbituba e rever esse filme foi um belo poema!

sábado, 12 de julho de 2025

GAZETEANDO

 


Desde o ano passado que estou estudando espanhol no curso oferecido pela UNAMI-Universidade da Melhor Idade, um curso de extensão da UEMS-Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul, mesma instituição onde tirei um dez no processo seletivo do curso de especialização em educação matemática e depois desisti no meio para me arrepender eternamente. Mas agora estou decidido a não desistir, a não ser que seja por uma boa causa, e é por uma dessas ‘boas causas’ que estou gazeteando, ou gazeando, como queira, as aulas deste finalzinho de semestre.


Já estou com saudades dos colegas de classe, esse povo divertido que demora uns quinze minutos para se aquietar para que a professora, Santa Vânia de Dourados, possa iniciar as aulas, e ainda assim tem uns que tem aquela fofoca urgente e a aula ainda demora mais uns minutos para começar. Daí, quando a aula embala, já é hora do lanche. Hummm! tem bolo, bolacha, salgados, suco de alguma coisa e café. Quando é a minha vez de levar o lanche, daí tem pudim!!

Eu amo as aulas de espanhol! Até no dia que a professora disse que não ia ter aula por causa do frio, eu fui. Fui porque eu queria ir, lógico, mas também porque não vi o aviso no grupo do watts. O grupo do watts é para os avisos importantes sobre o curso, mas todos os dias tem umas mil publicações de bom dia e boa noite! E aquelas mensagens motivadoras que todos precisamos ver para tornar a vida mais agradável. Isso quando lemos as mensagens, claro! Mas tem também os vídeos do paraguaio Wil cantando em espanhol e até em português, que é para ele provar que já aprendeu a nossa língua. Eu ainda não me arrisco a provar que já aprendi espanhol por dois motivos: Porque não aprendi, mesmo, o suficiente para postar um vídeo e porque não sei cantar, nem em português, menos ainda em espanhol!

 


Agora estou em Imbituba, gazeteando a aula desta semana e lembrando da Márcia, enquanto o Will canta, e ele canta em TODAS as aulas, e a Márcia filma todas as músicas que ele canta e dá para ver que os olhos dela ficam mais brilhosos enquanto ele canta e quando ele olha para ela, cantando, tem uma ligação inexplicável do amor entre eles. Na última aula eu perguntei para o Will como foi que eles se conheceram e ele me disse que foi pela internet, ele ainda morava em Asunción, no Paraguai, tipo uns seiscentos quilômetros de distância. Dois anos depois ele estava cantando e nós todos estávamos aplaudindo, mas ele cantava era só para a Márcia dele.


Como eu ia dizendo, agora eu estou em Imbituba gazeteando a aula de espanhol e não vi o Will cantando para a Márcia, mas tem uma coisa especial que justifica, e ela se parece com a história do Will. Há pouco mais de dois anos eu conheci, acredite, pela internet, a minha Márcia, que se chama Cléo, e vim para Imbituba cantar para ela e ela filma com os olhos cada música que eu canto e quando eu a vejo me filmando os olhos brilham. Será o amor? Certamente que o Will canta em espanhol melhor que eu, mas tem um quê de não sei o que que nos iguala, mesmo que a distância que eu tenha que percorrer seja maior que seiscentos quilômetros.



Imbituba é só um pretexto, nos últimos dois anos já andamos por muitos lugares maravilhosos e descobrimos que não são os lugares, mas nós mesmo é que somos capazes de fazer cada lugar ser especial. Agora estamos em Imbituba. Eu amo aulas de espanhol! Em agosto estarei de volta para a UNAMI, já com saudades. Das aulas de espanhol?

quarta-feira, 2 de julho de 2025

POVO ELEITO

 



Olá, boa noite! Sim, neste momento em que escrevo estas mal traçadas linhas é noite, e do dia dois de julho e está frio aqui na cidade de Dourados. O frio é bom porque me faz pensar em como é bom ter uma usina de energia solar no telhado da casa e com a energia produzida poder ligar o condicionador de ar para esquentar e ficar de boa aqui escrevendo qualquer coisa no teclado do computador. Foi necessário que o frio viesse para eu perceber como é bom o calor, desse jeitinho, na temperatura que eu quiser que ela esteja.

Ah, sim, o título diz que eu deveria escrever sobre Povo Eleito e eu estou aqui pensando no meu conforto, em meio a uma dificuldade com o frio. Tudo bem, falemos de eleição, e esse é um assunto bem amplo, tem povo eleito pra tudo quanto é lado. Eu mesmo já fui eleito muitas vezes, Centro Acadêmico, Diretório Estudantil, Associação de moradores, Sindicato dos bancários, CUT, CNB, Partido Político, Produtores Rurais da Agricultura Familiar, etc. Nunca ninguém pagou salário para eu cumprir meus mandatos! Às vezes povo eleito não significa privilégios, mas trabalho, muito trabalho.

Mas, tem um povo eleito que gosta mesmo é de privilégios, e dos grandes. E só foram eleitos graças à Democracia, mesmo assim tens alguns deles que odeiam a Democracia, mesmo sendo eleitos graças a ela! E até que faz sentido ela ser odiada, ela merece. A Democracia é uma prostituta, ela sorri para todos, mas se entrega de corpo e alma aos endinheirados! A Democracia ama o poder e o dinheiro! Ela é a intercessora entre seus eleitos e Mamom. A arena política esta cheia de prostitutas cultuais adoradoras do deus Mamom. Mas, fique tranquilo, não vamos dar toda a culpa à Democracia, genuinamente ela é quase uma santa, o problema á o povo eleito, eles transformaram a Democracia, que era perfeita, em algo esdrúxulo, tal qual os próprios.

Então, por que alguns eleitos odeiam a Democracia? Simples, porque, mesmo sendo eleitos pela Democracia e adorando ao deus Mamom, esses eleitos adoram a Baal e a Moloque. Baal é o deus da tempestade, e esses eleitos adoram uma tempestade no campo político, mas Baal também é o deus da fertilidade e da agricultura. Nada mais a dizer! Quanto à Moloque, esse é o deus ao qual se sacrificam as crianças, os inocentes. Num sentido político mais amplo, os mais pobres, dos quais se deve tirar todos os direitos. Os adoradores de Moloque são os que festejam a matança que Israel está fazendo na Palestina, onde já assassinou mais de 50 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças.

Às vezes os eleitos pela Democracia, também se consideram eleitos por Deus e, contraditoriamente, dizem que os eleitos pela divindade são somente os Judeus. E aí vale tudo, até defender o assassinato de mais de cinquenta mil inocentes! Mas, sim, os Hebreus eram o povo eleito de Deus e os Judeus são descendentes dos Hebreus, no entanto, porém, contudo, o povo Judeu se deserdou quando não reconheceu a Jesus como Filho de Deus, e teve seu mandato cassado. Desde o surgimento do cristianismo, o Judeu não é mais um povo eleito!

A eleição alcançou os Ímpios e a Democracia genuína permite aos pobres o acesso ao poder, e é por essa Democracia que eu lutei em cada mandato que cumpri.

quarta-feira, 25 de junho de 2025

REVISÃO DA VIDA INTEIRA

 



Mesmo com a decisão do Supremo Tribunal Federal-STF, de 2.024 de não reconhecer o direito dos trabalhadores à Revisão da Vida Toda para benefícios de aposentadoria, eu decidi por conta própria, fazer minha revisão da vida inteira agora em 2.025 e estou determinado a acrescentar à minha vida os benefícios que calculo sejam maiores que aqueles que eu adquiri em todo o tempo de vida, e vou incluir na revisão o tempo em que não contribui diretamente ao INSS.

Não é fácil rever os arquivos do passado, muitas das contribuições, talvez a maioria, foi de baixíssima qualidade e pouco valor. Houve um tempo, muito longo, em que eu não tinha nenhum valor aparente e, não tendo valor, a vida passou sem nenhuma contribuição que tivesse algum proveito, pelo contrário, grande parte da minha primeira existência foi, digamos, improdutiva. Pensei imediatamente em deixar de lado esse período, mas logo percebi que os demais períodos eram consequência do anterior e fiquei temeroso de o Juiz pedir a inclusão de todos os períodos de vida para serem avaliados, então passei a analisar os próximos para ver se isso pode impactar na vida atual.

Acho que os biólogos não concordam em que haja primeira, segunda, terceira existência, mas a minha vida foi tão claramente fracionada que até essa categoria profissional há de concordar que, pelo menos no meu caso específico, essa classificação seja admissível. E, admitindo que a primeira existência foi completamente inútil, concentrei esforços de memória nos arquivos da vida para definir duas coisas: primeiro, o tempo da segunda existência, esforço completamente desperdiçado, porque o que estava claro para a primeira, estava, digamos, escuro na segunda. Outra coisa importante: se a segunda existência teve valores significativos para a vida toda. Outra perda de tempo!

Juízes de primeira instância hão de reconhecer, e os demais togados de outras instâncias superiores não irão contestar, que só o fato de eu ter ido às escolas já é um mérito a ser reconhecido. Ainda que os resultados tenham sido medíocres, o fato de eu ter sobrevivido à primeira existência e me esforçado na segunda já merece um acréscimo ao valor atual da vida.

Se bem fundamentadas as argumentações sobre os danos recebidos nas primeiras existências e, tendo claro que o meio influencia o indivíduo, o que é comprovado cientificamente, há que se considerar que o meio é de responsabilidade do estado que deve proteger o indivíduo e garantir o bem-estar de todos. Desse modo, é forçoso inferir que a terceira existência foi prejudicada por omissão do poder público que privilegiou políticas sociais de valorização do capital em detrimento dos seres humanos, permitindo que os capitalistas estabelecessem critérios de valorização das pessoas produtivas por méritos de valores econômicos em detrimento das questões sociais e humanas, o que certamente ocasionou a exclusão de pessoas como eu, que sofreram danos por deficiência dos órgãos de estado.

Depois de me convencer de que o estado é o grande culpado pela minha atual condição de aposentadoria, passei a dedicar horas preparando a petição inicial do processo de revisão da vida toda. Mas, na busca por provas que condenassem o estado acabei por me deparar comigo mesmo num processo doloroso de crescimento e, observando as decisões que tomei ao longo da vida, percebi que grande parte delas, talvez a maioria, foram decisões equivocadas e que comprometeram consideravelmente o meu futuro. No caso, o futuro é o tempo atual.

Foram tantas as decisões equivocadas, que me senti culpado antes mesmo de iniciar a petição. Um dilema se apossou de mim: As decisões que tomei influenciaram o meio onde me desenvolvi, ou foi o meio onde me desenvolvi que me fizeram tomar as decisões que tomei? O meu copo de cerveja está pelo meio, eu não sei dizer se está meio cheio ou meio vazio! Talvez seja mais fácil culpar o mundo e o sistema capitalista, mas daí entro em outro dilema: Eu só terei paz se perdoar e eu sei que jamais serei capaz de perdoar quem promove a miséria social por onde fiz um grande estágio na minha vida.

Revendo minha vida toda, encontrei coisas muito ruins, para as quais eu mesmo me instituí Juiz e as condenei ao mar do esquecimento eterno. Mas também encontrei muitas coisas boas e julguei por bem usufruir de tudo que a vida me disponibilizou. O estado e os capitalistas? Que queimem no fogo que nunca se apaga!

Estou acrescentando valor à minha aposentadoria, e não é valor monetário!

Feliz dia do aposentado!!!

- Hã! Foi em janeiro? Tudo bem, feliz dia mesmo assim!

REVOLTADOS

  Eu tenho um blog, este mesmo, é meu domínio, e nele eu publico o que eu quiser, sem censura e sem restrições, por isso que o blog se cha...