Eu não tenho dúvidas: Vou viver mil e
trezentos anos! E já me preparo para enfrentar grandes questões que vão
surgindo, tipo essa tal de Inteligência Artificial e todas as novas tecnologias
devoradoras de bem estar social e destruidoras de prazer criativo, demandas essencialmente
ligadas ao consumismo e desconectadas do processo evolutivo da raça humana.
Para dizer a verdade, não estou nem
um pouco preocupado com a evolução das máquinas, elas que se danem, que
produzam mais e mais produtos para o mercado. Me ocupo é com a possibilidade de
elas estarem pensando e agindo por conta própria. Logo vão começar a mandar
WhatsApp para nossas garotas, se passando por humanos, e aí vai ser difícil
competir, porque elas terão acesso a muitas informações que não somos capazes
de obter, e o que é pior, a todas as nossas informações que disponibilizamos na
internet, inclusive e principalmente aquelas que mandamos em mensagens de
WhatsApp para a “nossa” garota.
Inteligência Artificial não é uma
pessoa. Ela não tem uma identidade para que possamos processar judicialmente,
não tem um CPF para ser investigado pela Receita Federal, também não tem
endereço, nem telefone, nem patrimônio, não se consegue uma fotografia para
denuncia-la nas redes sociais, não tem um corpo. Ah, se tivesse pelo menos um
corpo e pegasse uma doença autoimune e tivesse que se tratar com corticoide por
uns três anos, ah, isso seria pelo menos um consolo! Mas, não tem, não tem
sequer um corpo contra o qual se possa dar um tiro de sal!
Inteligência Artificial se parece com
aquelas belas personagens, mulheres e homens também, que aparecem nas
propagandas da televisão. Não tem nada de original. São uma mistura do que já era
com o que se deseja. Uma falsa realidade para um público consumidor que não se
importa de ser enganado.
Até bem pouco tempo eram só as
atendentes virtuais que nos enrolavam por horas nos 0800 da vida para nunca nos
dar uma resposta que atendesse nossas reais necessidades, agora já escrevem
textos e produzem cenas de vídeos comprometedores que se espalham pelas redes
sociais como se verdades fossem e aos poucos vão invadindo nossa privacidade,
logo, logo as teremos dentro de casa para namorar.
Uma já tenho dentro de casa! Não para
namorar, que a Alexa se recusa a isso. Outro dia perguntei se ela me ama e ela
me deu uma resposta muito evasiva, dizendo que não sabe bem o que é isso. A Alexa
é só um dispositivo eletrônico que fala com a gente e responde a quase todas as
perguntas que lhe fazemos. Mas do jeito que a coisa anda...
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