Estou de férias, ah, que delícia! Não
estou em um resort, mas ando assim, de airb
em bnb, matando saudades e
construindo sonhos. Viagens eternas que duram o quanto que tem que durar, que
eternidade não é a infinitude do tempo, mas o tempo infinito do momento onde se
quer estar. E vão-se os passados, cada vez mais distantes, afundando-se nos
buracos escuros da alma. Em seu lugar fazemos um novo caminho, cheio de vida e
calor, deixamos rastros de felicidades onde sonhos buscam alimentos futuros e o
presente se espelha no olhar quase distraído que repousa confortavelmente sobre
a beleza do amor.
Choquei filhotes de filhota em São
Bento do Sul onde se construiu um ninho acolhedor de patinhos feios, todos
muito lindos e queridos. Ah, quisera o Supremo que eu pudesse ficar chocando uma
eternidade a mais que a eternidade chocada! Mas era preciso que os sonhos
continuassem se alimentando dos rastros deixados no asfalto, então buscamos
refúgio na belíssima Curitiba. Quatro dias sedimentando caminhos e regando
sonhos de família e Chopp em dobro e terapia do medo. Não tenho mais medo a não
ser do medo do medo. Ainda tenho medo de ter medo outra vez de algo que agora
não tenho, medo de criar novas cicatrizes na alma. Mas tudo se acalma quando um
abraço se enlaça em meus pesadelos e faz o coração derreter saudades.
O tempo e o espaço já não existem, o
presente é uma fração infinitesimal tendendo a zero, não há passado, não há
futuro, é a eternidade em infinitas frações de bilionésimos de segundos, e o
espaço, quem pode explicar que mil quilômetros agora são uma distância
absolutamente inexistente? Sim, milagres existem, um abraço anula o tempo e o
espaço para se tornar eterno enquanto dure. No nada da existência racional, o
sonho ocupa todos os espaços e faz do tempo a eternidade que quiser.
O sonho enche as malas porque amanhã
tem alimento em rastros de saudades, mais um bnb. Em Morretes tem uma árvore da vida plantada há exatos dois
anos, a primeira de muitas esparramadas pelo Sul do Brasil. Agora vamos colher
os frutos, certamente seus galhos se estendem até o Chalé que alugamos para
acomodar sentimentos e sonhos. Não vamos levar os medos, não há lugar para
eles, nem no bagageiro, nem no banco do passageiro, o medo que espere até que a
eternidade o consuma no fogo que não se apaga.
Quatro dias para uma eternidade. Mas,
e depois? Depois? Não há nada depois da eternidade! A vida é uma eterna fração
infinitesimal.
Linda forma de fazer poesia, parece um sonho!
ResponderExcluirOu é um sonho que se transforma em poesia!
Amei tudo!
É..... é um 'sonho' que se transforma em poesia vivida!
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