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terça-feira, 24 de dezembro de 2024

NATAL – A IGREJA E OS SETE PECADOS

 



Blá, blá, blá, na minha ignorância, é tudo o que eu sei dizer sobre o Natal. Então blá, blá, blá. Isso é tudo!  Vai lá, para não decepcionar todo mundo, vou traduzir o que seja esse blá, blá, blá. É quase tudo o que tenho visto sobre o Natal nas redes sociais e também na mídia oficial, aquela a que costumamos chamar de Jornal. Mas faz sentido, é empolgante falar dessa data tão importante para os Crentes e especialmente para o comércio que vende mais que em qualquer outra data comemorativa. O conforto espiritual baseado numa acomodação entre o divino e o profano justifica toda idolatria cristã que a data contém assim como a ganância promovida pelo comércio que usa uma celebração cristã para lucrar.

E por falar em ganância, esse está na lista feita inicialmente pelo Papa Gregório Magno, no século VI e ajustada por Tomás de Aquino, no século XIII. Na lista, aparece com o nome charmoso de Avareza e se fundamenta no texto bíblico da carta de Paulo a Timóteo, que diz: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males”. E o amor ao dinheiro é a delícia deste mundo, incluindo aí, claro, todos os comerciantes, o sistema financeiro, chamado de “mercado”, e também as igrejas, tipo uns 99 por cento delas. E haja maldade neste mundo!

Outra delícia do Natal é a comida e a bebida, exagerados, claro, que é para dar sentido de festa para o nascimento do salvador. Apesar de a lista dos sete pecados ser uma construção católica, não há crente que não a considere uma relação de pecados, tipo, capitais. E o Natal é “o” chamativo para que as famílias se reúnam para muita comida, a mais cara que se possa comprar, e bebidas, alcoólicas de preferência que é para alegrar a festa. A ganância, dita ali acima, faz os preços aumentarem ao máximo, só assim se realiza o milagre de dois pecados ao mesmo tempo: Avareza e Gula!

E quando as famílias finalmente se reúnem para as festividades e comem e bebem mais do que deveriam e os ânimos começam a se exaltar não há quem contenha a Ira dos bolsonaristas contra os lulistas e vice-versa. Idolatrado pelos crentes que combatem a idolatria dos santos católicos, Bolsonaro assumiu uma espécie de santidade no meio cristão. No caso, um santo apócrifo fazendo bagunça no meio evangélico.

E, continuando o blá, blá, blá, é só dar uma caminhada pela cidade que se vê claramente a soberba no meio eclesiástico. É cada igreja, e cada um, querendo ser melhor que o outro. As igrejas empresariais mais bem-sucedidas ostentam sua riqueza, enquanto as mais pobres que se danem, quem sabe fecham e os fiéis vêm pagar o dízimo “aqui”. Haja soberba!

Dois outros pecados eu diria que tem uma forte ligação entre si. A inveja e a luxúria são amicíssimas e rivais. Uma provoca a outra, mas uma meio que depende da outra. Quem nunca olhou para o lado, no meio do culto, e pensou que desejaria ter ou ser como a outra pessoa que está no banco da frente? Uma casa bacana, o carro novo, o dinheiro, o charme, o dom, enfim, tudo aquilo que eu queria, mas não tenho e ele tem. E quem têm, muuuuiiiiitas vezes, sem maldade, ou com maldade, escorrega pelos caminhos da luxúria, e leva junto quem está afim de ir, pela inveja mesmo ou pelo desejo de ser melhor que o outro.

Só falta um. Agora estou com preguiça de falar dele!

Têm, também, as virtudes que se contrapõem aos pecados. Mas, convenhamos, quem está interessado?

2 comentários:

  1. Essa crítica nos leva a refletir sobre o que realmente estamos celebrando no Natal. É uma celebração genuína do nascimento de Cristo, ou uma manifestação do consumismo, da busca por status social.

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  2. Nós faz refletir sobre as fraquezas humanas, as comparações constantes e a luta entre nossos desejos materiais e espirituais. O contraste entre os pecados e as virtudes é uma representação das tensões internas que todos nós enfrentamos, seja de forma consciente ou não.

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