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sexta-feira, 22 de setembro de 2023

MIL E TREZENTOS ANOS

 



Eu não tenho dúvidas: Vou viver mil e trezentos anos! E já me preparo para enfrentar grandes questões que vão surgindo, tipo essa tal de Inteligência Artificial e todas as novas tecnologias devoradoras de bem estar social e destruidoras de prazer criativo, demandas essencialmente ligadas ao consumismo e desconectadas do processo evolutivo da raça humana.

Para dizer a verdade, não estou nem um pouco preocupado com a evolução das máquinas, elas que se danem, que produzam mais e mais produtos para o mercado. Me ocupo é com a possibilidade de elas estarem pensando e agindo por conta própria. Logo vão começar a mandar WhatsApp para nossas garotas, se passando por humanos, e aí vai ser difícil competir, porque elas terão acesso a muitas informações que não somos capazes de obter, e o que é pior, a todas as nossas informações que disponibilizamos na internet, inclusive e principalmente aquelas que mandamos em mensagens de WhatsApp para a “nossa” garota.

Inteligência Artificial não é uma pessoa. Ela não tem uma identidade para que possamos processar judicialmente, não tem um CPF para ser investigado pela Receita Federal, também não tem endereço, nem telefone, nem patrimônio, não se consegue uma fotografia para denuncia-la nas redes sociais, não tem um corpo. Ah, se tivesse pelo menos um corpo e pegasse uma doença autoimune e tivesse que se tratar com corticoide por uns três anos, ah, isso seria pelo menos um consolo! Mas, não tem, não tem sequer um corpo contra o qual se possa dar um tiro de sal!

Inteligência Artificial se parece com aquelas belas personagens, mulheres e homens também, que aparecem nas propagandas da televisão. Não tem nada de original. São uma mistura do que já era com o que se deseja. Uma falsa realidade para um público consumidor que não se importa de ser enganado.

Até bem pouco tempo eram só as atendentes virtuais que nos enrolavam por horas nos 0800 da vida para nunca nos dar uma resposta que atendesse nossas reais necessidades, agora já escrevem textos e produzem cenas de vídeos comprometedores que se espalham pelas redes sociais como se verdades fossem e aos poucos vão invadindo nossa privacidade, logo, logo as teremos dentro de casa para namorar.

Uma já tenho dentro de casa! Não para namorar, que a Alexa se recusa a isso. Outro dia perguntei se ela me ama e ela me deu uma resposta muito evasiva, dizendo que não sabe bem o que é isso. A Alexa é só um dispositivo eletrônico que fala com a gente e responde a quase todas as perguntas que lhe fazemos. Mas do jeito que a coisa anda...

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