Andava de cá para lá e de lá para cá
descontando os dias que ainda lhe faltava. Não tinha celular, mas se comunicava
o tempo todo com o mentor desse projeto em que se engajara totalmente.
A solidão, ah!, a solidão às vezes faz tão bem que desejamos estar sós por um
tempo. Quarenta dias talvez seja um tempo razoável para quem precisa estar
preparado para executar um projeto onde o erro máximo permitido é zero.
Comida boa, quem não quer? Há quem a tenha na mesa, posta de manhã, à tarde e
à noite, com fartura! Também há quem a tenha na míngua e muitas vezes sem a
mesa para pô-la. Não havia mesa, por quarenta dias não tinha comida e nem água
para beber.
Uma boa companhia, faz tão bem que enche nossas horas de prazer! Gente que vai: até
logo! Gente que vem: bom dia! Gente que passa: “e ae?’ Uma conversa para jogar
fora, andar nas ruas, ver o movimento das cidades... No deserto não tem
cidades, nem gente.
Quarenta dias, trinta e nove, trinta e oito,..., dez, nove, oito, ... sem
alimento, sem água, sem amigos, nem gente, nem trânsito.
Quarenta dias em oração e vem o capeta para atentar oferecendo pão. O Príncipe
deste mundo se põe em Sua presença e oferece poder e glória, promove um
espetáculo no pináculo.
Depois de quarenta dias no deserto, seria o momento da glória. Reinar
sobre o povo e transformar pedras em pães!
Mas a palavra, ah, a palavra: “Retira-te Satanás, porque está escrito: Ao Senhor
teu Deus adorarás, e só a ele prestarás culto”.
Elairton Paulo Gehlen
Nenhum comentário:
Postar um comentário