Logo
vai passar, disse o senhor que estava na fila do supermercado, a dois metros de
distância de mim, para a senhora, que estava a dois metros na sua frente e
reclamava imensamente dessa ‘maldita’ solidão causada pela pandemia do corona
vírus. Olhei imediatamente para trás e
para os lados, pouca gente no supermercado e a fila do caixa tinha poucas
pessoas, até na fila do açougue poucos consumidores esperavam respeitosamente a
dois metros de distância um do outro. Lembrei imediatamente que ao chegar na
porta de entrada, fui recebido gentilmente por dois funcionários que se
ofereceram para higienizar minhas mãos e também o carrinho. Bom dia, disseram,
o senhor é idoso então por favor, pode entrar!
Depois
de guardas as compras, saí do estacionamento e fui em direção ao centro
da cidade, procurar uma farmácia para comprar algumas máscaras de proteção
facial. Não pude deixar de observar, ao longo do caminho, que nas lojas também
tinha funcionários recebendo gentilmente os clientes que por ventura se arriscavam
pelo comércio em busca de produtos muito necessários nesses tempos de pandemia.
O trânsito também estava bem tranquilo e não ouvi buzinas de ansiosos no
semáforo.
O
atendente da farmácia me entregou as máscaras e eu aproveitei para devolver um
trocadilho: Mascarados agora são bem vistos! Ele riu e deixou escapar um “Pois é!
”.
Pois
é, nada como um grande mal para um grande bem! Separei parte do que comprei no
supermercado para doar a uma instituição que arrecada alimentos e faz cestas
básicas para distribuir a algumas famílias necessitadas. As doações aumentaram
depois que a mídia passou a informar o alto nível de desemprego. As pessoas,
agora não só estão mais bem-educadas como estão mais solidárias. Entendi: as
pessoas são boas é só dar um motivo e elas se mostram como são.
Liguei
a televisão e vi o noticiário. Cinco minutos. Desliguei.
Saí
outra vez e fiquei um longo tempo andando pela rua, com máscara e obedecendo o
distanciamento social.
Melhor
ver o povo na rua do que os políticos se aproveitando da crise na saúde para se
locupletarem!
Elairton
Paulo Gehlen
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