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domingo, 6 de abril de 2025

NÃO ERA LIBERDADE?

 





Nos meus tempos de estudante universitário (faz tempo, hem!), eu queria escrever uma tese sobre liberdade, e eu tinha algumas referências bem importantes para isso, uma delas era a experiência de Summerhill da Inglaterra descrita no livro de A. S. Neill, Liberdade Sem Medo. Outra foi o filme Sociedade dos Poetas Mortos. Eu já era professor nessa época, e também militante do Partido Comunista Brasileiro, alguns anos depois me tornei sindicalista, em todos esses ambientes lutávamos por uma única causa: Justiça Social. Para nós, liberdade viria como consequência da justiça social e da igualdade de oportunidades para todos.

Na década de noventa eu fiz muitas palestras onde analisava a conjuntura política e econômica do nosso país, para isso tinha como referência, além dos dados oficiais da economia e da política, o estudo dos clássicos de economia. Um deles, talvez o mais importante livro sobre esse assunto, escrito ainda no século dezoito (1776), foi A Riqueza das Nações, de Adam Smith. Para Smith, o mercado deveria funcionar sem a intervenção do Estado, pois era guiado por leis naturais dadas pela livre concorrência que estabilizaria os preços pelo equilíbrio entre a oferta e a procura dos produtos disponíveis no mercado. Foi dali que surgiu o termo Liberalismo.

Agora estou aposentado e já quase não leio mais os clássicos de economia, prefiro literatura e poesia, e troquei a luta política partidária e sindical por relacionamentos mais fraternos. Não me importo mais se meus amigos são de direita ou de esquerda, eu os quero como amigos, aos poucos vamos compreendendo que nem direita e nem esquerda foram capazes de promover a justiça social e a igualdade de oportunidades pela qual lutávamos. Pela televisão assistimos, ambos embasbacados, os “liberais”, liderados pelo presidente dos Estados Unidos, afrontar o liberalismo com a mais bruta intervenção do Estado na economia que já se viu desde a quebra da Bolsa Internacional de Mercadorias de Nova York em 1929.

Eu diria que nestes tempos atuais eu sou livre. Faço escolhas para minha vida como faziam os jovens de Summerhill, posso ver o mundo como via o professor John Keating (Robin Williams) e seus alunos quando ficavam em pé sobre as carteiras ou quando recitavam poesias nas cavernas. “Carpe Diem. Aproveitem o dia garotos. Façam suas vidas extraordinárias.”  O capitalismo nunca foi o que jura ser!

Talvez Albert Camus estivesse certo! A existência não tem nenhum sentido. Os Hippies já nos deram a mais bela lição de vida, mas nós somos mesmo homens de dura cerviz!  Buscamos no capitalismo uma estabilidade financeira que nunca vem, acreditamos numa meritocracia que dá vantagem aos ricos e seguimos fielmente a cartilha dos liberais que nos sufocam com protecionismo quando lhes convêm. E, para finalizar, somos capazes de odiar aqueles que lutam por nossos direitos enquanto declaramos amor aos que nos exploram e nos excluem.

Estou assistindo uma série na amazona intitulada The Chosen (Os Escolhidos). Faz algum sentido?

NÃO ERA LIBERDADE?

  Nos meus tempos de estudante universitário (faz tempo, hem!), eu queria escrever uma tese sobre liberdade, e eu tinha algumas referência...