Desde o ano passado que estou estudando espanhol no curso oferecido pela UNAMI-Universidade da Melhor Idade, um curso de extensão da UEMS-Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul, mesma instituição onde tirei um dez no processo seletivo do curso de especialização em educação matemática e depois desisti no meio para me arrepender eternamente. Mas agora estou decidido a não desistir, a não ser que seja por uma boa causa, e é por uma dessas ‘boas causas’ que estou gazeteando, ou gazeando, como queira, as aulas deste finalzinho de semestre.
Já estou com saudades dos colegas de
classe, esse povo divertido que demora uns quinze minutos para se aquietar para
que a professora, Santa Vânia de Dourados, possa iniciar as aulas, e ainda
assim tem uns que tem aquela fofoca urgente e a aula ainda demora mais uns
minutos para começar. Daí, quando a aula embala, já é hora do lanche. Hummm!
tem bolo, bolacha, salgados, suco de alguma coisa e café. Quando é a minha vez
de levar o lanche, daí tem pudim!!
Eu amo as aulas de espanhol! Até no
dia que a professora disse que não ia ter aula por causa do frio, eu fui. Fui
porque eu queria ir, lógico, mas também porque não vi o aviso no grupo do
watts. O grupo do watts é para os avisos importantes sobre o curso, mas todos
os dias tem umas mil publicações de bom
dia e boa noite! E aquelas mensagens motivadoras que todos precisamos ver
para tornar a vida mais agradável. Isso quando lemos as mensagens, claro! Mas
tem também os vídeos do paraguaio Wil cantando em espanhol e até em português,
que é para ele provar que já aprendeu a nossa língua. Eu ainda não me arrisco a
provar que já aprendi espanhol por dois motivos: Porque não aprendi, mesmo, o
suficiente para postar um vídeo e porque não sei cantar, nem em português,
menos ainda em espanhol!
Agora estou em Imbituba, gazeteando a
aula desta semana e lembrando da Márcia, enquanto o Will canta, e ele canta em
TODAS as aulas, e a Márcia filma todas as músicas que ele canta e dá para ver
que os olhos dela ficam mais brilhosos enquanto ele canta e quando ele olha
para ela, cantando, tem uma ligação inexplicável do amor entre eles. Na última
aula eu perguntei para o Will como foi que eles se conheceram e ele me disse
que foi pela internet, ele ainda morava em Asunción, no Paraguai, tipo uns
seiscentos quilômetros de distância. Dois anos depois ele estava cantando e nós
todos estávamos aplaudindo, mas ele cantava era só para a Márcia dele.
Como eu ia dizendo, agora eu estou em
Imbituba gazeteando a aula de espanhol e não vi o Will cantando para a Márcia,
mas tem uma coisa especial que justifica, e ela se parece com a história do
Will. Há pouco mais de dois anos eu conheci, acredite, pela internet, a minha Márcia, que se chama Cléo, e vim para
Imbituba cantar para ela e ela filma com os olhos cada música que eu canto e
quando eu a vejo me filmando os olhos brilham. Será o amor? Certamente que o
Will canta em espanhol melhor que eu, mas tem um quê de não sei o que que nos
iguala, mesmo que a distância que eu tenha que percorrer seja maior que
seiscentos quilômetros.
Imbituba é só um pretexto, nos
últimos dois anos já andamos por muitos lugares maravilhosos e descobrimos que
não são os lugares, mas nós mesmo é que somos capazes de fazer cada lugar ser
especial. Agora estamos em Imbituba. Eu amo aulas de espanhol! Em agosto
estarei de volta para a UNAMI, já com saudades. Das aulas de espanhol?
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