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quinta-feira, 27 de julho de 2017

POESIA: MAIS UMA CASA QUE NASCE.


Eu moro em Dourados, uma cidade dividida ao meio por uma grande avenida que corta a cidade de Leste a Oeste, portanto dividindo a cidade em duas partes: Norte e Sul.

Historicamente, as pessoas que costumam explorar os trabalhadores e se apropriar do resultado do seu trabalho, isto é, do lucro produzido nas empresas, preferem construir condomínios residenciais no lado Norte da avenida.

Do lado Sul a maioria dos bairros são ocupados por residências de trabalhadores ou pequenos empresários que em geral são conhecidos como classe média ou média baixa, às vezes muito baixa mesmo. É claro que conceito de classe baixa foi dado pelos que se acham classe alta porque se apropriam do trabalho dos outros.

Pensando na relação entre esses dois grupos foi que eu fiz uma brincadeira em forma de poesia. Aí vai:

 

MAIS UMA CASA QUE NASCE

 

Brota lá dentro da terra escavada,

Plantada com carinho!

Cada semente de tijolo,

Vai crescendo, devagarinho, inté chega no teiado.

 

Tuda casa brota da terra.

A semente é de tipo diversificado

Quase sempre de tijolo acimentado;

Às veis de um tipo especiar de madeira.

 

É de alvenaria que se chama

As casas que crescem cada dia

Lá pras bandas do Norte Urbano.

 

É de madeira lascada

As casa construída e rachada

Cá longe de onde eles fais os plano.

 

Mas, quem constrói aquelas casas bonita,

Que vira cartão postal da cidade,

Nas fotografia das gente rica.

 

É nóis aqui da piedade

Que leva vida aflita

E de tudo nóis passa necessidade.

 

Casa grande eles tem daquele lado do Norte!

Nem dá pra medir, que o fim os óio não alcança.

Nem sei quantas gente mora lá dentro,

Só sei, os mais pouco é criança.

 

Quase num si vê!

 

Nóis pensa que às veis

Só na garage dus carro que eles tem,

Nóis teria bem mais conforto

Pra gasaiá os fio que pra nóis Deus monda e vem.

 

Cada fio de rico que casa,

Tem lugar certo e apreparado.

As planta da construção, no escritório já foi tudo acertado,

Basta plantá os tijolo e tá pronto ou arrumado.

 

O noivo nem viu a casa nascê e cresce!

 

Os pobre (nóis) já somo diferente.

Casemo e moremo com os parente

Até que um dia, se Deus ajuda,

Morre um desses vivente.

 

Aí nóis tem onde morá!

 

Mas a demora é tanta!

Que inté parece castigo.

Inquanto nóis fica lá de favor,

Os outro, já véio, é quem acaba morando comigo.

 

Quantas veis já pensei em morre e ressucitá.

Rico fio de latifundiário nem precisa trabaiá.

Mas a verdade do destino é tão confidencial

Que é quase um desatino de tanto pensá.

 

Us menino lá do Norte da cidade

É tudo saudáver e logo sabe estudar.

Logo cedo eles toma iargurte e leite com fruta

E a mãe leva eles de carro pra passiá.

 

Pequena diferença qui do Bairro da Piedade;

Us pequeno nem conhece as regras da sociedade

Parece tudo uns animar!

A escola ninguém sabe onde que tá.

 

Os vizinho daqui é tudo conhecido

Os nome de tudo nóis sabe falá,

E cada veis que uma táuba sobe na parede

Nóis já sabe: Mais uns pobre tá pra chega!

 

Lá pras banda do outro lado da cidade

Onde os morador tem regalias das autoridades

Nem de se conhece eles quer saber,

Que é pra não interrompê a privacidade particular.

 

As casas construídas aqui na Piedade

Nóis sabe direitinho de a história contá,

Que cada prego enfiado na táuba da parede,

Foi nóis que enfiou ele lá.

 

Dos ricos e das casas bonita que tem lá eu nem vou falá

Eles nunca nem viu;

Nem conta eles ouviu

Como se fais pra uma massa de arreboque aprepará.

 

Acho que é por isso que eles não tem história pra contá.

 

Estudioso eles é inté demais.

Diz que na escola eles é proibido de faltá.

Mais o que eles não consegue mesmo é nem imaginá que um dia

Lá no Céu, se ele conseguir lá entrá,

As contas da contabilidade nóis vai acertá!

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