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quarta-feira, 27 de maio de 2020

LOGO VAI PASSAR

Logo vai passar, disse o senhor que estava na fila do supermercado, a dois metros de distância de mim, para a senhora, que estava a dois metros na sua frente e reclamava imensamente dessa ‘maldita’ solidão causada pela pandemia do corona vírus.  Olhei imediatamente para trás e para os lados, pouca gente no supermercado e a fila do caixa tinha poucas pessoas, até na fila do açougue poucos consumidores esperavam respeitosamente a dois metros de distância um do outro. Lembrei imediatamente que ao chegar na porta de entrada, fui recebido gentilmente por dois funcionários que se ofereceram para higienizar minhas mãos e também o carrinho. Bom dia, disseram, o senhor é idoso então por favor, pode entrar!

Depois de guardas as compras, saí do estacionamento e fui em direção ao centro da cidade, procurar uma farmácia para comprar algumas máscaras de proteção facial. Não pude deixar de observar, ao longo do caminho, que nas lojas também tinha funcionários recebendo gentilmente os clientes que por ventura se arriscavam pelo comércio em busca de produtos muito necessários nesses tempos de pandemia. O trânsito também estava bem tranquilo e não ouvi buzinas de ansiosos no semáforo.

O atendente da farmácia me entregou as máscaras e eu aproveitei para devolver um trocadilho: Mascarados agora são bem vistos! Ele riu e deixou escapar um “Pois é! ”.

Pois é, nada como um grande mal para um grande bem! Separei parte do que comprei no supermercado para doar a uma instituição que arrecada alimentos e faz cestas básicas para distribuir a algumas famílias necessitadas. As doações aumentaram depois que a mídia passou a informar o alto nível de desemprego. As pessoas, agora não só estão mais bem-educadas como estão mais solidárias. Entendi: as pessoas são boas é só dar um motivo e elas se mostram como são.

Liguei a televisão e vi o noticiário. Cinco minutos. Desliguei.

Saí outra vez e fiquei um longo tempo andando pela rua, com máscara e obedecendo o distanciamento social.

Melhor ver o povo na rua do que os políticos se aproveitando da crise na saúde para se locupletarem!

 

 

Elairton Paulo Gehlen


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