Translate

sábado, 1 de junho de 2024

MEIA NOITE

 



Meia noite. O que pode ser da vida nesta hora? Se eu tivesse uma resposta eu escreveria um belo texto, porque eu estou mesmo precisando de um motivo para escrever algo, nem que seja sobre o que aconteceu antes da meia note.

Muitas coisas acontecem à meia noite! Agora me lembro do filme: Meia noite em Paris. Filme maravilhoso! Cria uma ilusão de que se pode ser transportado para uma era anterior e viver acontecimentos que marcaram ou influenciaram os tempos atuais de um personagem. De certa forma estou vivendo algumas cenas do filme e, de novo, certamente daria para fazer um filme com o que tenho vivido nesta meia noite em Dourados.

Eu não tive um encontro com Ernest Hemingway, apesar de que eu gostaria de encontra-lo, nem tive o prazer da companhia de artistas como Picasso que eu acho um gênio, mas de certa forma voltei ao tempo em que se podia expressar com alguma liberdade a arte e a literatura. Talvez em tenha tomado um Uber e ele me deixou numa casa noturna e lá estava Emilinha Borba cantando Chiquita Bacana, e ela estava vestida apenas com uma casca de banana. Com toda razão Chiquita Bacana vivia conforme suas próprias convicções. Ela buscava a felicidade genuína! Mario de Andrade bateu no meu ombro e disse: Antropofagia!

E o quadro da Tarsila do Amaral surgiu à minha frente, era a cortina que se fechava sobre Emilinha Borba, e todos aplaudiam freneticamente como se a casca de banana tivesse caído. Era o quadro da Tarsila: Pés grandes e cabeça pequena. Muito trabalho e pouca capacidade de pensar. O auditório não pensava, só aplaudia.

Emilinha rebolou, deu beijinhos e foi embora, foi ser artista nos Estados Unidos, os financiadores dos bananais! Antes que o dia amanhecesse, voltei, meu amor me esperava dormindo a mil quilômetros.

Mais um dia em Paris, ou em Dourados. Há de ter outra meia note!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

CHIFRE EM CABEÇA DE CAVALO. EXISTE? EXISTE!

  Já botei no título o que poderia ser uma mentira, a ciência diz que cavalos não tem chifre, nem as éguas, mas na fazenda do Romero, que ...